Notícia
Os mortos aritméticos
A história desta humanidade macaca a que pertencemos ensina-nos: nunca morrem mil pessoas, morre um homem, uma mulher de cada vez.
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Às oito da noite, os pivôs dos telejornais vêm trémulos de excitação recitar os "números". É o espectáculo obsceno da morte anónima. Replicam o ritual profano da Direcção-Geral da Saúde, que para si reservou o meio-dia, num "Angelus" de algarismos desumanos e sem rosto. O poeta García Lorca cantou a morte do matador Ignacio Sánchez Mejías, atravessado pelos cornos de um touro - "Eran las ...