Notícia
O mundo português em Belém
Em 1940, aquele que foi o maior evento de propaganda de Salazar atraía três milhões de visitantes e Belém ganhava uma nova marca urbanística. Arquitectos, engenheiros e artistas juntaram-se na controversa obra que reuniu os mais acesos opositores do regime, retrata o livro “A Exposição do Mundo Português, a explicação de um lugar”.
"O arrabalde rural e fabril da Lisboa oitocentista." Assim era Belém, um lugar de contrastes vários, com hortas e olivais encostados a bairros operários, com casas de curtumes e estamparias ao lado dos palácios reais. Com um gasómetro fumegante nas traseiras da Torre de Belém. O território crescia desordenado. Em 1940, a Exposição do Mundo Português, apontada como a maior obra de propaganda da ditadura de Salazar, prensaria uma marca urbanística em Belém, com a contestação daqueles que foram alvo de expropriações compulsivas e com as críticas de quem censurava os gastos avultados no evento que celebrava o duplo centenário da fundação e da restauração da nacionalidade (1140 e 1640). Arquitectada por Cottinelli Telmo, a controversa exposição acabaria por funcionar também como espaço de afirmação colectiva de arquitectos e artistas modernistas, alguns com ideias assumidamente opostas às do regime.
"Temos tendência para encarar a Exposição do Mundo Português apenas como a glorificação do regime. Sem dúvida que foi. Mas, do ponto de vista urbanístico, o evento alterou a zona envolvente da mesma forma que a Expo'98 transformou o Parque das Nações. E foi um dos acontecimentos mais interessantes do ponto de vista cultural e artístico do século XX português", sublinha, ao Negócios, a historiadora Margarida Magalhães Ramalho, coordenadora do livro "A Exposição do Mundo Português, a explicação de um lugar", uma iniciativa de António Lamas, presidente do CCB entre Outubro de 2014 e Março de 2016, que contemplava uma exposição no Museu de Arte Popular. Cancelada a mostra, o material recolhido está concentrado numa obra que reúne textos de Margarida Cunha Belém, Henrique Cayatte, José Sarmento de Matos, entre outros autores, e tem os testemunhos de Isabel Cottinelli, filha de Cottinelli Telmo, e Mafalda Ferro, neta de António Ferro, o escritor que dirigiu o Secretariado de Propaganda Nacional e que colocou em marcha a chamada "política do espírito".
A marca urbanística
"A Exposição do Mundo Português representou, do ponto de vista urbanístico, a grande mudança em Belém, zona que ainda hoje funciona sob as regras ditadas pela exposição. Até o CCB foi construído no local do Pavilhão dos Portugueses no Mundo", aponta a coordenadora do livro, que vai retratando a história daquele território. "Por estas bandas, muitas casas senhoriais tiveram as suas quintas de lazer, não só devido ao prestígio do lugar, como pela suavidade do clima e pela beleza da paisagem. Quando D. João V adquire algumas delas, nomeadamente as do conde de Aveiras, Belém inicia a sua ligação à Casa Real. A ida da corte para o Brasil, em 1807, devido à iminente chegada de Junot, as lutas liberais que dividiram o país entre 1828 e 1834 e a extinção das ordens religiosas em consequência directa do liberalismo acabarão por condenar este lugar a um destino mais prosaico, o de arrabalde rural e fabril da Lisboa oitocentista", escreve a historiadora. "Quando Cottinelli Telmo foi chamado para gizar o Plano da Exposição do Mundo Português, foi confrontado com um casario que quase encostava ao Mosteiro e que encobria parte da sua fachada, tanto a poente como a nascente."
