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Derivados financeiros: o que são e para que servem

Os instrumentos de derivados são investimentos de risco: requerem um investimento inicial baixo e podem gerar elevados ganhos mas também elevadas perdas. Conheça bem os produtos para investir com responsabilidade.

Negócios 12 de Março de 2019 às 11:58
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O uso de derivados pode significar lucros maiores, mas também riscos maiores. Com efeito, embora estes produtos permitam novas maneiras de lucrar e abram novas estratégias de investimento, eles também podem representar perdas que vão para além do valor investido. Por isso, para investir com responsabilidade, há que se ter o cuidado de adquirir conhecimentos e experiência em investimentos deste tipo.

Mas que produtos são estes? De forma sucinta, um derivado financeiro é um acordo financeiro estabelecido através do valor de um ativo subjacente e que depende do ativo ao qual está vinculado.

Ou seja, cada instrumento de derivados está ligado (subjacente) a outro ativo financeiro – uma ação, índices, matéria-prima, taxa de juro, taxa de câmbio, obrigações, etc. – do qual não pode ser separado: o valor do derivado provém deste ativo financeiro subjacente, cujo preço de mercado está relacionado com o valor do ativo financeiro.

O propósito destes instrumentos é sobretudo a cobertura de risco (o chamado "hedging") de investimentos ou a especulação.

Assim, um dos objetivos é a cobertura do risco de uma das partes do contrato, transferindo-se esse risco para a contraparte, que o aceita em troca de um retorno potencialmente substancial. Já para fins de especulação, são amplamente utilizados no caso de derivados padronizados, cotados em mercados regulamentados. A vasta gama de riscos que se pode pretender transferir, ou seja, de possíveis ativos subjacentes e de alternativas de pagamento, deu lugar a que um número imenso de contratos de derivados estejam disponíveis para negociação nos mercados.

E como se negoceiam?

Os derivados são negociados no mercado a prazo, por contraponto aos mercados a contado (spot/a pronto). Nos mercados a contado, os títulos comprados ou vendidos são imediatamente liquidados. Já os derivados, atendendo a que se reportam a um momento futuro, são negociados em mercados a prazo (contrata-se hoje, mas só se paga amanhã).

Há que ter sempre presente que o uso de derivados deve ser cuidadosamente considerado pelos investidores, porque permite grandes alavancagens cujos prejuízos podem exceder largamente o capital investido nestes instrumentos. Os principais tipos de derivados são os futuros, contratos a prazo (forwards), opções e swaps. Debrucemo-nos sobre as opções e sobre os futuros.


Opções e futuros

As opções são contratos feitos entre duas partes que permitem ao detentor comprar (call) ou vender (put) ativos a um preço específico numa data específica, ou antes. Para muitas empresas, é comum oferecer aos seus executivos de topo, no âmbito da remuneração variável, opções sobre ações – ou seja, neste caso, os executivos decidem quando é que exercem o direito a comprá-las, isto se o quiserem fazer.

Já os futuros são usados para transacionar um ativo subjacente numa data futura, por um preço definido, protegendo os compradores das variações nos preços dos ativos.

A título de exemplo, posso comprar agora futuros sobre uma determinada quantidade de barris de petróleo que quero ir buscar daqui a um ano, a um preço fixado neste momento para esse contrato – 50 dólares por barril, suponhamos. Daqui a um ano, aquando do vencimento do contrato, se o barril de crude estiver a ser negociado nos 80 dólares por barril, estarei protegido porque o paguei a 50 dólares. Pode dar-se, claro, o caso contrário: se o "ouro negro" estiver a ser transacionado a 40 dólares, terei perdido 10 dólares por barril.

Ambos os derivados permitem garantir preços futuros antes da transação real, sendo que a principal diferença entre eles está no facto de os compradores de futuros pagarem o preço especificado na data de vencimento, enquanto as opções permitem que os compradores tenham o direito de escolher.


Mercados OTC e Organizados

Os derivados podem ser negociados em mercados organizados – podendo os investidores contar, para tal, com a corretora DEGIRO, que é regulada – ou "fora de bolsa" ("over-the-counter" – OTC).

Os derivados organizados (baseados em bolsa) são os que estão listados nas bolsas e disponíveis para o público em geral (investidores de retalho).

Por seu lado, os derivados over-the-counter não estão listados nas bolsas, sendo negociados diretamente entre as partes.

Um mercado "over-the-counter" é, pois, um mercado onde os intervenientes trocam ativos que não estão listados em bolsa, comprando directamente ao corretor, que desempenha o papel de contraparte. 

Assim, este regime de OTC, que é também chamado de "mercado de balcão", funciona fora dos mercados regulados. Mas tem supervisão. Com efeito, o mercado de balcão é um segmento do mercado de capitais, no qual são negociados títulos autorregulados mas sob fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CMVM). Neste segmento, não existe um local físico determinado para as operações de compra e venda de ativos – que costumam acontecer por telefone ou através de sistemas eletrónicos.


Maior risco nos OTC

Os mercados organizados oferecem serviços seguros aos investidores. A NYSE Euronext, por exemplo, estabeleceu programas que garantem maior liquidez às operações realizadas nos seus mercados regulamentados. Maior liquidez resulta numa negociação rápida, e permite garantir preços de mercado justos para os investidores.  

Os mercados over-the-counter não estão sujeitos a estas normas, nem garantem liquidez de negociação. Apresentam, por conseguinte, maior risco para os investidores.

Em suma, enquanto a bolsa de valores é um mercado organizado de negociação dos ativos financeiros, o mercado de balcão é um mercado onde são negociados os mais diversos títulos de valores mobiliários que não possuem autorização para serem negociados na bolsa de valores.

Os produtos mencionados, como opções e futuros, não são adequados para o investidor principiante porque são complexos, voláteis por natureza, e arriscados. Se você deseja negociar estes produtos, é altamente recomendável que aprenda mais sobre eles antes de começar.
* Este conteúdo foi criado em cooperação com a DEGIRO

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