Notícia
Quinta do Crasto Porto Colheita: chegou e já não há
Atenção, não há na adega, porque as garrafeiras têm à venda o Quinta do Crasto Porto Colheita 1997. O que acontece é que, quando sai um novo vinho com o selo Crasto, a procura é considerável. E percebe-se porquê.
01 de Outubro de 2016 às 13:00
Em modo discreto, a Quinta do Crasto lançou o seu primeiro Porto Colheita. No caso, um vinho de 1997. O "portfolio" da empresa já apresentava Vintage, LBV e Ruby reserva. Mas tinha uma falha em matéria tawnies e que, como se sabe, representa o melhor que o Douro dá. Enfim, não é bem o melhor porque isso pode até ser tolice, mas, como dizia Fernando Nicolau de Almeida, o criador do Barca Velha, "um Vintage é expressão pura da natureza, enquanto um tawny junta a natureza, o conhecimento e o trabalho prolongado do homem no tempo". Esta é uma citação livre que costumo ouvir da boca do filho João Nicolau de Almeida, emérito enólogo e grande contador de histórias. Mas adiante.
A meu ver, a Quinta do Crasto merecia uma estudo académico porque, em pouco menos de vinte anos, transformou-se num farol de promoção do Douro a nível internacional, com os seus vinhos pontuados ao mais alto nível pelos gurus que ditam as regras do negócio.
Como estamos em Portugal, as opiniões dividiam-se. Houve quem dissesse que o sucesso da empresa se devia ao facto de uma família com nome sonante (Roquette) ter caído em graça perante Robert Parker. E havia quem contra-argumentasse que aqui há um trabalho muito bem feito, calculado ao milímetro e ao longo de anos na construção de uma marca.
Confesso que, entre uns e outros, não decidia em qual dos pratos da balança me colocaria. Mas isso foi só até ao momento em que, colheita após colheita, comecei a sentir que um dos mais fascinantes azeites do país se chamava Quinta do Crasto Premium. Azeite invulgar, deslumbrante e difícil de descrever. E, no dia em que fiquei a saber que na nova propriedade do grupo, a Quinta da Cabreira, no Douro Superior, se haviam transplantado, para melhores terrenos, 400 oliveiras antigas (quem no Douro se lembraria de tal coisa?), aqui o meu pensamento foi do género 'alto e para o baile' que isto é não é marketing. Isso é uma coisa séria. Isso é levar a perfeição ao limite.
Ora, os azeites entram aqui na conversa como um simples apontamento para realçar a obsessão da família Roquette pela qualidade de tudo o que faz. Este Quinta do Crasto Porto Colheita 1997 é um vinho procurado há muito tempo entre os melhores vinhos de vinhas velhas que foram sendo deixados em paz na adega. Vinho de uma única colheita e deixado estagiar pelo menos sete anos em casco, tem o pretexto de homenagear Fernando Moreira d'Almeida, filho de Constantino de Almeida (fundador da marca Vinhos Constantino), avô de Miguel e Tomás Roquette, a actual geração que governa os destinos na Quinta do Crasto. É só um pretexto porque o vinho é um belo representante daquilo que é o Porto Colheita. Vinho nobre, meio misterioso e deslumbrante quando passa muitos anos em casco.
Não será, no que diz respeito à evolução no tempo, o caso deste Crasto, porque das 3000 garrafas embaladas não resta nada na adega. Está tudo nas lojas. Aliás, um importador russo que provou o vinho há algum tempo ficou tão encantado que queria comprar o "stock" todo, coisa imediatamente recusada. Lá está. Tenho cá para mim que se a família Roquette decidisse criar uma linha de frutos secos, de enchidos, manteigas ou outra coisa qualquer do Douro, isso seria sucesso garantido. O selo Crasto tem muita força. É a justa recompensa por uma estratégia bem desenhada nos últimos 20 anos.
A meu ver, a Quinta do Crasto merecia uma estudo académico porque, em pouco menos de vinte anos, transformou-se num farol de promoção do Douro a nível internacional, com os seus vinhos pontuados ao mais alto nível pelos gurus que ditam as regras do negócio.
Confesso que, entre uns e outros, não decidia em qual dos pratos da balança me colocaria. Mas isso foi só até ao momento em que, colheita após colheita, comecei a sentir que um dos mais fascinantes azeites do país se chamava Quinta do Crasto Premium. Azeite invulgar, deslumbrante e difícil de descrever. E, no dia em que fiquei a saber que na nova propriedade do grupo, a Quinta da Cabreira, no Douro Superior, se haviam transplantado, para melhores terrenos, 400 oliveiras antigas (quem no Douro se lembraria de tal coisa?), aqui o meu pensamento foi do género 'alto e para o baile' que isto é não é marketing. Isso é uma coisa séria. Isso é levar a perfeição ao limite.
Ora, os azeites entram aqui na conversa como um simples apontamento para realçar a obsessão da família Roquette pela qualidade de tudo o que faz. Este Quinta do Crasto Porto Colheita 1997 é um vinho procurado há muito tempo entre os melhores vinhos de vinhas velhas que foram sendo deixados em paz na adega. Vinho de uma única colheita e deixado estagiar pelo menos sete anos em casco, tem o pretexto de homenagear Fernando Moreira d'Almeida, filho de Constantino de Almeida (fundador da marca Vinhos Constantino), avô de Miguel e Tomás Roquette, a actual geração que governa os destinos na Quinta do Crasto. É só um pretexto porque o vinho é um belo representante daquilo que é o Porto Colheita. Vinho nobre, meio misterioso e deslumbrante quando passa muitos anos em casco.
Não será, no que diz respeito à evolução no tempo, o caso deste Crasto, porque das 3000 garrafas embaladas não resta nada na adega. Está tudo nas lojas. Aliás, um importador russo que provou o vinho há algum tempo ficou tão encantado que queria comprar o "stock" todo, coisa imediatamente recusada. Lá está. Tenho cá para mim que se a família Roquette decidisse criar uma linha de frutos secos, de enchidos, manteigas ou outra coisa qualquer do Douro, isso seria sucesso garantido. O selo Crasto tem muita força. É a justa recompensa por uma estratégia bem desenhada nos últimos 20 anos.
Frutos vermelhos e frutos secos misturados com mel e notas de evolução em casco, isto é, com notas típicas de oxidação em casco. Boca sedosa, aveludada mas com a vivacidade que a acidez lhe transmite. Prova-se, bebe-se o vinho e fica sempre aquela sensação de que falta qualquer coisa. Uns pedaços de chocolate? Boa ideia. Uma tarde de frutos secos? Bem pensado. E um gelado de baunilha com frutos secos e um fio de azeite (Crasto Premium, já agora)? Ahhh! Como é que não me tinha lembrado disso? Encheram-se 3000 garrafas e cada uma custa €42,50.