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A Nos vai duplicar, este ano, o peso da dívida com objetivos sustentáveis. Depois de no final do ano passado se ter estreado nas emissões de dívida sustentável, a operadora prevê ter, no final de 2021, um quarto da sua dívida indexada a objetivos que seguem critérios ambientais, sociais e de governo societário (ESG, na sigla anglo-saxónica).
Num momento em que os temas associados à sustentabilidade assumem cada vez maior relevância, a Nos está determinada em acelerar a transição energética e a assumir a adoção de critérios sustentáveis. Depois de no final do ano passado ter realizado a sua primeira emissão de uma linha de papel comercial indexada a critérios ESG, no valor de 100 milhões de euros, a empresa prevê reforçar já nos próximos meses o peso da dívida sustentável no seu balanço.
“À data de hoje temos cerca de 100 milhões de dívida com critérios sustentáveis, numa dívida de 800 milhões, o que equivale a cerca de 12,5% da nossa dívida. No fim deste ano estamos em condições de poder duplicar este peso, para cerca de 25%”, adianta ao Negócios José Pedro Pereira da Costa. De acordo com o CFO da Nos, este processo será realizado através da reconversão das operações que atinjam a maturidade, seja de obrigações ou de linhas de financiamento. “À medida que vamos ter operações a vencer-se iremos aumentar este peso (de dívida sustentável)”, acrescenta o mesmo responsável.
2023 poderá ser também um ano importante, uma vez que a única linha viva de obrigações da Nos no mercado, lançada em 2018, atinge a maturidade. “Essa emissão de 2023 é uma candidata forte a ser renovada através de uma nova emissão de obrigações dentro de um ‘framework’ de dívida com fins sustentáveis”, refere.
80% de energia limpa em 2030
Além das iniciativas ao nível do financiamento, a Nos anunciou esta terça-feira um acordo de compra de energia renovável à EDP, no valor de 32 milhões de euros, que vai permitir à companhia que 40% da sua eletricidade seja alimentada com energia limpa em 2023. O contrato de fornecimento de eletricidade renovável a longo prazo (PPA – Power Purchase Agreement) tem a duração de 11 anos e prevê a construção de um novo parque eólico e o fornecimento de 62 GWh anuais de eletricidade verde à Nos.
Segundo Pereira da Costa, trata-se de uma operação de longo prazo que vai ajudar a empresa “a cumprir alguns dos objetivos nesta matéria de sustentabilidade ambiental”, ao mesmo tempo que “vai fixar o preço da energia num valor que consideramos financeiramente a um nível atrativo”.
A Nos prevê ter 80% do consumo de eletricidade à base de energia renovável em 2030. “Vamos já ficar com 40% a curto prazo, temos uma meta intermédia para 2025 de 65%”, acrescenta o CFO da empresa. “Outra meta importante é reduzirmos a pegada carbónica da operação própria em 50% até 2025 e 70% até 2030”, caminhando para a neutralidade em 2040, explica.
Tal como adianta Pereira da Costa, alcançar a “neutralidade carbónica em 2040 é bastante exigente. É uma antecipação da meta geral para 2050 e obriga a empresa a trabalhar num conjunto de áreas muito vasto. Desde logo em programas de eficiência energética”, remata.