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"Guerra civil" leva bitcoin a cair mais de 19% em oito dias

Os mineiros das criptomoedas não estão a conseguir chegar a um entendimento quanto à direcção da bitcoin cash, o que os levou a dividir esta em duas. Isto está a pressionar o valor da bitcoin, que já está a negociar em mínimos de mais de um ano.

19 de Novembro de 2018 às 10:36
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Há uma "guerra civil" no mercado das criptomoedas. Os mineiros da bitcoin cash, que deriva da bitcoin original, não estão a conseguir chegar a um acordo sobre a sua direcção, o que os levou a dividir esta moeda em duas. Esta decisão está a pressionar o valor da bitcoin, que já negoceia em mínimos de mais de um ano.

"Estamos perante uma guerra civil nas criptomoedas", afirmou Brian Kelly, fundador e CEO da BKCM  à CNBC, acrescentando que alguns traders temem o "caos" no mercado da bitcoin e bitcoin cash depois do "upgrade" ao software.

 

A criação de duas novas moedas virtuais, nomeadamente a bitcoin ABC e a bitcoin SV, está a levar a bitcoin a perder 3,98% para 5.243,55 dólares, negociando agora no valor mais baixo desde Outubro do ano passado. É já o oitavo dia consecutivo de quedas, com a divisa a acumular perdas de mais de 19% neste período. Desde o início do ano, esta descida é já superior a 60%.

 

Os desentendimentos entre traders começaram na semana passada, anulando milhares de milhões de dólares ao valor da bitcoin, ripple (XRP) e ethereum, como explica a Forbes esta quarta-feira, 19 de Novembro.

 

Por exemplo, a OKEx, uma plataforma de Hong Kong que diz gerir mais de mil milhões de dólares diariamente em transacções de criptomoedas, decidiu mudar, sem avisar, os termos dos contratos, provocando perdas a muitos investidores, de acordo com a Bloomberg.

 

Neste cenário, a ethereum está a recuar 10% para 153,535 dólares, acumulando uma queda de mais de 80% desde o início do ano. Também a litcoin cai 10% para 37,777 dólares, registando perdas de mais de 70% no mesmo período.  

 

Esta queda acentuada levou muitos analistas a condenarem a instabilidade das criptomoedas, já que esta natureza impede que estes activos concorram com as moedas tradicionais. De acordo com a KPMG, para as criptomoedas e outros activos relacionados prosperarem, precisam de "institucionalização". Algo que muitos esperam que aconteça este ano, mas que ainda não foi materializado, com os bancos mundiais à espera para verem primeiro como é que os reguladores vão agir.

Para a consultora, a "institucionalização" pode traduzir-se na participação em grande escala de fintech, bancos, instituições de pagamentos, correctoras e outras entidades num determinado sector.

 

"A maior participação do ecossistema de serviços financeiros vai ajudar a aumentar a confiança e dimensão" desta economia e contribuir para "o crescimento do mercado de criptomoedas", afirmou Constance Hunter, economista-chefe da KPMG, à Forbes.

 

"Considerem por um momento ceder um crédito em criptomoedas", disse Hunter. "O valor é demasiado instável para garantir o pagamento. Nestas condições, nem os bancos nem quem pede emprestado estão dispostos a assumir o risco da transacção", rematou.

(Notícia actualizada com mais informação e declarações de analistas)

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