Habitantes e comerciantes locais foram expropriados das suas casas, apesar das contestações testemunhadas pelo jornal Ecos de Belém, que falava no "ciclone centenário". Alguns moradores não terão, sequer, recebido as devidas indemnizações, salienta Margarida Magalhães Ramalho. "Apesar de todos os protestos e dramas humanos, as demolições que então se fizeram restituíram ao Mosteiro a sua dignidade, desafrontando-o de construções, muitas delas de pobre qualidade arquitectónica. (…) Graças a uma geração de excepção de arquitectos e artistas e à dupla António Ferro e Duarte Pacheco, o pacato lugar de Belém, de hortas, searas e fábricas, reinventou-se com a Exposição do Mundo Português, transformando-se naquilo que é hoje."
Os modernistas
Celebrava-se o duplo centenário da fundação e da restauração da nacionalidade (1140 e 1640) e, sob os comandos do ministro Duarte Pacheco, Portugal assistia a uma empreitada de obras públicas, como estradas, escolas e hospitais, e ao restauro de monumentos. Festas populares, comemorações, cortejos e exposições sucediam-se para alegrar os portugueses. Para unir o povo e "expulsar o espírito da tristeza e do mal", palavras usadas por Salazar durante a apresentação da Exposição do Mundo Português. "Percebe-se que havia um objectivo aglutinador de restituir uma certa auto-estima aos portugueses que estavam muito desavindos entre si com a questão do final da I República", salienta Margarida Magalhães Ramalho.
Em 1934, seguindo a tendência dos outros impérios, Portugal organizava a Exposição Colonial no Palácio de Cristal, em cujos jardins foram recriadas as aldeias espalhadas pelo Império. Das colónias vieram indígenas para compor o cenário daquela "Disneylândia 'avant la lettre'", que atraiu um milhão de visitantes. Três anos depois, Portugal voltava a "brilhar" na Exposição Internacional de Paris, com um pavilhão desenhado por Keil do Amaral e obras de artistas como Emmerico Nunes, Thomaz de Mello e Salvador Barata Feyo. Sobre a presença portuguesa na mostra, o jornal de esquerda La Vie Ouvriére escrevia então: "É a mais sedutora, a mais delicada e inteligente propaganda fascista que nos é dado ver."
Os rasgos modernistas também vão estar presentes na Exposição do Mundo Português. Sob a orientação de Cottinelli Telmo, estavam os arquitectos cosmopolitas da famosa geração de 90, como Cristino da Silva, Pardal Monteiro, Carlos Ramos, Jorge Segurado e Cassiano Branco, com ideias assumidamente opostas às do regime. Juntavam-se-lhes uma equipa de engenheiros, escultores e pintores, como Almada Negreiros. E, entre os 43 artistas elencados na ficha técnica, estavam 10 mulheres - Adelina Berta de Oliveira, Estrela de Faria, Irene Lapa, Maria Adelaide Lima Cruz, Maria Clementina Carneiro de Moura, Maria Keil, Mily Possoz, Sarah Affonso, Regina Santos e Vitória Pereira. "Num país que inicia o século XX com o movimento modernista, das artes plásticas à arquitectura, começando no grupo do Orpheu e onde só homens são referidos, esta pequena representação feminina é, mais do que significativa, importante", escreve, na obra agora lançada, a investigadora Maria Cunha Belém.
A partir da exposição, também o desenho em Portugal iria mudar, retrata o designer Henrique Cayatte no texto "O poder do desenho". "Mas, ao contrário da posição de 'neutralidade' do país na guerra, o desenho desta exposição não é 'neutro' (…) O desenho está por todo o lado." Em livros, folhetos, cartazes, postais e embalagens orientados para os valores da família, da religião e de um Portugal imperial num tempo em que não se falava em design português. "O design no Portugal de 1940 vai antecipar a entrada na cena profissional da que veio a chamar-se a primeira geração de designers", provenientes das chamadas artes plásticas, refere Cayatte.
