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Quioto: À descoberta do Japão autêntico

A sociedade nipónica, desde sempre muito conservadora, tem adoptado ao longo dos anos uma maior viragem a ocidente, com tendência para a modernização e muitos riscos para a sua própria história. No entanto, há algumas cidades que procuram resistir à mudança.

09 de Abril de 2017 às 10:00
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Visitar Quioto é uma experiência única. Bem menos cosmopolita que a capital Tóquio, é uma cidade cheia de cultura e tradição. Em muitas ruas encontram-se casas de madeira, tipicamente japonesas, com plantas nas varandas e interiores de tatami. Um passeio pelo bairro de Gion, uma zona antiga e repleta de história, pode permitir-nos cruzar com uma geisha, um dos símbolos do país. Embora bastante recatadas, é possível vê-las noutros locais da cidade, onde as suas vestes impecavelmente cuidadas e os rostos de porcelana não as deixam passar despercebidas. São também elas as protagonistas das cerimónias do chá.

Na capital cultural do Japão, por entre cenários naturais deslumbrantes, e porque os japoneses cultivam a espiritualidade (Xintoismo), surgem por toda a cidade imponentes templos, na sua maioria budistas. Alguns dos imperdíveis são o Kinkaku-ji (Golden Pavilion), o Fushimi-inari e o Kiyomizu-dera. Por todo o lado sente-se um agradável cheiro a incenso e ouve-se, sobretudo, silêncio. E se nestes templos de grandes dimensões as sensações são de calma e tranquilidade, imagine-se nos pequenos centros de meditação zen onde se tiram os sapatos, se admiram pedras alinhadas e se ouvem pequenas quedas de água.


Um absoluto relaxe potencia o desenvolvimento mental e espiritual, uma característica dos japoneses também relacionada com as artes marciais que tiveram origem no país, como o judo, o karaté e o sumo. Estas actividades, hoje consideradas desportivas, além de técnicas de defesa, têm uma componente de formação moral do indivíduo, ajudando a obter o autocontrolo e a aperfeiçoar o corpo e a mente.

Outra particularidade da cultura japonesa é a forma singular como cuidam os jardins. A famosa arte de criar bonsais, cujos resultados são fascinantes, pode ser apreciada em qualquer recanto da cidade. A contrastar com as delicadas árvores em miniatura, o Bamboo Grove oferece um percurso por entre caules de bambu de perder de vista. São inúmeros em quantidade e absurdos em altura. Um labirinto de plantas gigantes.

Bem perto desta floresta imensa encontra-se o Monkey Park, um retiro de macacos onde os primatas vivem livremente, numa espécie de comunidade. De tão habituados que estão às pessoas que os visitam até parece que posam para as fotografias. A uma curta distância de Quioto, outro local de culto, onde os animais são reis, é Nara, uma pequena cidade com mais uns quantos templos, conhecida pela enorme colecção de veados que convivem amigavelmente com quem por ali passa.


Como ir

Não havendo voos directos desde Portugal para o Japão, chegar a Quioto envolve pelo menos uma escala (para Tóquio ou para Osaka), ou duas, se aquele for o destino. Os preços para as principais cidades podem chegar aos 500 euros, com compra antecipada.

Indicações úteis

Esta altura do ano é mágica para visitar o Japão. É a Sakura, a época das cerejeiras em flor, quando o verde, o rosa e o branco vão substituindo aos poucos os tons castanhos do Inverno. Ainda assim, qualquer altura até Outubro é excelente para conhecer o país.

Onde ficar

Nada como aproveitar para experimentar o alojamento típico em Quioto. Os ryokans têm preços variáveis, mas é sem dúvida uma forma interessante de descobrir algo mais sobre a cultura japonesa. Sendo possível ficar na zona tradicional de Gion, tanto melhor.


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