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Mário de Carvalho: “A nossa prosa tem de responder a 900 anos de História”

Mário de Carvalho resiste a escrever – escrever é delicado e difícil, diz –, mas há um dia em que a vontade da história quase se sobrepõe à vontade do autor. “As histórias impõem-se-nos”, diz o escritor português, que completa 40 anos de vida literária.

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"Era uma vez uma história que tinha uma grande vontade de ser contada". A frase de Luísa Costa Gomes foi escolhida pelo escritor Mário de Carvalho para abrir o livro "O Homem do Turbante Verde", reeditado pela Porto Editora. "As histórias impõem-se-nos de facto, às vezes andam connosco durante anos, e a certa altura temos mesmo de as escrever", diz o romancista, contista e dramaturgo português, que completa 40 anos de vida literária. Num outro tempo foi um advogado que escrevia livros, depois passou a ser um escritor que já foi advogado. Recorda a sua prisão política, revive a aventura com "Pepe", o passador espanhol que o levou até França – onde chegou a chamar-se Domingos Martins Carvalho, o nome do pai.




"O Homem do Turbante Verde" voltou, 10 anos depois da primeira edição. O que nos diz agora?

A Porto Editora tem procedido à reedição das minhas obras, chegou a vez de "O Homem do Turbante Verde" se apresentar de novo. Fui passando uma vista de olhos por cima do livro e penso que não há nenhum desgaste no tempo. Normalmente, não gosto de me ler, e não me releio. Depois de impressos, não toco mais nos meus textos. Recolho o livro, ponho-o na estante, fica a lombada. Uma vez acabado e publicado, o livro faz a sua vida, já não me pertence. Segue o seu caminho, a sua marcha, e eu não interfiro mais. Mexer-lhe, depois, seria quase uma intromissão.

Sente que é uma oferenda ao leitor?
É qualquer coisa que apresentamos ao leitor para que faça do livro aquilo que bem entender. Mais: para que escreva, com o livro, o seu próprio livro. Nenhum de nós, ao ler, está a configurar aquilo que um autor pensou quando escreveu o livro. A partir das nossas experiências de vida, estamos também a escrever o livro (que lemos).

Começa o livro com uma frase de Luísa Costa Gomes: "Era uma vez uma história que tinha uma grande vontade de ser contada." As histórias têm vontade própria?
É uma frase espantosa. Muitas vezes as histórias impõem-se-nos. Durante o sono, por exemplo, começam a formar-se personagens e situações que, na sua maioria, são esquecidas, noutros casos são aproveitadas, e não é invulgar um conto nascer de uma reminiscência de uma noite mal dormida (ou bem dormida, não sei). As histórias impõem-se-nos de facto, às vezes andam connosco durante anos, e a certa altura temos mesmo de as escrever. Aparecem todas as noites, há pormenores que vão sendo acrescentados, outros que vão sendo retirados, e um dia sentamo-nos à mesa e a vontade da história é satisfeita. Rendemo-nos à história que se nos impôs.

Consegue arrancá-lo de uma certa procrastinação?
Não resistimos. E eu resisto a escrever – escrever é complicado, difícil. Lidamos com uma matéria muito delicada, a língua portuguesa, e estamos também a dirigir-nos ao outro, ao leitor, por quem devemos ter o maior respeito. A nossa prosa tem de responder a 900 anos de História, e as nossas histórias têm também de ser apreciadas e julgadas, lidas e refeitas pelo leitor. Isso implica responsabilidade. Não é de ânimo leve que escrevemos. Há escritores que até têm rituais antes de começarem a escrever. Não é exatamente o meu caso. Mas é verdade que, na altura da máquina de escrever, havia um aparato quase ritualístico, que desapareceu com os computadores. A nossa relação com a escrita passou a ser muito diferente. Desapareceram as teclas ruidosas e difíceis; desapareceu assim aquele rito introdutório de verificação das tintas e do papel. Neste momento não tenho ritual algum, a não ser abrir o Word e concretizar aquilo em que pensei ou em que vou pensando. Costumo dizer que os textos podem nascer debaixo dos dedos, e quase nunca o conjunto está perfeito e completo. No sono, podemos ter uns arrebates, há uma imagem ou outra que aparece, uma personagem que entra ou não entra, mas o ajuste de contas é feito com o teclado em frente; é com o teclado que o texto se vai desenhando sob os nossos olhos.

