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Vencedores na sustentabilidade

Sónia Santos Dias 31 de Outubro de 2022 às 19:30
Vítor Chi
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Vencedor da Categoria Descarbonização 2021

Vencedor Pingo Doce
Projeto Descarbonização da Logística do Pingo Doce

A descarbonização da logística do Pingo Doce, cujas primeiras medidas foram implementadas há mais de dez anos, surge da vontade de contribuir para o combate ao fenómeno das alterações climáticas, tornando assim os seus negócios mais sustentáveis. "Este é um compromisso assumido pelo Pingo Doce em prol da proteção do planeta, assegurando as necessidades das gerações futuras", garante a empresa na sua candidatura. Em 2019, a marca conseguiu uma redução absoluta total (toneladas de CO2 eq) de 21% e de 32% de redução relativa total (toneladas de CO2 eq/palete) das suas emissões associadas à atividade logística, relativamente a 2018, sendo que, em 2020, alcançou uma redução absoluta total de 44% e de 46% de redução relativa total, em relação a 2018.

Hub evita milhares de deslocações

O Hub Logístico de Lisboa é um exemplo desta intenção. Tendo iniciado a sua atividade enquanto projeto-piloto há cerca de dois anos, esta plataforma de crossdocking - a única de um retalhista alimentar em Portugal, garante o Grupo na sua candidatura - tem vindo a aumentar gradualmente a sua operação. O hub possibilita abastecer continuamente as lojas de proximidade cujas características infraestruturais, por se encontrarem na Grande Lisboa, apenas permitem o abastecimento por viaturas de menor dimensão. Diz a empresa, o hub evita milhares de deslocações de viaturas das lojas na zona de Lisboa até ao Centro de Distribuição da Azambuja, o que se traduziu, em 2020, em 370 toneladas de CO2 eq cuja emissão foi evitada.

Maior eficiência logística

Basicamente, o Hub Logístico de Lisboa permitiu alcançar uma maior eficiência logística e garantir um melhor serviço de abastecimento às lojas. Simultaneamente, viabilizou que mais de 495 mil quilómetros deixassem de ser percorridos, no ano passado, nas estradas portuguesas, possibilitando a redução de 15% da frota adstrita à área geográfica de Lisboa. Este ano, segundo o Pingo Doce, prevê-se que o número de quilómetros poupados ultrapasse os 720 mil.

A instalação de painéis fotovoltaicos nos Centros de Distribuição de Algoz e Alfena para produção de energia elétrica para autoconsumo, que permitiu entre 2018 e 2019 uma redução total de cerca de 1400 toneladas de CO2 eq, a substituição da iluminação para LED nos Centros de Distribuição da Azambuja e de Vila do Conde, que viabilizou uma redução anual superior a 330 toneladas de CO2 eq desde 2018, são também exemplos de um vasto leque de ações implementadas pelo Pingo Doce. No sentido de tornar a sua cadeia de abastecimento mais circular e sustentável, a marca recorre, por exemplo, a um modelo de partilha e reutilização de acessórios de transporte de mercadoria (paletes e caixas de transporte reutilizáveis) em parceria com os seus fornecedores de mercadorias e empresas que gerem as diferentes pools destes materiais, tendo evitado com esta medida, no período de 2018-2020, a emissão de mais de 18 mil toneladas de CO2 eq.


Vencedor da Categoria Economia Circular 2021

Vencedor Grestel
Projeto Ecogrés+NG

O projeto que deu origem à linha de produtos Ecogrés, Ecogrés+NG, terminou em fevereiro de 2021, com todos os objetivos alcançados e na sua maioria ultrapassados, garante o promotor na sua candidatura. Os produtos desenvolvidos, Ecogrés (resíduos internos) e Ecogrés+ (resíduos internos mais resíduos de indústrias não cerâmicas), encontram-se em fase de comercialização, no caso do primeiro, ou em fase de industrialização e apresentação do produto ao mercado, no caso do segundo. Segundo a empresa, o sucesso comercial alcançado até ao momento - 900 mil euros d e volume de vendas em 2021 - levou ao investimento na linha Ecogrés e nas suas potencialidades. "Está prevista a construção de uma nova unidade fabril de 14.000 m2 focada na produção de pasta da linha Ecogrés." Esta unidade também será dotada de um laboratório e instalação-piloto de I&D, de forma a desenvolver novas formulações, potenciando resíduos industriais ainda não testados. A empresa avança que o estabelecimento de contactos com diferentes parceiros industriais já foi iniciado, estando a ser desenvolvidos testes para validar esses resíduos como adequados à adição de pastas de grés, mantendo as suas propriedades.