"Apontada como sendo simultaneamente 'ancestral e moderna', a arquitectura da Exposição conseguiu reunir num aplauso consensual e inédito mesmo os mais acesos opositores do regime", escreve, também, João Paulo Martins. E até personalidades como Jaime Cortesão foram autorizadas a sair do Forte de Peniche para visitar a grande mostra portuguesa, assinala Margarida Magalhães Ramalho. "António Ferro era um homem do mundo, um homem mais culto, e conseguia agregar gente de todos os quadrantes políticos, sobretudo do modernismo, uma ligação que até era contestada pela facção mais conservadora do regime."
O Oásis na Europa
Numa Europa a ferro e fogo e com Portugal a abarrotar de refugiados, nascia a Exposição do Mundo Português, pretexto, também, para melhorar os espaços públicos envolventes. Começava a nascer assim a Praça do Império, aberta ao Tejo, um "átrio de honra" do evento. Integrar o rio na exposição era um objectivo dos seus arquitectos, que criaram um "espelho de água" em frente à Doca de Belém, transformando o lugar numa espécie de oásis à beira rio plantado quando a Europa tremia. "A 22 de Junho de 1940, numa cerimónia carregada de simbolismo, França era obrigada a assinar, na mesma carruagem onde ditara os destinos da Alemanha em 1919, a rendição e a aceitar a ocupação alemã. No dia seguinte, inaugurava-se em Belém a Exposição do Mundo Português, lançando-se milhares de pombos, uma verdadeira alegoria à paz que se vivia em Portugal", escreve Margarida Magalhães Ramalho.
O escritor e aviador Antoine de Saint-Exupéry, de passagem por Lisboa, testemunhava: "Lisboa apareceu-me como uma espécie de paraíso claro e triste. Falava-se então de uma invasão iminente e Portugal agarrava-se à ilusão da sua felicidade. Lisboa, que tinha construído a exposição mais bela do mundo, sorria com um sorriso um pouco pálido, como o das mães que não tendo notícias de um filho que está na guerra, se esforçam por o salvar só com a sua confiança." Também George Rony, produtor de cinema, escrevia: "O que mais me impressionou foi o facto de este festival poder coexistir a poucos milhares de quilómetros dos horrores indescritíveis da guerra."
A Exposição do Mundo Português encerrou a 2 de Dezembro de 1940. Poucas semanas depois, Lisboa era atingida por um ciclone que danificou grande parte dos pavilhões e destelhou outros. Algumas estruturas da exposição foram mantidas até à década de 1950, outras permanecem no território, tais como o Museu de Arte Popular, o espaço Espelho d'Água, parte do actual Clube Naval de Lisboa, a Praça do Império e o Padrão dos Descobrimentos, que foi reconstruído em betão e pedra no ano 1960, aponta Margarida Magalhães Ramalho. "Quer se queira, quer não, o espírito da Exposição tem-se mantido vivo desde 1940."
"Temos tendência para encarar a Exposição do Mundo Português apenas como a glorificação do regime. Sem dúvida que foi. Mas, do ponto de vista urbanístico, o evento alterou a zona envolvente da mesma forma que a Expo'98 transformou o Parque das Nações. E foi um dos acontecimentos mais interessantes do ponto de vista cultural e artístico do século XX português", sublinha, ao Negócios, a historiadora Margarida Magalhães Ramalho, coordenadora do livro "A Exposição do Mundo Português, a explicação de um lugar", uma iniciativa de António Lamas, presidente do CCB entre Outubro de 2014 e Março de 2016, que contemplava uma exposição no Museu de Arte Popular. Cancelada a mostra, o material recolhido está concentrado numa obra que reúne textos de Margarida Cunha Belém, Henrique Cayatte, José Sarmento de Matos, entre outros autores, e tem os testemunhos de Isabel Cottinelli, filha de Cottinelli Telmo, e Mafalda Ferro, neta de António Ferro, o escritor que dirigiu o Secretariado de Propaganda Nacional e que colocou em marcha a chamada "política do espírito".
