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O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo (PSAA), projeto liderado pela Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, está a desenvolver um referencial com boas práticas e um guia personalizado para os produtores de azeitona e de azeite evoluírem nas práticas sustentáveis, nas dimensões ambiental, social e económica.
A ferramenta, que está a ser desenvolvida juntamente com a Universidade de Évora, "irá induzir, medir e monitorizar o desempenho dos agentes económicos produzindo um relatório de diagnóstico individual para cada produtor", explica Gonçalo Moreira, gestor do PSAA, ao Negócios.
Para que uma empresa seja reconhecida pelo PSAA como sustentável, terá de cumprir diferentes parâmetros de diferentes temáticas, no olival ou no lagar, ou em ambos. Todos os critérios terão diferentes níveis de sustentabilidade, para que a empresa possa ir aumentando o seu nível de sustentabilidade e melhorando as suas ações de forma programada e assente num plano de ação individual. Cada critério permite a classificação do produtor de acordo com quatro níveis de sustentabilidade – pré-inicial, inicial, intermédio e desenvolvido.
"A definição de um denominador mínimo de sustentabilidade para cada critério é um dos objetivos do projeto", sublinha Gonçalo Moreira. O responsável acrescenta que a criação do referencial de sustentabilidade do azeite do Alentejo "ajudará a fortalecer o setor, melhorando o desempenho e eficiência de recursos, produtividade e criação de valor. Sintetizará um conjunto de práticas e temas considerados para avaliação de desempenho de sustentabilidade dos produtores, sendo ao mesmo tempo um promotor para a adoção dessas boas práticas para que haja uma melhoria contínua da produção sustentável".
O grupo piloto do projeto é composto por 19 produtores, com 24.746 hectares de olival, que correspondem a 12% da área de todo o olival do Alentejo, e 12 lagares com uma capacidade de processamento de 20 mil toneladas de azeitona/dia, que representam 10 marcas de azeite do Alentejo.
O referencial será uma ferramenta que estará numa plataforma on-line, onde constará toda a informação sobre as práticas sustentáveis para cada capítulo. O agente económico terá a sua área reservada, onde constarão os dados da sua empresa, os registos das suas práticas, as avaliações, os relatórios e os planos de melhoria. Desta forma o produtor terá um registo histórico da sua empresa, com acesso a informação que o ajudará na tomada de decisão, com um plano de melhoria contínua.
O referencial resulta da cocriação de membros da academia, produtores de azeitona e de azeite e de outros membros da cadeia de valor. Pioneiro a nível internacional, segundo o PSAA, identifica áreas primárias e secundárias de intervenção, com um conjunto de critérios associados para determinar o desempenho sustentável da produção olivícola.
As áreas de intervenção incluem recursos humanos, gestão da água, eficiência energética, gestão de resíduos e de excedentes, gestão de doenças e pragas e gestão de solos.
O PSAA terá três fases. A primeira, agora a terminar, pretende criar o referencial de produção sustentável e a referida plataforma. Numa segunda fase, será feita a avaliação de desempenho de sustentabilidade do grupo piloto, promoção de boas práticas e medição do nível de sustentabilidade. Por fim, a terceira fase pretende desenvolver um quadro de referência alargado para todo o setor do azeite alentejano.