Notícia
O regresso das tertúlias
Uma gema de ovo, duas fatias de pão frito em manteiga e queijo – coloca-se a gratinar. Era mais ou menos assim o prato que Maria Judite Mourão preparava para Fernando Pessoa. Ela era proprietária do Martinho da Arcada, onde o escritor passava muitos fins de tarde, e onde ainda hoje tem uma mesa guardada. O espaço lisboeta quer continuar a ser uma casa de literatura portuguesa e vai regressar às tertúlias, também para celebrar os seus 240 anos. O anfitrião dos encontros é Luís Machado, que lançou o livro “Martinho da Arcada – um café de todos nós”.
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Era naquela casa que Luís tomava um café antes de ir esperar a namorada ao barco. O barco vinha de Almada, ele estava em Lisboa, ao balcão do Martinho da Arcada. Foi assim nos dias de 1967. Luís tinha 17 anos. O café era um pouco escuro, mas ele sabia que numa das mesas se tinha sentado um dia Fernando Pessoa e foi conhecendo textos e poemas que o poeta ali escrevera. Foi também por isso que mais tarde bateu à porta do Martinho e começou a organizar ...