Para Carlos Freire, CEO da AON Portugal, os riscos associados às alterações climáticas e outras questões ligadas à sustentabilidade social e à governação são já de tal ordem que não podem ser ignorados e pedem soluções inovadoras. A AON, líder no mercado nacional em serviços de gestão de riscos, resseguros, capital humano, benefícios e consultadoria, aplica as metodologias e soluções que propõe aos clientes, sempre com a filosofia de que melhor informação permite melhores decisões.
Na perspetiva da AON, quais são os principais desafios colocados pela necessidade de as empresas alcançarem maior sustentabilidade?
A sustentabilidade apresenta desafios importantes numa perspetiva global, que têm a ver não só com a componente climática, mas também com as componentes social e de governação. São desafios que não se colocam apenas à AON. Por via daquilo que é o nosso negócio e dos serviços que prestamos, nós sabemos que o impacto das alterações climáticas vai ser muito significativo e ajudamos os nossos clientes a tomar melhores decisões na gestão do seu impacto no seu negócio e nas suas pessoas. Um relatório da AON estimou que, em 2023, as catástrofes naturais a nível global provocaram 380 mil milhões de dólares de prejuízos. São factos de grande relevância, que não podem ser ignorados e que pedem soluções inovadoras.
E internamente, de que forma estão a responder aos desafios da sustentabilidade?
Naturalmente, também internamente estamos a trabalhar nas três dimensões da sustentabilidade. Na componente ambiental, temos como objetivo chegar à neutralidade carbónica em 2030, e em Portugal estamos a desenvolver projetos que contribuem para alcançar este objetivo corporativo. Neste contexto, é importante o desenvolvimento do que chamamos smart working, que permite a diminuição do consumo de energia, a redução dos espaços e a otimização da nossa forma de trabalhar. Essa preocupação de sustentabilidade está também presente na escolha dos nossos fornecedores e no trabalho com a nossa cadeia de fornecimento, no chamado "scopefree". Naturalmente também usamos, na nossa empresa, o nosso conhecimento na modulação dos riscos climáticos, que também utilizamos para ajudar os nossos clientes a gerir e a mitigar estes impactos na sua atividade.
Neste contexto mais geral, como é que encaram a sustentabilidade social?
No que diz respeito à componente social da sustentabilidade, existem duas dimensões a que damos particular importância: o bem-estar dos colaboradores, e a sua diversidade e inclusão. Estes são dois aspetos profundamente relacionados com as políticas de governação da empresa. Nesta dimensão social, mais uma vez, aplicámos o nosso conhecimento para construir um Human Sustainability Index, que nos permite a medição dos níveis de bem-estar dos colaboradores ao longo do tempo. Refira-se que esta é uma medição que fazemos periodicamente na empresa, o que nos permite um acompanhamento mais próximo desta dimensão, e mesmo a intervenção atempada em casos concretos. Aliás esta é uma ferramenta que utilizamos com os nossos clientes. Em Portugal, os serviços na área das pessoas são uma das nossas ofertas mais desenvolvidas.
Em ligação com a sustentabilidade social referiu as questões da governação. Qual tem sido a evolução da AON nesta dimensão da sustentabilidade?
Relativamente ao eixo da governação, ou modelo de governo, este tem sido um eixo fundamental da nossa ação, que procura desenvolver e disponibilizar a todos os nossos stakeholders todos os indicadores relevantes sobre a sustentabilidade da nossa atividade. Um exemplo é a avaliação que fazemos de riscos cibernéticos, que é um fator cada vez mais importante, também em termos de medição de impacto. Mais uma vez, este é um conhecimento e uma ferramenta que utilizamos com os nossos clientes, e em que podemos mostrar os benefícios de utilizar este tipo de informação que também produzimos.
Neste contexto de desenvolvimento da sustentabilidade, associaram-se ao Prémio Nacional de Sustentabilidade. Qual foi o objetivo?
Esta é uma iniciativa muito relevante para nós. Porque, parafraseando a assinatura de marca da AON: nós queremos ter melhor informação para tomar melhores decisões. E esta é uma iniciativa que divulga e melhora a compreensão da sustentabilidade no nosso tecido empresarial e onde podemos aprender com as boas-práticas das empresas que estão mais empenhadas na sustentabilidade.