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Um tesouro a possuir

A novela gráfica continua a dar bons indicadores como investimento mas, ao contrário de outros mercados, os bens de topo continuam inacessíveis, o que é um desafio para investidores ambiciosos.

13 de Outubro de 2018 às 09:00
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O dever leva-nos a partilhar uma excelente notícia com aqueles que, movidos por grande paixão, investem em bens relacionados com a nobre arte da banda desenhada. Com efeito, alguns relatórios de mercado recentes dão conta de uma enorme singularidade no investimento neste tema. De acordo com estes relatórios, uma percentagem gigantesca dos bens mais cobiçados, os originais em papel de algumas das obras maiores da arte, continua inacessível e não disponível para o mercado, mesmo em leilão.

Os peritos citam nomes maiores da autoria, como os de Moebius, Spiegelman ou Eisner, entre outros, referindo que as "pranchas" das suas obras maiores estão ainda vedadas a comercialização. A razão para que tal aconteça é a de que os mestres ou os seus herdeiros querem manter a posse. Significa isto que os amantes da arte e os investidores, que neste tema são geralmente inseparáveis, continuam a ter um objectivo de grande ambição, ao contrário de outros mercados, onde os bens de topo estão já em propriedade privada.

Os mesmos relatórios dão ainda conta da boa saúde do mercado. A polarização natural das escolas mantém-se, como seria de esperar, colocando num lado a venerável e longa escola franco-belga, que começa em Hergé, passa por Pratt, Moebius e Bilal, e inclui os mais recentes, e no outro lado os autores da anglo-saxónica "novela gráfica", que começa em Eisner e depois subdivide-se numa linha mais narrativa, onde estão Spiegelman, Satrapi, Craig Thompson e Dave Gibbons e, na linha mais "comics", onde pontifica, entre outros Frank Miller.

Os indicadores financeiros do mercado são também positivos. As pranchas, as primeiras edições, as edições raras e as edições assinadas atingem já as centenas de milhares de euros, e começa a ser difícil comprar um bem deste tema por dezenas de milhares de euros, embora ainda surjam em leilões. As principais casas leiloeiras irão manter vendas de banda desenhada, mas, neste campo, a Heritage Auctions tem vindo a especializar-se cada vez mais. No campo das galerias, além daquelas já referidas neste espaço em textos anteriores, devem ser consultadas as moradas virtuais da Scott Eder para o mercado americano, a Brit Comics Art para o britânico, e a Galerie 9E para a produção franco-belga.


Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.


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