Notícia
Somos desta maneira de encolher os ombros
A casa de Júlio Pereira tem história e estórias. Uma parede repleta de cavaquinhos e outros instrumentos de corda, alguns feitos por construtores país fora. Um dia, a caminho de Vila Verde, o músico bate à porta de um espólio com 34 cavaquinhos. Três quilómetros depois, encontra 31 modelos construídos pelo senhor Horácio. Um trajecto que lhe dá fôlego para criar a Associação Cultural Museu Cavaquinho, que reúne construtores, tocadores, fotografias. Património. Júlio Pereira foi e é o homem do cavaquinho. Nos anos 80, o disco "Cavaquinho" chegou a estar no topo do "Rock Em Stock", programa da Rádio Comercial. "Interrogava-me sobre o porquê. Se é possível ser apenas racional, acho que há ali uma pulsão que veio do rock". Sim, ele vinha de grupos como Petrus Castrus e Xarhanga. A roçar o 25 de Abril, conhece José Mário Branco. Fausto. Vitorino. Zeca Afonso. Deixa a guitarra eléctrica, passa para as cordas. E uma outra vida começa. Júlio Pereira regressa agora com o livro/CD "Cavaquinho.pt".
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O meu interesse pelo cavaquinho foi por mero acaso, como foi tudo por mero acaso. Fui músico de rock até ao 25 de Abril mas, exactamente por causa do 25 de Abril, conheci os nossos mais importantes cantautores. Eu tinha um grupo chamado Petrus Castrus. Fomos gravar a Paris num estúdio onde gravavam o Elton John e os Pink Floyd. E aí conheci o José Mário Branco. No 25 de Abril, ele veio para Lisboa, foi convidado para a peça "Liberdade,
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