"A Exposição do Mundo Português representou, do ponto de vista urbanístico, a grande mudança em Belém, zona que ainda hoje funciona sob as regras ditadas pela exposição. Até o CCB foi construído no local do Pavilhão dos Portugueses no Mundo", aponta a coordenadora do livro, que vai retratando a história daquele território. "Por estas bandas, muitas casas senhoriais tiveram as suas quintas de lazer, não só devido ao prestígio do lugar, como pela suavidade do clima e pela beleza da paisagem. Quando D. João V adquire algumas delas, nomeadamente as do conde de Aveiras, Belém inicia a sua ligação à Casa Real. A ida da corte para o Brasil, em 1807, devido à iminente chegada de Junot, as lutas liberais que dividiram o país entre 1828 e 1834 e a extinção das ordens religiosas em consequência directa do liberalismo acabarão por condenar este lugar a um destino mais prosaico, o de arrabalde rural e fabril da Lisboa oitocentista", escreve a historiadora. "Quando Cottinelli Telmo foi chamado para gizar o Plano da Exposição do Mundo Português, foi confrontado com um casario que quase encostava ao Mosteiro e que encobria parte da sua fachada, tanto a poente como a nascente."
Habitantes e comerciantes locais foram expropriados das suas casas, apesar das contestações testemunhadas pelo jornal Ecos de Belém, que falava no "ciclone centenário". Alguns moradores não terão, sequer, recebido as devidas indemnizações, salienta Margarida Magalhães Ramalho. "Apesar de todos os protestos e dramas humanos, as demolições que então se fizeram restituíram ao Mosteiro a sua dignidade, desafrontando-o de construções, muitas delas de pobre qualidade arquitectónica. (…) Graças a uma geração de excepção de arquitectos e artistas e à dupla António Ferro e Duarte Pacheco, o pacato lugar de Belém, de hortas, searas e fábricas, reinventou-se com a Exposição do Mundo Português, transformando-se naquilo que é hoje."
Os modernistas
Celebrava-se o duplo centenário da fundação e da restauração da nacionalidade (1140 e 1640) e, sob os comandos do ministro Duarte Pacheco, Portugal assistia a uma empreitada de obras públicas, como estradas, escolas e hospitais, e ao restauro de monumentos. Festas populares, comemorações, cortejos e exposições sucediam-se para alegrar os portugueses. Para unir o povo e "expulsar o espírito da tristeza e do mal", palavras usadas por Salazar durante a apresentação da Exposição do Mundo Português. "Percebe-se que havia um objectivo aglutinador de restituir uma certa auto-estima aos portugueses que estavam muito desavindos entre si com a questão do final da I República", salienta Margarida Magalhães Ramalho.
Em 1934, seguindo a tendência dos outros impérios, Portugal organizava a Exposição Colonial no Palácio de Cristal, em cujos jardins foram recriadas as aldeias espalhadas pelo Império. Das colónias vieram indígenas para compor o cenário daquela "Disneylândia 'avant la lettre'", que atraiu um milhão de visitantes. Três anos depois, Portugal voltava a "brilhar" na Exposição Internacional de Paris, com um pavilhão desenhado por Keil do Amaral e obras de artistas como Emmerico Nunes, Thomaz de Mello e Salvador Barata Feyo. Sobre a presença portuguesa na mostra, o jornal de esquerda La Vie Ouvriére escrevia então: "É a mais sedutora, a mais delicada e inteligente propaganda fascista que nos é dado ver."
Os rasgos modernistas também vão estar presentes na Exposição do Mundo Português. Sob a orientação de Cottinelli Telmo, estavam os arquitectos cosmopolitas da famosa geração de 90, como Cristino da Silva, Pardal Monteiro, Carlos Ramos, Jorge Segurado e Cassiano Branco, com ideias assumidamente opostas às do regime. Juntavam-se-lhes uma equipa de engenheiros, escultores e pintores, como Almada Negreiros. E, entre os 43 artistas elencados na ficha técnica, estavam 10 mulheres - Adelina Berta de Oliveira, Estrela de Faria, Irene Lapa, Maria Adelaide Lima Cruz, Maria Clementina Carneiro de Moura, Maria Keil, Mily Possoz, Sarah Affonso, Regina Santos e Vitória Pereira. "Num país que inicia o século XX com o movimento modernista, das artes plásticas à arquitectura, começando no grupo do Orpheu e onde só homens são referidos, esta pequena representação feminina é, mais do que significativa, importante", escreve, na obra agora lançada, a investigadora Maria Cunha Belém.
