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Crise das companhias aéreas vai piorar

Alerta para investidores que gostam de aviões: os dias de turbulência nas companhias aéreas estão para ficar.

13º Monarch Airlines - 88,18%
09 de Outubro de 2017 às 15:49
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Monarch, Air Berlin e Alitalia. Estas três companhias aéreas europeias anunciaram nos últimos seis meses o início de processos de insolvência. Enquanto isso a irlandesa Ryanair está a braços com um processo de redução da oferta e a Easyjet viu os seus lucros caírem devido ao excesso de capacidade.

O Financial Times escreve na edição desta segunda-feira, dia 9 de Outubro, um artigo intitulado: Companhias aéreas europeias enfrentam mais cortes e consolidação, onde refere que a crise neste sector está para ficar. Um aviso para os investidores que gostam de aviões.

Embora o mercado europeu de curta distância tenha sido extremamente competitivo nas últimas duas décadas, as companhias low cost aumentaram agressivamente a sua quota de mercado e a redução dos preços dos combustíveis contribuiu para o aumento da concorrência nos últimos anos já que as companhias tradicionais também baixaram os preços, escreve o Financial Times que reflecte sobre a necessidade de o modelo de negócio das companhias aéreas ser revisto.

"Um dos problemas mais críticos foi o rápido crescimento das companhias aéreas low cost nos últimos 30 anos, já que elas pressionaram as tarifas baixas", diz Jonathan Wober, analista de aviação da CAPA Center for Aviation. Este modelo low cost altamente subsidiado está a ser abalado e "algumas companhias aéreas continuaram os preços baixos por mais tempo do que deveriam ", acrescenta Jonathan Wober, justificando o recente boom de falências e dificuldades em companhias aereas do velho continente.

Na Europa, há apenas 15 anos a Ryanair e a EasyJet tinham pouco mais de 9% da quota de mercado na Europa. Actualmente, a sua quota de mercado é de 40%. Isso levou a uma mudança estrutural no mercado, que está actualmente quase exclusivamente focado no preço. A Bloomberg escreveu recentemente, citando especialistas, que foi precisamente a descida das tarifas a nível global que ditou a insolvência destas três companhias aéreas na Europa desde Maio.

 

Para já o mercado accionista ainda não sente o efeito deste ajustamento no mercado das transportadoras aéreas, mas os analistas do Bank of America Merrill Lynch desceram recentemente a recomendação da IAG e da Air France-KLM de "comprar" para "underperform", apontando que as duas companhias enfrentam riscos no tráfego tanto em curtas distâncias como em longas.

Problema europeu

 

As maiores seis companhias aéreas nos EUA fornecem 90% de todos os voos domésticos naquele país enquanto, que as seis maiores companhias aéreas europeias apenas oferecem 43% dos voos no Velho Continente. De acordo com o Financial Times, existem mais grupos de companhias aéreas que operam na Europa do que em qualquer outra região do mundo: 217 na Europa e 100 na América do Norte, por exemplo.

"A natureza fragmentada do mercado europeu de companhias aéreas significa que é menos rentável do que o norte-americano. De acordo com a IATA, Associação Internacional de Transporte Aéreo, as companhias aéreas norte-americanas geram cerca de metade do lucro global da indústria, bons resultados que tem sido impulsionados pela consolidação que ocorreu com a fusão de alguns dos maiores grupos. As transportadoras na América do Norte deverão registar um lucro líquido de 15,4 mil milhões de dólares em 2017, em comparação com um lucro de 7,4 mil milhões para as companhias aéreas europeias", lê-se na edição de hoje do FT. 


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