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A sustentabilidade está cada vez mais a entrar na vida das empresas. Não só passou as portas, como está a chegar a gabinetes cada vez mais elevados na hierarquia, e mesmo ao topo. A posição de Chief Sustainability Officer (CSO), ou seja, um responsável de sustentabilidade ao nível da comissão executiva, deverá ganhar proeminência nos próximos dois anos, indica um estudo da Deloitte.
Mais de 80 profissionais da área da sustentabilidade, espalhados por 70 organizações sobretudo da área financeira, responderam a um inquérito feito pela Deloitte, e foram praticamente unânimes quanto à questão de se os responsáveis de sustentabilidade se tornariam mais importantes nos próximos dois anos: sim, o cargo de CSO deverá crescer.
Hoje, menos de 15% dos inquiridos assinalam a presença de um CSO na sua organização, embora a percentagem suba para os 50% quando se fala em diretor de sustentabilidade ou equivalente. Menos de um quarto disseram não existir qualquer tipo de responsável por esta área na sua organização. Questionados sobre a necessidade de haver um CSO, quase um quinto considerou que este cargo não faz sentido nas suas empresas, ou afirmou que o conselho de administração estava cético acerca desta hipótese.
Mas afinal, porquê ter um CSO? A Deloitte conclui que este desígnio é essencial para ajudar a empresa a adaptar-se ao ambiente externo, que está a mudar "mais depressa" do que as próprias organizações. Paralelamente, as empresas inquiridas reconhecem os riscos ambientais, sociais e de governança como "suficientemente substanciais para serem considerados estratégicos", e que o CEO deve, por isso, ajudar a reconfigurar a estratégia e alinhar as equipas neste esforço.
Na visão de Nuno Cosme, o CSO do Grupo Nueva Pescanova, "a função do CSO é ser um agente crítico e instigador das mudanças necessárias nos modelos de negócio, na visão e nos processos de cada área de atividade", o que significa "olhar para onde queremos ir e potenciar as oportunidades".
"Na sua essência, a sustentabilidade é a nova cara da eficiência", através da otimização de equipamentos e práticas, defende Cosme, pelo que procura entender os processos específicos de cada área e apoiar a implementação das soluções mais adequadas. "Queremos permanentemente fazer mais e melhor com menos". Assim, "o valor da função do CSO está exatamente na capacidade de difundir esta visão na estrutura da empresa e na gestão corrente".
Além disto, a consultora aponta que as empresas estão cada vez mais expostas a um escrutínio nas matérias de sustentabilidade, por parte de todos os stakeholders. Nuno Cosme vê precisamente a comunicação do valor criado e dos impactos como um dos maiores desafios da sua posição. A Deloitte fala mesmo na necessidade de o CSO ter "uma capacidade de comunicação superlativa", já que "a quantidade de partes que um CSO tem de influenciar é mais alargada do que em quase qualquer outro papel dentro de uma empresa". No final de contas, "a medição, a gestão e a comunicação são a chave", resume Cosme.
CSO com prazo de validade?
No inquérito da Deloitte, alguns defendem que o cargo de CSO não vai perdurar indefinidamente - deverá desvanecer assim que a sustentabilidade estiver incorporada no dia a dia das empresas, e for encarada como natural.
A CSO do Ikea concede, afirmando que, assim que forem alcançadas as metas do Acordo de Paris, as empresas podem "começar a pensar, internamente, em como reorganizar" o trabalho de CSO. Já Nuno Cosme, vê um futuro mais relevante: "A função de CSO permanecerá essencial face à maior complexidade dos desafios futuros." Com os princípios da sustentabilidade já incorporados nas diferentes áreas de negócio, o CSO deverá passar a focar-se na resiliência, isto é, na melhoria da sustentabilidade dos processos internos e externos, prevenindo os impactos dos riscos. Seja como for, pelo menos nos próximos cinco anos, 70% dos inquiridos acreditam que esta posição continuará a ter um papel de destaque nas empresas.
Mais de 80 profissionais da área da sustentabilidade, espalhados por 70 organizações sobretudo da área financeira, responderam a um inquérito feito pela Deloitte, e foram praticamente unânimes quanto à questão de se os responsáveis de sustentabilidade se tornariam mais importantes nos próximos dois anos: sim, o cargo de CSO deverá crescer.