A partir da exposição, também o desenho em Portugal iria mudar, retrata o designer Henrique Cayatte no texto "O poder do desenho". "Mas, ao contrário da posição de 'neutralidade' do país na guerra, o desenho desta exposição não é 'neutro' (…) O desenho está por todo o lado." Em livros, folhetos, cartazes, postais e embalagens orientados para os valores da família, da religião e de um Portugal imperial num tempo em que não se falava em design português. "O design no Portugal de 1940 vai antecipar a entrada na cena profissional da que veio a chamar-se a primeira geração de designers", provenientes das chamadas artes plásticas, refere Cayatte.
"Apontada como sendo simultaneamente 'ancestral e moderna', a arquitectura da Exposição conseguiu reunir num aplauso consensual e inédito mesmo os mais acesos opositores do regime", escreve, também, João Paulo Martins. E até personalidades como Jaime Cortesão foram autorizadas a sair do Forte de Peniche para visitar a grande mostra portuguesa, assinala Margarida Magalhães Ramalho. "António Ferro era um homem do mundo, um homem mais culto, e conseguia agregar gente de todos os quadrantes políticos, sobretudo do modernismo, uma ligação que até era contestada pela facção mais conservadora do regime."
O Oásis na Europa
Numa Europa a ferro e fogo e com Portugal a abarrotar de refugiados, nascia a Exposição do Mundo Português, pretexto, também, para melhorar os espaços públicos envolventes. Começava a nascer assim a Praça do Império, aberta ao Tejo, um "átrio de honra" do evento. Integrar o rio na exposição era um objectivo dos seus arquitectos, que criaram um "espelho de água" em frente à Doca de Belém, transformando o lugar numa espécie de oásis à beira rio plantado quando a Europa tremia. "A 22 de Junho de 1940, numa cerimónia carregada de simbolismo, França era obrigada a assinar, na mesma carruagem onde ditara os destinos da Alemanha em 1919, a rendição e a aceitar a ocupação alemã. No dia seguinte, inaugurava-se em Belém a Exposição do Mundo Português, lançando-se milhares de pombos, uma verdadeira alegoria à paz que se vivia em Portugal", escreve Margarida Magalhães Ramalho.
O escritor e aviador Antoine de Saint-Exupéry, de passagem por Lisboa, testemunhava: "Lisboa apareceu-me como uma espécie de paraíso claro e triste. Falava-se então de uma invasão iminente e Portugal agarrava-se à ilusão da sua felicidade. Lisboa, que tinha construído a exposição mais bela do mundo, sorria com um sorriso um pouco pálido, como o das mães que não tendo notícias de um filho que está na guerra, se esforçam por o salvar só com a sua confiança." Também George Rony, produtor de cinema, escrevia: "O que mais me impressionou foi o facto de este festival poder coexistir a poucos milhares de quilómetros dos horrores indescritíveis da guerra."
A Exposição do Mundo Português encerrou a 2 de Dezembro de 1940. Poucas semanas depois, Lisboa era atingida por um ciclone que danificou grande parte dos pavilhões e destelhou outros. Algumas estruturas da exposição foram mantidas até à década de 1950, outras permanecem no território, tais como o Museu de Arte Popular, o espaço Espelho d'Água, parte do actual Clube Naval de Lisboa, a Praça do Império e o Padrão dos Descobrimentos, que foi reconstruído em betão e pedra no ano 1960, aponta Margarida Magalhães Ramalho. "Quer se queira, quer não, o espírito da Exposição tem-se mantido vivo desde 1940."