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A importância dos índices de sustentabilidade

Em termos de reporting ESG (Environmental, Social & Governance), que a EDP e o BCP, por exemplo utilizam, em 2011, apenas 20% das empresas reportava de acordo com as estas práticas ESG, hoje são 80%.

24 de Setembro de 2020 às 16:40
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"Desde muito cedo de decidimos expor-nos ao escrutínio do mercado, que cada vez mais está presente, o que é bom porque nos obriga a um grau de exigência no interior das organizações. Estarmos constantemente a demonstrar o que fizemos e quais são as nossas intenções para o futuro, nomeadamente nas três dimensões ESG (Environmental, Social & Governance)", diz António Martins da Costa, administrador executivo da EDP.

Desde 2006 que a EDP integra, por exemplo o Dow Jones Sustainability Index. Em 2019, a EDP foi líder das utilities integradas e está no Top 2 das Utilities. "Isto dá-nos algum orgulho, mas mais do que isso, define a direção que queremos seguir. Desde há muito tempo definimos que queríamos caminhar para a transição da sustentabilidade". Em 2003 a EDP aderiu ao UN Global Compact em 2003, publicam os princípios de desenvolvimento sustentável, em 2015 assumem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e dois anos comprometem-se com nove dos objetivos que se aplicam à sua atividade e em temas financeiros fazem parte da TCFD Task Force on Climate-related Financial Disclosures.

"Acreditamos muito neste movimento e nestes princípios e por isso é que nos expomos a esses índices, que implicam um grande esforço na organização, a abertura dos nossos sistemas de reporting, de controlo para sermos transparentes e mostrarmos o que estamos a fazer e estamos disponíveis para ser escrutinados e auditados e é disto que os investidores estão à espera", salientou António Martins da Costa.

Green bonds

Este caminho é sem retorno, e que está a ser trilhado pelo universo das empresas do mundo da energia e em particular do setor elétrico. Em termos de reporting lembrou que, em 2011, apenas 20% reportava de acordo com as práticas ESG, hoje são 80%. "Este movimento é imparável, já que as práticas ESG estão aqui para ficar. O statament do Banco Europeu de Investimentos que diz que não vai financiar projetos de combustíveis fósseis a partir de 2021. Há um movimento junto da comunidade de investidores de equity e de dívida que vão no sentido do cumprimento da ESG", afirmou António Martins da Costa.

Desde há muito tempo definimos que queríamos caminhar para a transição da sustentabilidade. António Martins da Costa
Administrador executivo da EDP
Afirmou ainda que os estudos académicos mostram uma correlação muito forte, um fator de correlação de 66%, entre quem leva a cabo as boas práticas de ESG e o retorno e o risco das atividades em que estão envolvidas as empresas em que o risco baixa e o retorno aumenta.

A EDP foi pioneira em Portugal na emissão de green bonds em 2018. Seguiram-se mais 5 emissões num total de 3,7 mil milhões de euros, tanto em obrigações puras como em híbridos. "Estamos convencidos que, a prazo, haverá algum prémio associado a estas emissões, que ainda neste momento é relativamente baixo até porque há o custo adicional associado a este tipo de emissões. Espera-se que em 2020 sejam emitidos 300 mil milhões de green bonds a nível mundial", explica António Martins da Costa.

A União Europeia quer financiar o plano de recuperação em 30% através da emissão de green bonds. Para António Martins da Costa "os sinais estão dados e o green deal da UE é um poderoso instrumento, um bilião de euros até 2030 para reduzir as emissões de CO2 em 40%, e até já se fala em 50% e em que 530 mil milhões são da própria EU, 230 mil milhões de private-public. É uma máquina que está em movimento".
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