Hoje, menos de 15% dos inquiridos assinalam a presença de um CSO na sua organização, embora a percentagem suba para os 50% quando se fala em diretor de sustentabilidade ou equivalente. Menos de um quarto disseram não existir qualquer tipo de responsável por esta área na sua organização. Questionados sobre a necessidade de haver um CSO, quase um quinto considerou que este cargo não faz sentido nas suas empresas, ou afirmou que o conselho de administração estava cético acerca desta hipótese.
Mas afinal, porquê ter um CSO? A Deloitte conclui que este desígnio é essencial para ajudar a empresa a adaptar-se ao ambiente externo, que está a mudar "mais depressa" do que as próprias organizações. Paralelamente, as empresas inquiridas reconhecem os riscos ambientais, sociais e de governança como "suficientemente substanciais para serem considerados estratégicos", e que o CEO deve, por isso, ajudar a reconfigurar a estratégia e alinhar as equipas neste esforço.
Na visão de Nuno Cosme, o CSO do Grupo Nueva Pescanova, "a função do CSO é ser um agente crítico e instigador das mudanças necessárias nos modelos de negócio, na visão e nos processos de cada área de atividade", o que significa "olhar para onde queremos ir e potenciar as oportunidades".
"Na sua essência, a sustentabilidade é a nova cara da eficiência", através da otimização de equipamentos e práticas, defende Cosme, pelo que procura entender os processos específicos de cada área e apoiar a implementação das soluções mais adequadas. "Queremos permanentemente fazer mais e melhor com menos". Assim, "o valor da função do CSO está exatamente na capacidade de difundir esta visão na estrutura da empresa e na gestão corrente".
(Uma das prioridades) é influenciar o máximo de pessoas possível, interna e externamente, no combate ao aquecimento global. Helen Duphorn
CEO e CSO Ikea Portugal
Para Helen Duphorn, que acumula os cargos de CEO e CSO na Ikea Portugal, uma das principais prioridades é "inspirar e influenciar o máximo de pessoas possível, interna e externamente, no combate ao aquecimento global". Esta garante que os diretores e colaboradores das lojas estão "altamente envolvidos e conscientes deste tópico". A Deloitte identifica como uma das principais características de um CSO a capacidade de influenciar, aumentar a consciencialização e tornar tangíveis as repercussões das preocupações de sustentabilidade para todos os envolvidos no negócio.CEO e CSO Ikea Portugal
Além disto, a consultora aponta que as empresas estão cada vez mais expostas a um escrutínio nas matérias de sustentabilidade, por parte de todos os stakeholders. Nuno Cosme vê precisamente a comunicação do valor criado e dos impactos como um dos maiores desafios da sua posição. A Deloitte fala mesmo na necessidade de o CSO ter "uma capacidade de comunicação superlativa", já que "a quantidade de partes que um CSO tem de influenciar é mais alargada do que em quase qualquer outro papel dentro de uma empresa". No final de contas, "a medição, a gestão e a comunicação são a chave", resume Cosme.
CSO com prazo de validade?
No inquérito da Deloitte, alguns defendem que o cargo de CSO não vai perdurar indefinidamente - deverá desvanecer assim que a sustentabilidade estiver incorporada no dia a dia das empresas, e for encarada como natural.
A CSO do Ikea concede, afirmando que, assim que forem alcançadas as metas do Acordo de Paris, as empresas podem "começar a pensar, internamente, em como reorganizar" o trabalho de CSO. Já Nuno Cosme, vê um futuro mais relevante: "A função de CSO permanecerá essencial face à maior complexidade dos desafios futuros." Com os princípios da sustentabilidade já incorporados nas diferentes áreas de negócio, o CSO deverá passar a focar-se na resiliência, isto é, na melhoria da sustentabilidade dos processos internos e externos, prevenindo os impactos dos riscos. Seja como for, pelo menos nos próximos cinco anos, 70% dos inquiridos acreditam que esta posição continuará a ter um papel de destaque nas empresas.