Valorização dos desperdícios e resíduos

O Ecogrés+NG pretende a valorização de grande parte dos desperdícios e de resíduos produzidos durante o processo produtivo da Grestel, como sejam as aparas de pasta, caco cru, lamas de Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais (ETARI) e pó de despoeiramento, e validar o conceito de economia circular na indústria de louça utilitária. Segundo a empresa, o atingir destes objetivos significa uma redução no consumo de matérias-primas, a redução de emissões de CO2 e a valorização de resíduos que em última análise seriam descartados em aterro ou calcinados nas cimenteiras. Para tal, a Grestel aliou-se ao Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica/CICECO da Universidade de Aveiro, com trabalhos reconhecidos na valorização de resíduos/subprodutos industriais. O projeto foi realizado em duas etapas. Na primeira etapa, o desenvolvimento foi centrado na formulação de uma pasta corada, na qual foram introduzidos todos os resíduos/subprodutos resultantes do processo de fabrico da Grestel.

A segunda etapa focou-se na incorporação de resíduos de outras indústrias, numa ótica de valorização desses resíduos, mas também na procura de resíduos que pudessem conferir cor à pasta, com o mesmo objetivo da adição de pigmentos comerciais. Para tal, foram testados resíduos de diversas indústrias locais (Navigator, Grohe, Extrusal e Fapricela), tendo-se escolhido as lamas de anodização (Extrusal) e resíduos de trefi lagem (Fapricela), por apresentarem um potencial económico e ambiental mais elevado, exigindo pouco ou nenhum pré-tratamento antes de serem utilizados.

Segundo dados fornecidos na candidatura, a nova pasta tem um custo inferior a uma pasta semelhante produzida com matérias-primas virgens.


Vencedor da Categoria Preservação do Capital Natural 2021

Vencedor MC Sonae
Projeto Searas de trigo com biodiversidade: salvemos a águia-caçadeira

Com o objetivo de promover a conservação da águia-caçadeira, uma espécie seriamente ameaçada de risco de extinção, o Clube de Produtores Continente (CPC), a Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (ANPOC) e o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO/BIOPOLIS) da Universidade do Porto, com a colaboração do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), juntaram-se num projeto que pretende valorizar o contributo das searas de trigo do Alentejo para a promoção de biodiversidade de aves, em particular da águia-caçadeira. A primeira fase da iniciativa, realizada em 2021, visou uma prospeção da área de ocorrência da espécie no Alentejo, identificação de colónias e ninhos, implementação e monitorização de medidas de proteção dos ninhos, sensibilização e envolvimento dos produtores na proteção da espécie e, por fim, avaliação da problemática de conservação da espécie, de forma a se traçar um plano de intervenção a mais longo prazo. A primeira etapa permitiu ainda integrar um conjunto de aprendizagens relativas ao seu estado de conservação e efetividade das práticas e medidas de proteção, bem como atualizar conhecimento sobre a distribuição atual e a abundância relativa da espécie. Os últimos dados disponíveis remontavam a 2004.

O trabalho realizado permitiu constatar o nível crítico de ameaça desta espécie, estimando um declínio nacional de 85% em apenas 10 anos, evidenciando a importância deste projeto que continuará nos próximos dois anos e será ampliado ao território nacional com os parceiros CPC, ANPOC, Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural e CIBIO/ BIOPOLIS.

Promover o que é nacional

Valorizar e promover a produção nacional tem sido a missão do Clube de Produtores Continente (CPC) desde a sua criação, há mais de 20 anos. Com uma atuação em diversas áreas, nos últimos anos, os cereais ocuparam um espaço central na agenda do CPC: considerando imperioso reduzir a dependência das importações de cereais, que representavam mais de 90% do trigo consumido e, simultaneamente, obter um produto de qualidade superior, estimulando um setor adormecido em Portugal, o CPC dinamizou um projeto inédito que juntou agricultores, industriais da moagem e investigadores.

A ambição era voltar a fazer crescer trigo e triticale e outros cereais no Alentejo em quantidade sufi ciente para fornecer a padaria de todas as lojas Continente. Segundo o candidato, atualmente, fruto deste projeto, cerca de 80% da produção dos cereais do Alentejo têm como destino as padarias do Continente, que produzem diariamente um pão mais fresco, feito 100% com matéria-prima nacional.

Todo o processo de produçãoé certificado, do campo ao prato. Além de ter menos pesticidas, serem produções certificadas, o cereal produzido no Alentejo é armazenado durante muito pouco tempo, chegando mais fresco à fábrica de moagem, onde é transformado em farinha.


Vencedor da Categoria Descarbonização 2020

Vencedor Caetano Bus
Projeto H2 City Gold - autocarro a hidrogénio

As redes urbanas exigem meios de transporte mais verdes, seguros e economicamente sustentáveis. O Caetano H2.City Gold é uma solução inovadora que exponencia os benefícios económicos e ambientais do hidrogénio rumo a uma sociedade descarbonizada e que simboliza mais um passo significativo no desenvolvimento de soluções de mobilidade, para o transporte coletivo de passageiros, com zero emissões. O desenvolvimento deste sistema de gestão de energia, mais racional, ecológico e eficiente contribuirá de forma direta para o reforço e implementação de soluções de mobilidade elétrica no transporte coletivo de passageiros, possibilitando a diminuição da utilização de combustíveis fósseis e, consequentemente, a diminuição da pegada de carbono deste setor. O desenvolvimento e comercialização do autocarro Caetano movido a hidrogénio é uma oportunidade de mercado que permite colocar Portugal na linha da frente da mobilidade elétrica devido à pouca oferta ainda existente deste tipo de produtos inovadores e com tecnologia de ponta. Importa referir que a CaetanoBus foi a primeira empresa em Portugal a desenvolver um autocarro movido a hidrogénio e a primeira da Europa a usar a tecnologia de pilha de combustível da Toyota.

