Notícia
João Pinto Nogueira: O que é feito da revolução?
João Pinto Nogueira começou a fazer cinema quando no sector havia apenas meia dúzia de pessoas. Foi assistente de realização de alguns dos mais importantes cineastas portugueses. Como realizador, o seu trabalho está frequentemente ligado ao momento mais definidor da sua geração: o 25 de Abril, a passagem da ditadura para a democracia. Viu o pai fazer trabalho clandestino de resistência. Fugiu à guerra colonial. Voltou para Portugal, por coincidência, no 25 de Novembro, e ficou espantando por já não encontrar a revolução. No seu último filme fala da luta que ninguém gosta de lembrar: a luta armada. "Outra Forma de Luta" chega a Carlos Antunes, das Brigadas Revolucionárias, através de Nuno Bragança (1929-1985), um escritor que se tornou quase um mito, depois de ter ficado alguns anos esquecido, e reconstrói um diálogo entre os dois homens sobre o que afinal valeu a pena naqueles anos.
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1. Uma das razões para ter ido para Inglaterra foi por não concordar com a guerra colonial. Tinha 18 anos e conhecia a Europa da altura. Estive em Paris pouco antes do Maio de 68, já no início do movimento. Depois, tinha antecedentes familiares: o meu pai tinha sido preso pela PIDE duas vezes; a minha irmã mais velha tinha ido para a Suíça em 63, a seguir ao movimento estudantil de 62, e o meu cunhado era
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