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Nova era de ETF pode quadruplicar os seus ganhos (ou perdas)
A aprovação destes novos instrumentos foi feita no mesmo dia em que Jay Clayton foi confirmado, por indicação do presidente Donald Trump, pelo senado dos Estados Unidos como presidente da SEC.
Os fundos negociados em bolsa (ETF) são já um dos produtos mais populares junto dos investidores e, apesar das preocupações de muitos traders, o regulador norte-americano surpreendeu o mercado ao aprovar os ETF com quatro níveis de alavancagem.
O regulador americano - Securities and Exchange Commission (SEC) – aprovou esta semana dois ETF quádruplos, estes instrumentos, que permitem replicar o comportamento de um índice, vão neste caso gerar retornos quatro vezes superiores ou inferiores aos futuros do S&P 500.
A aprovação destes novos instrumentos foi feita no mesmo dia em que Jay Clayton foi confirmado, por indicação do presidente Donald Trump, pelo Senado dos Estados Unidos como presidente da SEC. E a aprovação desta medida foi interpretada como um sinal de que o regulador não vai pactuar com os alegados receios dos analistas e vai caminhar para a abertura do mercado.
O pedido para a criação destes novos fundos foi feito pela ForceShares que introduziu assim dois novos ETF de alavancagem quádrupla: o ForceShares Daily 4X Long e ForceShares Daily 4X Short. O primeiro fundo (Long) gera retornos de 400% face ao desempenho diário dos futuros do S&P500, já o segundo (curto) é criado para criar 400% do retorno inverso do benchmark.
Os ETF tradicionais são cada vez mais uma opção para os investidores e continuam a bater todos os recordes. Os investidores mundiais conseguiram arrecadar quase 200 mil milhões de euros, entre Janeiro e Março deste ano, um recorde trimestral. Ao longo de todo o ano de 2016 o lucro gerado foi de cerca de 400 mil milhões de euros.
A popularidade destes fundos tem ameaçado a estratégia de algumas gestoras, entidades essas que tem alertado para os perigos dos ETF para os investidores e para a estabilidade dos mercados. Logo a aprovação destes ETF x4 é visto como um sinal de que o regulador não pactua com estes temores.
A alavancagem dupla e tripla já são uma realidade nos Estados Unidos há vários anos – enquanto que na Europa continuam a existir várias restrições -, mas com esta nova dimensão de alavancagem quadrupla ressurgiu a polémica em torno dos já famosos ETF.
A ideia que estes novos produtos de alavancagem ‘vendem’ de que é possível investir pouco de dinheiro e conseguir um enorme retorno é um sonho, para qualquer investidor, mas neste caso pode-se tornar um "pesadelo", escreve a CNBC. O canal de notícias ouviu Sal Arnuk, director da Themis Trading, que defende que o facto de o regulador norte-americano ter dado luz verde a estes produtos, ainda por cima a empresa relativamente pouco conhecida, revela que que o governo norte-americano tem o objectivo de aligeirar as regulamentações no mercado. "Se a filosofia da SEC é deixar o mercado decidir sozinho, então vamos acabar com a SEC e poupar nos impostos", acrescentou Arnuk. A CNBC refere, no entanto, na mesma peça que alguns dos melhores desempenhos do mercado no ano passado foram ETFs alavancados e cita o exemplo do Direxion Daily Semiconductor Bull 3x Shares que pagou o triplo do retorno do sector dos semicondutores: 245%.
Esta aprovação marca uma mudança na abordagem do regulador, que tinha restringido a utilização de ETF em 2015. Ao Financial Times, Nick Cherney, director da Janus Capital, que trabalha com ETF alavancados, diz que esta aprovação representa uma "evolução" na SEC. "O processo de aprovação de novos produtos está muitas vezes relacionado com as prioridades da administração. Produtos alavancados quatro vezes sobre acções não eram sequer susceptíveis de serem aprovados nos últimos cinco anos. Estamos definitivamente perante uma mudança."
Lisa Abramowicz , colunista da Bloomberg, refere que a audiência para este tipo de fundo é muito pequena. Lembrando que os ETF alavancados representam apenas 2% de todos os ETF.
Sam Masucci, director executivo da Exchange Traded Managers Group LLC, que vai negociar este produto, admite que ele "não vai ser para todos, embora reconheça estar " muito entusiasmado" com a aprovação desta medida.
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