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As linhas mestras da informação e da transparência nas emissões

“As guidelines de diclosure vão gerar informação e permitir que todo o sistema tenha um nível de visibilidade e de informação sobre as decisões passadas, sobre o risco e as decisões atuais, que não existia até agora”, diz Francisco Veloso.

24 de Setembro de 2020 às 15:00
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"Já se falou do risco e da nossa necessidade de avaliarmos os riscos, de estarmos comprometidos e tomarmos decisões que estão alinhadas com os propósitos e com a visão que existe. É extraordinariamente importante que haja visibilidade e transparência sobre as decisões tomadas a todos os níveis, por isso há um esforço muito significativo de disponibilização de informação sobre as decisões que são feitas ainda antes de começarmos a entrar em objetivos, em metas, ou constrangimentos", referiu Francisco Veloso, diretor do Imperial College Business School.

O BCE colocou à discussão pública, até ao fim de Setembro, as "guidelines" de "diclosure", a disponibilização de informação sobre os investimentos que a banca e os mercados financeiros terão que fazer relativamente aos níveis de emissões que estão associadas. "Vai ser um aspeto muito, muito importante, não só pela informação direta que vai gerar, mas porque vai permitir a todo o sistema ter um nível de visibilidade e de informação sobre as decisões passadas, sobre o risco e as decisões atuais, que não existia até agora", diz Francisco Veloso.


É importante que haja visibilidade e transparência sobre as decisões tomadas a todos os níveis.


Afirma ainda que "é importante não só para as emissões diretas, o tier1, mas também o tier2 e o tier3, ou seja, nós temos que ter visibilidade sobre todas as implicações, incluindo a cadeia de valor associada a um determinado projeto ou atividade". Esta ação credibiliza todos os agentes no processo de tomada de decisão, porque sem esta exigência, o nível de precisão e cuidado com que toda essas informações são adquiridas, compiladas e divulgadas, não seria o mesmo do que será com esta exigência regulatória.

Miguel Maya levantou a questão de uma regulação que não pode ser cega e deve ter em conta diferentes níveis de transição e ser responsável não só em termos ambientais mas também sociais. Referiu que o BCP deixou de financiar projetos ligados ao carvão na Polónia, mas alertou que fazer o mesmo em Moçambique teria efeitos negativos: "teria a parte ambiental a melhorar mas a parte social a encostar ao chão". Defende que os reguladores não se podem sobrepor à vontade democrática.
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