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Notícia

“A transição para uma economia regenerativa só se faz com o envolvimento das mulheres”

Ao representarem 85% das decisões de compra a nível global, as mulheres potenciam a sua ação como influenciadoras nas famílias, nas comunidades e nas empresas, destaca o movimento "Mulheres pelo Clima”.

31 de Outubro de 2022 às 09:54
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Segundo a Organização das Nações Unidas, as mulheres são responsáveis pela assistência à família, pela alimentação e têm nas suas mãos 85% das decisões de compra a nível global, apesar de terem, em média, salários mais baixos. Para Susana Viseu, presidente da Business as Nature, ONG responsável pelo movimento "Mulheres pelo Clima", "é fundamental o papel das mulheres na adoção de hábitos de consumo e estilos de vida mais sustentáveis, uma vez que representam em média 85% das decisões de compra, pelo que esta transição para uma economia regenerativa, circular e de baixo carbono, só se faz com o envolvimento das mulheres, potenciando a sua ação como influenciadoras nas famílias, nas comunidades e nas empresas".

Lançado recentemente em parceria com o Ministério do Ambiente e Ação Climática (MAAC), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a Casa Comum da Humanidade, o movimento "Mulheres pelo Clima" junta mulheres de diversas geografias e dos mais variados setores, desde cientistas, empresárias, ativistas, educadoras, mães, políticas, etc. "Sendo um movimento que protende mobilizar as mulheres e as meninas pela ação climática, centra-se naturalmente nas temáticas das alterações climáticas, da igualdade de género, das quais é impossível dissociar a produção e consumo sustentável, a proteção e regeneração dos ecossistemas e o restauro da biodiversidade, mas também a promoção da justiça climática na salvaguarda dos grupos mais vulneráveis afetados pelos impactos da crise climática, nos quais as mulheres e as meninas se incluem", destaca Susana Viseu.

A iniciativa pretende gerar impacto nos vários pilares do ESG (ambiental, social e governação, sigla em inglês), "que cada vez mais são fundamentais no desempenho e avaliação das organizações". Entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) mais associados aos objetivos do movimento estão os relativos à igualdade de género (ODS5), ação climática (ODS13), educação (ODS 4), água potável e saneamento (ODS 6), entre outros.

O movimento lançou recentemente o Manifesto "Mulheres pelo Clima", onde os signatários assumem o compromisso de agir e liderar pelo exemplo o combate às alterações climáticas, quer através da sua ação individual e institucional, quer através da ação das organizações que representam. "A batalha contra a crise climática tem que reconhecer e integrar o papel fundamental das mulheres e do seu empoderamento na procura de soluções climáticas, porquanto essas soluções não podem ser contrárias a uma agenda de emancipação do papel social das mulheres", refere Susana Viseu.

 

 

Para além deste manifesto, a organização pretende lançar iniciativas a partir de 2023, que passam por organizar eventos com foco na sustenbildiade no feminino, criar uma rede de empresárias na área da economia circular e de baixo carbono, desenvolver bolsas de estudo para meninas em regiões mais desfavorecidas, apoiar projetos de conservação e restauro de ecossistemas e de promoção de agricultura promovidos por mulheres, etc.

A Business as Nature vai estar presente presença na COP27 - Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que decorrerá entre os dias 6 e 18 de novembro, em Sharm el-Sheik, no Egito.

 

 

 

 

 

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