Notícia
Não vão aos festivais, mas vão dar festival
Como se já não fosse suficientemente bom o que vai andar pelos festivais, ainda há isto: concertos em nome próprio de gente que pode salvar vidas ao vivo. O Verão vai ter Bon Iver, o Outono vai perder a cabeça com o "rock'n'roll" e, pelo meio, vem aí um poeta. São destaques possíveis do cartaz paralelo aos festivais - há mais além destes, mas tem de se começar por algum sítio.
13 de Abril de 2012 às 10:31
Bon Iver |
Justin Vernon, que é o nome do rapaz, é um tipo muito especial. Ele faz cantigas que arrepiam gente apaixonada e desencantada, de esquerda e de direita, rebeldes e mansinhos, fãs do Ronaldo e do Messi - já se percebeu a ideia. Isto é música que purifica, de tão triste que às vezes é; isto é música que arrebata, de tão contida que tantas vezes é; isto é música avassaladora, de tão tocante que sempre é. E dá-nos vontade de ser melhores pessoas - sim, é graciosa a este ponto.
Cuidado com "rock'n'roll"
The Black Keys |
Ora, esta malta não tem medo de soar ao passado, mas é absolutamente actual. E quando se apanha um bom tema dos meninos, dá vontade de beber umas cervejas, andar de mota e até de dizer um palavrão ou outro - no fundo, o povo pode sentir-se rebelde a ouvir isto.
Quando vierem a Portugal, os The Black Keys vão ter de provar que são capazes de domar uma sala grande - o Pavilhão Atlântico, em Lisboa, já está reservado. O "rock'n'roll" à antiga está marcado para 27 de Novembro e vem aí rapaziada que não receia sujar a guitarra com distorção e que até arrisca umas danças (há que espreitar com urgência o vídeo de "Lonely Boy", porque aprende-se coisas - o "rock" merecia uma dança assim).
O senhor Cohen
Leonard Cohen |
O que não se sabe ainda é se todas as mulheres que admitem abrir excepções andam a ouvir estas histórias do senhor Cohen, mas pelo menos as portuguesas podem conhecer os detalhes em breve. A 7 de Setembro, o Pavilhão Atlântico vai receber um dos nomes essenciais da música que se fez e se faz.
E como se pode estar a correr o risco de isto soar a um manifesto dos homens normais, que se saiba que há algo maior que nos resgata a todos. O senhor Cohen disse tudo no mesmo "Chelsea Hotel": "Well never mind, we are ugly but we have the music".
Ora nem mais.