Notícia
SIHH 2018: a Davos da relojoaria
A feira de alta relojoaria de Genève, a SIHH, foi mais uma vez a montra das novidades para os próximos meses. O optimismo marcou esses dias sem fim.
Numa altura em que se discute a lógica de grandes salões relojoeiros, com a debandada visível da expositores de Baselworld de Basileia, o SIHH vive um momento pujante. Não admira que Fabienne Lupo, que dirige o SIHH, tenha a ambição de que esta se torne "uma espécie de Davos da indústria relojoeira". A ideia é de exclusividade e, por isso, se o SIHH começou por ser a alternativa do grupo Richemont à Baselworld, agora a ideia é ser prestigiado. Por isso, no ano passado, chegou a Ulysse Nardin ao lote de exibidores. E, este ano, a Hermès (que abandonou a Baselworld) veio colocar o seu peso na feira, e o Carré des Horlogers teve mais cinco participações. No total, agora existem 35 marcas presentes, um recorde. Um auditório com 100 lugares veio também dar mais força ao certame. Nota-se, no entanto, que as marcas estão a apostar cada vez mais no "e-commerce", algo que vai alterar a forma de comunicar e partilhar as novidades, com modificações que se irão sentir a curto prazo em toda a indústria.
O crescimento do mercado português é ainda de sublinhar face a mercados em queda como os de Itália, França, Alemanha, Kuwait, Emirados Árabes Unidos ou Arábia Saudita. No total, em Novembro, as exportações de relógios suíços foram 6,3% mais altas do que em igual período de 2016. O valor das acções dos maiores grupos (Richemont, LVMH e Swatch) também cresceu em bolsa de forma significativa.
Outro dos sinais de rejuvenescimento do SIHH, que poderá contemplar outras novidades no próximo ano, foi a abertura, pela primeira vez, ao público, no último dia da feira. O ambiente é, pois, de optimismo. E de reforço da exclusividade do SIHH, onde as marcas mostraram algumas das suas principais propostas para este ano. Com mais inovação do que no ano passado. E com mais confiança no futuro.
Automático
Para a Baume & Mercier, o Clifton Automatic, apresentado no SIHH de Genebra, é uma pequena revolução. Trata-se de um relógio de aço dotado de um equipamento preciso capaz de responder às exigências da certificação Cosc. Isto sem renunciar à elegância e à estratégia de preços acessíveis da marca. O lançamento do seu primeiro movimento mecânico de corda automática - o calibre Baumatic BM12-1975A - simboliza, no entanto, uma mutação. E representa a primeira introdução combinada do grupo Richemont - uma mola espiral feita em silício e um escapamento de alto desempenho. Antimagnético, três vezes mais leve do que as ligas comuns usadas para as molas espirais, resistente à corrosão e menos sensível a pequenos impactos e vibrações repetidas, o silício permite um progresso em termos de inovação relojoeira.
Este calibre Baumatic BM12-1975A surge em cinco novos modelos da colecção Clifton. Esta gama, lançada há seis anos, apresenta um estilo urbano e elegante, mantendo-se fiel à tradição relojoeira. Esta peça contemporânea de aço, com um diâmetro de 40 mm e um desenho requintado, ostenta um mostrador branco com acabamento em porcelana para se integrar na sua era e fazer parte do futuro. Mas acima de tudo, é accionada por um calibre mecânico de corda automática, revolucionário, resistente e preciso. E reflecte o rosto masculino da marca. O mostrador branco revela a sobriedade das propostas. Coberto por um vidro safira abaulado, o caminho dos minutos em cinza antracite ou branco, consoante os modelos, segue o círculo idealmente proporcionado da caixa em aço de polimento acetinado.