O desacelerar a que a pandemia obrigou teve um duplo efeito na relação com a natureza: pôs a nu os ataques a que o ambiente está sujeito, com os níveis de poluição a caírem ao ritmo a que o confinamento cresceu, e intensificou a procura por atividades ao ar livre e por um maior contacto com o meio natural. Há, no entanto, pessoas que fazem do ambiente o seu modo de vida há vários anos. O Negócios foi conhecer alguns protagonistas que defendem a causa ambiental de formas tão diversas como o cinema, a fotografia, os passeios pedestres, a recuperação de animais selvagens ou a pastorícia.
João Cosme, o fotógrafo da natureza
Passar 12 horas ao frio ou com calor extremo, sozinho, em silêncio e com o risco de voltar a casa sem ter cumprido o objetivo é sinónimo de um dia bem passado para João Cosme. Natural de Vouzela, dedica-se à fotografia de natureza há 18 anos e tem calcorreado serras e vales, captando o quotidiano de lobos, abutres, melros-d’água e outra fauna selvagem.
"A fotografia era algo que fazia quando saía do trabalho. Só quando a empresa onde trabalhava faliu é que decidi levar o ‘hobby’ mais a sério. Os trabalhos foram surgindo e, quando dei por isso, já era profissional", recorda João, que na sua infância era espectador atento de programas como "O Homem e a Terra", de Félix Rodriguez de la Fuente.