- Partilhar artigo
- ...
O Deutsche Bank estabeleceu metas de redução de emissões para empréstimos a clientes dos setores de mineração de carvão, cimento e transporte marítimo, de forma a poder cumprir o novo plano de ter descarbonizadas 55% das suas emissões financiadas.
Segundo avança a agência Reuters, o banco pretende reduzir as emissões absolutas da extração de carvão em 49% até ao final da presente década e em 97% até 2050, tudo isto a partir de uma base de referência de 2022 de 7,9 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono equivalente.
Relativamente ao cimento, pretende reduzir a intensidade das emissões relacionadas com as operações e a utilização de energia dos clientes em 29% até 2030 e em 98% até 2050.
Quanto aos objetivos para o transporte marítimo, eles seguirão a metodologia dos "Princípios Poseidon" acordada pelo setor.
Um dos principais financiadores de setores poluentes, o maior credor da Alemanha, tal como muitos dos seus pares, está sob pressão crescente dos decisores políticos e dos investidores para pressionar os clientes a reduzir as emissões prejudiciais ao clima. A sua carteira de empréstimos corporativos era de 107 biliões de euros no final de 2022.
Um ano depois de ter criado um "fórum net zero" de quadros superiores para avaliar os contratos de empréstimo de valor superior a 25 milhões de euros que conduziriam a grandes aumentos das emissões, até à data, o organismo analisou 41 e rejeiou 25% para serem renegociados, refere a agência noticiosa.
As razões para rejeitar inicialmente uma transação podem incluir o facto de uma empresa ter um plano de emissões líquidas nulas fraco, por exemplo, por não incluir a comunicação das emissões de âmbito 3, que são as ligadas à cadeia de valor de uma empresa.
"Num caso, eu disse que não percebia porque é que esta empresa não se comprometia a comunicar as emissões de âmbito 3 com um calendário claro; era mais uma ambição... por isso pedimos-lhes que indicassem uma data. E eles fizeram-no", explicou o diretor de Sustentabilidade do Deutsche Bank, Jörg Eigendorf, à Reuters.
Os objetivos do Deutsche Bank não incluem as emissões associadas à subscrição de ações e obrigações, uma importante fonte de financiamento das empresas. O banco afirmou que planeia contabilizar as chamadas emissões facilitadas logo que estejam disponíveis metodologias acordadas pelo setor.
Segundo Eigendorf, os novos objetivos seguem os objetivos atuais do Deutsche Bank para a produção de petróleo e gás, produção de energia, aço e automóveis.
As emissões associadas aos seus empréstimos ao setor do petróleo e do gás diminuíram 29% em 2022 em relação aos níveis de 2021, ajudadas por medidas para abandonar os clientes russos e reduzir os empréstimos a outros grandes clientes, bem como por ganhos na contabilização do carbono após a evolução dos preços da energia.
Na geração de energia, as emissões caíram 2,4% em 2022 e precisam de cair 69% até 2030; nos automóveis, as emissões caíram 1,4% e precisam de cair 59%; e no aço as emissões caíram 1,6% e precisam cair 34% até 2030, todas a partir de uma linha de base de 2021, esclarece a Reuters.