Caraterísticas do H2.CITY GOLD

O autocarro H2.City Gold já se encontra inteiramente desenvolvido e iniciou a produção em série e comercialização. Destaca-se pela sua modularidade, autonomia e lotação elevada, segurança e simplicidade de utilização. Disponível nas versões LHD (volante à esquerda) e RHD (volante à direita) com duas ou três portas com 10,7 m ou 12 m, adapta-se facilmente a qualquer ambiente urbano. O facto de ter uma autonomia que pode ultrapassar os 400 quilómetros com um tempo de abastecimento inferior a nove minutos garante que os requisitos operacionais das rotas dos operadores de transportes urbanos não são comprometidos. Até hoje, já foram vendidas 27 unidades do modelo H2.City Gold de 12 m, volante à esquerda, para quatro países diferentes: Alemanha, Espanha, França e Arábia Saudita. De momento, estão a ser realizadas demonstrações com o autocarro a hidrogénio com diferentes operadores europeus. Além de ser um autocarro zero emissões que promove a mobilidade verde, é produzido Nos grandes centros urbanos, muitas vezes, a poluição sonora atinge níveis altamente prejudiciais à saúde. Ter zonas urbanas mais silenciosas é um objetivo comum no horizonte das cidades do futuro.

O H2.City Gold possui um baixo nível de ruído e por ser um autocarro zero emissões contribui para cidades mais agradáveis e limpas. Para melhorar o nível de conforto e acessibilidade aos seus passageiros, as baterias, os tanques de hidrogénio e a pilha de combustível foram colocados no tejadilho.

Esta medida permitiu otimizar o espaço interior do autocarro tornando-o mais amplo.


Vencedor da Categoria Economia circular 2020

Vencedor Jerónimo Martins
Projeto Combate ao desperdício alimentar

Disponibilizar produtos frescos com a qualidade que os consumidores esperam implica cuidados redobrados, atendendo a que se trata de produtos mais sensíveis à temperatura, à forma como têm de ser manuseados e transportados e que têm prazos de validade mais reduzidos. Estas caraterísticas podem conduzir ao desperdício de comida. O Grupo Jerónimo Martins quer reduzir para metade o desperdício alimentar até 2030, em linha com o objetivo 12.3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, através de uma gestão mais eficiente dos alimentos ao longo da sua cadeia de valor, envolvendo os produtores e a indústria que disponibilizam os produtos alimentares, os seus próprios colaboradores, os consumidores e as comunidades apoiadas pelas lojas. Para alcançar este objetivo, o Grupo delineou quatro grandes eixos de atuação: o reaproveitamento de fruta e legumes "feios" - e de outros produtos apreciados pelos consumidores e clientes; ações em loja e envolvimento de consumidores; envolvimento de colaboradores e aproveitamentos em loja; e, por último, surgem as doações de excedentes alimentares.

Reaproveitamento de fruta e legumes "feios"

Em 2014, começaram a comprar fruta e vegetais "feios", que antes eram deixados a apodrecer no campo, e a incorporá-los nas sopas ou a transformá-los em soluções alimentares prontas a utilizar, como vegetais cortados para sopas ou saladas. Desta forma, além de reduzir o desperdício, conseguiram disponibilizar uma oferta mais conveniente e saudável aos consumidores. Estas parcerias com os fornecedores permitem também vender a preços reduzidos estes alimentos "feios" nas lojas Cash & Carry do Recheio. Também na Jerónimo Martins Agro-Alimentar, aproveitam-se subprodutos da indústria, como o repiso de tomate, para alimentar o gado bovino. Entre 2015 e 2019, o Grupo evitou o desperdício de cerca de 76.000 toneladas de fruta e legumes "feios". Se considerarmos apenas o ano de 2019, foram introduzidas, em Portugal e na Polónia, mais de 13.600 toneladas de alimentos não calibrados, o que permitiu evitar a emissão de cerca de 8.000 toneladas de CO2, considerando que, numa abordagem convencional, se tornariam resíduos e seriam depositados em aterro. Também em 2019, foram incorporadas na ração animal das operações de agro-alimentar mais de 9.000 toneladas de subprodutos e vegetais.

Doações de excedentes alimentares

A dispersão geográfica das mais de 4.400 lojas, nos três países em que a Jerónimo Martins opera (Portugal, Polónia e Colômbia), permite apoiar todos os anos mais de 1.000 instituições de auxílio a populações vulneráveis, sobretudo através da doação de excedentes alimentares. Entre 2015 e 2019, doaram cerca de 58.000 toneladas de alimentos nos três países, sendo que só o Pingo Doce foi responsável por mais de 40.000 destas toneladas doadas.
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