Falava do respeito pelo outro e pela língua portuguesa, uma matéria delicada, dizia.
Sim, porque muita coisa foi escrita e muito bem escrita. Portugal tem grandes escritores. Para não ir mais longe, no século XIX, temos génios como Camilo Castelo Branco e Eça de Queiroz; no século XX, temos também um conjunto de bons escritores, e há mesmo quem diga que esse é o século de ouro da literatura portuguesa e não o século XVI. Não sou um estudioso da literatura e não me atrevo a fazer esse tipo de comparações. Sou um escritor, um curioso, ando pelos séculos fora, tomo em conta esses 900 anos de História, vou mais atrás ou mais à frente, e de vez em quando apetece-me passar os olhos por um Fernão Lopes – a "Crónica de El-Rei D. João", por exemplo, é extremamente interessante e dá-nos uma perspetiva do fundo histórico da nossa língua. E temos os textos, perfeitamente díspares entre si na forma e na capacidade expressiva, da história trágico-marítima: nós passámos por isto, isto somos nós também, é a nossa vida passada enquanto povo. De uma forma ou de outra, este fundo histórico tem de estar presente na nossa escrita.

Esse legado tem sido esquecido?
Tenho a impressão de que, há algum tempo, a literatura é muito subestimada e muito posta de lado pela comunicação social. As publicações quase fazem o favor de ter umas páginas sobre literatura, para que não se diga que não tratam do assunto, mas a atitude geral é de desinteresse. Fala-se muito pouco de livros e, no entanto, a nossa literatura tem todos estes séculos, tem todos estes grandes nomes, e continua a ter. Há uma série de autores a estrear-se, devo dizer que não conheço a maior parte deles, mas sei que estão a produzir, sei que essa literatura se mantém viva, sei que a minha geração não é a última geração da escrita. Mas há realmente uma espécie de desincentivo à leitura, como se o livro fosse qualquer coisa de supérfluo. Muitas vezes a literatura é considerada uma espécie de enfeite, como qualquer coisa que pode ser deixada para depois. Seria desejável que as pessoas partissem para a leitura com o conhecimento do acervo histórico dos grandes escritores portugueses. Não sei se fará sentido ler Mário de Carvalho sem ter lido Eça de Queiroz, Camilo ou Gil Vicente, porque, no fundo, esses autores jogam uns com os outros. Também me formaram a mim, e alguma coisa do que escreveram está naquilo que escrevo agora. Recuperar esta linha sucessória parece-me importante, a nossa língua tem um lastro considerável, e é preciso conhecê-lo.

No seu mural do Facebook, quase todos os dias rememora algum autor.
O Facebook é aquilo que tenho à mão, é uma distração, o que lá aparece escrito é o que me ocorre a cada momento. Mas fiz questão de aproveitar esse espaço para nomear autores contemporâneos de que se fala muito pouco. Por exemplo, tenho a ideia, pode ser errada, de que há muito pouca gente a ler Aquilino Ribeiro. E não é improvável que haja muito pouca gente a ser capaz de ler Aquilino Ribeiro, isso é o que mais me preocupa. Ele tem um vocabulário extremamente rico, com construções únicas, domina perfeitamente a língua portuguesa nos seus vários momentos, é um homem com uma cultura literária vastíssima. E o leitor pode não estar preparado para esse embate. Isto remete-nos sempre para o mesmo problema: a importância que se dá, ou não, à literatura, nomeadamente na escola. Não vejo que haja no ensino um estímulo à leitura.

