Notícia
Destaques dos mercados em 2018
Subidas e descidas expressivas em bolsa, “trillion dollar babies” , criptomoedas e o petróleo estão entre os destaques deste ano.
Entradas e saídas em bolsa
As entradas e saídas da bolsa nacional mereceram o destaque do Negócios sobre a bolsa nacional. Ao nível internacional, a volatilidade foi um dos grandes marcos.
Crise nos emergentes atira Mota-Engil para pior ano desde 2010
2018 não foi um bom ano para a Mota-Engil. A construtora perdeu mais de metade do seu valor, ao desvalorizar cerca de 55%, arrastada pelas preocupações em torno dos mercados emergentes. Com uma forte exposição internacional, a companhia liderada por Gonçalo Moura Martins apenas gera 32% das suas vendas na Europa, com África a ser responsável por 29% do volume de negócios, enquanto a América Latina - uma das regiões mais pressionadas pela crise dos emergentes - representa a maior fatia: 39%. Com a empresa a viver o pior ano desde 2010, os analistas acreditam que há potencial para recuperar. Numa nota emitida este mês, o BPI realçou a exposição "única" ao sector das infra-estruturas em África como um dos grandes catalisadores da construtora.
Papeleiras ainda dão papel na bolsa
As empresas do sector da pasta e do papel têm sido uma das apostas na bolsa de Lisboa. E, depois dos ganhos expressivos em 2017, Altri, Navigator e Semapa voltaram a brilhar nos primeiros meses do ano. Até Junho, quando fixaram máximos, estas empresas dispararam 76%, 41% e 36%, respectivamente. No entanto, na segunda metade do ano anularam os ganhos, penalizadas por um dólar mais forte. Só a Altri se mantém à tona. Sobe mais de 8%.
Bolsa da Jamaica disparou 25%
A bolsa da Jamaica prepara-se para fechar o ano com uma valorização superior a 25%, naquele que é o melhor desempenho a nível mundial. Este comportamento destaca-se num período em que apenas cinco mercados accionistas negoceiam em níveis positivos. Além da Jamaica, apenas a bolsa do Qatar, Abu Dhabi, Arábia Saudita e Nova Zelândia conseguem driblar as quedas, em 2019.
Maior IPO veio da China
Foi no início de Agosto que se realizou a maior oferta pública inicial (IPO) do mundo. Foi, aliás, a maior dos últimos dois anos, segundo dados da Reuters. A operação da China Tower, avaliada em 6,9 mil milhões de dólares, foi a maior desde a realizada pelo Postal Savings Bank of China, em 2016. As acções da empresa sobem quase 13% face aos 1,26 dólares de Hong Kong a que foram vendidas, em Agosto.
A maré negra do petróleo
O "ouro negro" não tem mostrado grande brilho em 2018. Temas como a guerra comercial ou a subida de taxas de juro nos EUA vieram intensificar os receios de uma desaceleração da economia. A par destas preocupações, a maior produção por parte das petrolíferas norte-americanas levou a um aumento das reservas de crude, travando o efeito dos cortes da OPEP. No acumulado do ano, o Brent, em Londres, perde mais de 15%, para cotar em mínimos de Outubro de 2017.
Tecnológicas, as "trillion dollar babies"
O sector tecnológico teve um ano inesquecível. Depois das subidas acumuladas nos últimos anos, as maiores empresas continuaram a renovar recordes e, em Agosto, a Apple passou a valer mais de um bilião de dólares. Uma marca que foi superada também, semanas depois, pela Amazon. Mas, desde Outubro, este sector tem sido arrastado pela turbulência que abala os mercados mundiais. Ainda assim, mantém os ganhos, na maior parte dos casos.
Deutsche Banke os mínimos históricos
2018 foi o ano em que o Deutsche Bank andou de mínimo histórico em mínimo histórico. No acumulado, o banco perdeu mais de metade do seu valor, depois de ter sido envolvido em vários escândalos: em Novembro, foi mesmo alvo de buscas por suspeitas de envolvimento em práticas de lavagem de dinheiro.
SEC atenta ao twitter de Musk
Foram vários os episódios que envolveram Elon Musk. O mais polémico, e que deu origem a um processo da SEC, foi aquele em que Musk escolheu o Twitter para mencionar a possibilidade de retirada de bolsa da Tesla. Após acusações de fraude bolsista, deixou o cargo de "chairman", mantendo-se CEO.
Criptomoedas: de Bestial a besta
As moedas virtuais surpreenderam, em 2017, com valorizações astronómicas. Mas 2018 trouxe todo um novo cenário para estes activos, com as moedas virtuais a afundarem. Apenas desde o início do ano, a bitcoin tomba cerca de 72%, a negociar abaixo dos 4.000 dólares.
CTPC ainda rendem mais sem risco
Com os depósitos a darem zero pela poupança dos portugueses, os produtos de poupança do Estado ainda continuam a ser os mais rentáveis. Os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC) têm uma remuneração crescente a sete anos. Em média, o produto rende uma taxa bruta de 1,39%.
Euribor negativa chega aos bancos
Mais de três anos depois de as Euribor terem chegado a valores negativos, foi criada uma legislação que determina como é que esta evolução deve ser reflectida nos créditos da casa. Desde Julho que os bancos são obrigados a repercutir integralmente os valores negativos da Euribor na prestação.
Dólar vive melhor ano desde 2015
O dólar prepara-se para fechar o ano com uma valorização de quase 5% face às principais moedas mundiais. O que representa o melhor desempenho do índice da Bloomberg desde 2015. Num período marcado por uma maior volatilidade, a moeda americana foi muitas vezes procurada como refúgio.