Considera que a escrita narrativa ganhou, entretanto, um novo fôlego? Por exemplo, disse que o meio literário português dos anos 1960/1970 desvalorizava a obra "A Selva", de Ferreira de Castro: "Escrita jornalística", dizia-se.
"A Selva" foi um livro muitíssimo lido, em todas as casas da chamada classe média do meu tempo havia um exemplar. Ferreira de Castro era um dos escritores mais conhecidos, mais propalados. Depois, no final dos anos 1960, por influência francesa, instalou-se a conceção da literatura como um trabalho sobre a escrita, sobre a língua, com um completo menosprezo pelas histórias, pelas personagens, pela ideia de princípio, meio e fim. Claro, houve autores muito bons nesta época, mas existiu também uma espécie de parêntesis na arte de contar histórias. A maneira de trabalhar a língua era algo considerado mais importante. Hoje, a história com princípio, meio e fim está a ser de novo valorizada, não descurando a língua riquíssima e cheia de potencialidades. Recuperar as categorias da narrativa é fundamental. Nunca nos cansaremos de ler "A Ilíada" e a "Odisseia", esses livros continuam vivos, continuam a falar-nos, e a literatura vai sempre permanecendo.

O seu respeito pela língua portuguesa leva-o a estar sempre munido de dicionários – de tudo e mais alguma coisa.
Eu não confio muito na minha memória e nem sempre é fácil encontrar o vocábulo adequado, aquele que nos vem à ideia nem sempre serve, por diversas razões, às vezes por razões de eufonia, não soa bem. O dicionário ajuda-nos a recolher um leque de palavras que pode ser encaixado num texto que estamos a escrever. Eu não hesito nada em recorrer ao dicionário, e penso que não é motivo de orgulho alguém escrever sem dicionário. Pode ser que tenha a língua portuguesa toda na cabeça, com o passado e o presente decorados, não sei…

Ainda hoje tem dicionários físicos junto de si?
Tenho, debaixo da mesa estão dois dicionários, um deles é um dicionário de sinónimos, velho, todo roto; tenho um novo na estante, mas habitualmente uso este. Não acho que haja vanglória em prescindir dos dicionários, são instrumentos de trabalho. Mas utilizo-os no meu trabalho corrente, que não se pense que estou a procurar palavras difíceis – vamos lá descobrir uma palavra que o leitor não conheça… Não há a intenção de impressionar com o conhecimento de palavras.

A sua primeira obra, "Contos da Sétima Esfera", foi publicada em 1981, há 40 anos. Começou a escrever muito antes disso. Aliás, mostrou as primeiras histórias a um amigo, mas ficou desanimado com a sua reação.
Isso aconteceu lá para os anos 1960, mostrei-as um amigo, que me disse, eh pá, deixa lá os surrealismos... Bem, o texto devia ser um pouco surrealizante, penso eu, e esse meu amigo dizia: os surrealistas já fizeram isso, os franceses estão fartos de o fazer, deixa-te disso. Eu levei-o a sério, e durante alguns anos não voltei à escrita.

Escreveu desde sempre?
Sim, fui colaborador do Diário de Lisboa juvenil, e também escrevia as minhas coisas, mas era apenas um exercício que ia fazendo de vez em quando, até que lá para 1980 me surgiu esta obsessão por aquilo que mais tarde iria dar origem a "O Livro Grande de Tebas, Navio e Mariana". Fiquei obcecado com aquela cidade, Tebas, não a Tebas histórica, é uma Tebas minha, uma cidade sombria, silenciosa, de que o livro trata. Foi uma obsessão e acabou por vir a lume só no terceiro livro, que é um livro pessoalíssimo, tem que ver com obsessões e escolhas particulares que não são fáceis de comunicar. Não posso dizer que seja um livro para o grande público.

Nasceu de uma necessidade?
Nasceu de uma necessidade de ir exteriorizando qualquer coisa que se ia formando e que aparecia durante o sono ou noutros momentos... às vezes, no tribunal! A sessão decorria com uma certa monotonia, e então uma história aparecia e começava a formar-se, peça a peça. A escrita é também uma resposta à monotonia, a um quotidiano que pode ser maçador e menos interessante.

O quotidiano começou então a parecer-lhe menos interessante? Cansou-se da advocacia?
A literatura começou a impor-se. Costumo dizer que fui um advogado que escrevia livros, e a partir de certa altura comecei a ser um escritor que já foi advogado. Acabei por deixar a minha inscrição na Ordem dos Advogados e dediquei-me só a escrever, ou a não fazer nada! É o tempo da reforma, não é?

A advocacia de causas deixou de lhe fazer sentido? Ou deixaram de existir grandes causas?
Não deixaram de existir causas, mas deixei de me sentir preparado para isso, e ao mesmo tempo comecei a ser solicitado por outra coisa que se me impunha, a tal necessidade de escrever. A advocacia exige um grande esforço de estudo dos casos e do Direito, e esse esforço era um bocado incompatível com a necessidade de ir reelaborando sucessivamente uma história, um texto. Para outras pessoas pode ser conjugável, para mim não foi. Optei pela escrita, e fui escrevendo.

Como se lhe afigurou a pandemia?
Li há muitos anos o "Diário da Peste de Londres", de Daniel Defoe, e também "A Peste", de Camus, mas nunca supus que iria estar numa situação semelhante. Na minha juventude, houve uma vaga de gripe asiática, mas isso era passado e nunca pensei que viéssemos a ter uma epidemia assim. Foi uma surpresa, estou à espera de ver o que me acontece, não sei. Não sou tentado de forma alguma a escrever sobre a pandemia. Pode ser que daqui a uns anos me ocorra, mas não será para rememorar, será para inventar qualquer coisa à volta disso. Mas não é o que me ocorre neste momento, não sinto a necessidade de comentar o presente com aquilo que escrevo.

Continua a escrever de madrugada?
Agora sou menos madrugador, deito-me por volta das 2 horas. Antigamente escrevia noite fora, de facto, mas agora não sinto esse impulso de escrever e de ir acumulando; vai acontecendo. As coisas mudam com a idade, a nossa ligação com a escrita muda também. Aquilo que antes se impunha quase tumultuosamente, a partir de certo momento, é feito com mais calma.

Não se obriga tanto a fazê-lo?
Não, nunca ninguém me exigiu um livro, nunca tive essa pressão, de vez em quando perguntam, amavelmente…, mas nunca pressionaram, tenho ideia de que um livro feito à pressão é capaz de ser pouco autêntico.

Enquanto advogado, como olha para os grandes processos judiciais em Portugal?
O poeta romano Horácio escrevia algo como: o castigo aproxima-se com pé claudicante. Ou seja, a Justiça demora, vem coxeando, aproxima-se a coxear. Será esse o caso, se calhar chegou a altura de prestar contas. Talvez, no fim de tudo, este país fique um bocadinho mais purificado. Se calhar, esta é uma expressão um bocado forte, mas os casos de corrupção eram considerados quase uma normalidade – espero que a partir de agora tudo isto se vá revertendo.

Temos uma democracia mais forte, ou as democracias estão muito beliscadas?
Não há regimes perfeitos, não há homens perfeitos, não há sociedades perfeitas. Com todas as suas imperfeições, com todas as suas falhas, com todos os riscos e perigos em volta, não há regime que melhor assegure a liberdade dos cidadãos e a cidadania do que a democracia. Por muitos defeitos que possamos apontar, é o regime em que quero viver. Bati-me por isso, e paguei preços por isso, prezo muito que neste momento possamos estar aqui a conversar à vontade sem qualquer preocupação, estamos em liberdade, e isso é uma coisa que respeito muito.

E às vezes esquecemo-nos disso?
Se calhar as novas gerações não têm a ideia do que "isto" custou, do que custou em prisões, do que custou em vidas estragadas, do que custou em gerações sacrificadas. Não foi uma dádiva do céu, aquilo que nos aconteceu, foi a vontade de um trabalho profícuo de anos e anos de vitórias e derrotas, de avanços e recuos.

Bateu-se pela liberdade, esteve preso. Não se sente amargurado, então?
Felizmente, estou bem rodeado. Tenho uns netos que estão informados, que são interessados e bons leitores. Não é mérito meu, é mérito deles, e mérito das minhas filhas também. Ao todo, fiquei preso 14 meses, não foram seguidos, houve um intervalo de alguns meses de liberdade provisória. Estive em Caxias e em Peniche. Depois fui para França, com um passador, uma pessoa que encontrei perto de Leiria, de quem nunca soube o nome, e ele também não sabia o meu, levou-me até junto da fronteira de Chaves. Fui por uns carreiros, passei um ribeiro, e a certa altura o indivíduo disse-me: o senhor está em Espanha, e entregou-me a um espanhol muito divertido, era o "Pepe". O "Pepe" ia sempre a cantarolar, mas que boa-disposição! Levou-me de carro até à fronteira francesa, e só quando a atravessei é que se foi embora. Era realmente muito simpático.

E depois o Mário foi para Paris.
Estive em Paris, mas não tinha passaporte – a polícia política em Portugal recusou-me sempre o passaporte –, e era complicado andar por lá sem documentos numa altura em que existia o problema na Argélia, ou reminiscências, e havia rusgas sucessivas. Tinha de ter cuidado e afastar-me da polícia o mais possível. Mas a dada altura, já posso dizer isto, o meu pai levou-me o passaporte dele, "perdeu-o", e alguém, com muita habilidade, afeiçoou o documento. Mais tarde entrei na Suécia com o nome Domingos Martins Carvalho, o nome do meu pai. O polícia sueco olhou para o passaporte e disse: que grande especialista! Estava realmente bem transformado... Mas os refugiados, quando lá chegavam, regularizavam logo a situação e recebiam uma espécie de passaporte de estrangeiros. Podíamos então circular à vontade por toda a Escandinávia.

Como era a vida na Escandinávia dos anos 1970?
Fiquei pouco tempo, entretanto o 25 de Abril rebentou. Cheguei a Portugal em maio. Lembro-me da alegria que senti logo no aeroporto. Estávamos num país livre! Nessa altura, respirava-se um ambiente benigno, de sorrisos, havia uma espécie de bem-aventurança. Lembro-me de ver o meu pai de braços abertos e muito bem-disposto à minha espera – ele era uma pessoa taciturna e reservada, mas estava de facto com uma grande alegria.

Também ele esteve preso.
Sim, e isso teve uma grande importância para mim, a prisão dele chocou-me muito. Foi em 1959, logo a seguir às eleições de Humberto Delgado. Esteve no Aljube, naquele casarão belíssimo, apodrecido ao pé. Eu ia todos os dias levar-lhe o jantar e ficou-me no ouvido o ruído das grades a abrir e a fechar, um ruído com o qual eu viria a ser confrontado pessoalmente mais tarde. Nunca mais me passou.

E a obra agora reeditada é também sobre tudo isso.
Também. É um livro que passa por muito lado, tem muitos territórios, pode fazer lembrar os "Contos da Sétima Esfera" – que acontecem nos sítios mais diversos e com configurações muito diferentes.

Para quando um novo livro?
Pode ser que apareça alguma coisa, não tem de ser necessariamente ficção. Teatro já está feito, ficou lá atrás, talvez as peças possam ser recuperadas por alguém. Talvez vá surgindo alguma coisa, não tenho pressa – com 19 ou 20 livros publicados, não tenho de me apressar. 

Uma vez publicado, o livro faz a sua vida, já não me pertence
A história com princípio, meio e fim está a ser
de novo valorizada
A escrita é também uma resposta à monotonia,
a um quotidiano que pode ser maçador
e menos interessante
Muitas vezes a literatura é considerada uma espécie de enfeite, como qualquer coisa que pode ser deixada para depois.
Se calhar, as novas gerações não têm
a ideia do que "isto" custou: o que custou em prisões, em vidas sacrificadas
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