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“Queremos evitar que se coloquem embalagens em aterros”

Para Ana Trigo Morais, a Sociedade Ponto Verde deverá assumir o papel de acelerador da circularidade na indústria dos resíduos.

Negócios 20 de Outubro de 2022 às 07:03
Ana Trigo Morais | SPV
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Ao promover a recolha seletiva, a retoma e a reciclagem em Portugal, a Sociedade Ponto Verde (SPV) desempenha um papel fulcral na criação de um modelo mais sustentável para Portugal. O seu primeiro objetivo passa precisamente por promover a circularidade das embalagens. "Os objetivos da Sociedade Ponto Verde para a promoção da economia circular são bastante ambiciosos. O primeiro é evitar que se coloquem embalagens em aterros, em segundo lugar, é fazer com que as embalagens sejam desenhadas para poderem ser melhor recicladas e, no final do dia, é termos também os consumidores connosco a completar este ciclo", refere Ana Trigo Morais, CEO da SPV.

Metas ambiciosas que colocam desafios da mesma dimensão à gestora de resíduos, mas que esta quer liderar. Para Ana Trigo Morais, "os principais desafios que a economia circular coloca à Sociedade de Ponto Verde, aos seus clientes e aos seus acionistas são, de facto, constituirmo-nos como aceleradores de toda a inovação para a circularidade desta cadeia de valor que é o grande consumo".

Uma motivação que exige inovação e comunicação em toda esta linha. "Precisamos de trabalhar muito todas as nossas áreas de inovação e todas as nossas áreas de comunicação, quer com as empresas, quer também com os consumidores, para que o seu comportamento seja alinhado com os princípios da circularidade", acrescenta a CEO.
Dar novos usos à matéria prima exige uma grande aposta na inovação e a pensar na embalagem desde o primeiro traço em que é desenhada até à sua circularidade no final de um ciclo de vida. E isto, destaca Ana Trigo Morais, implica o envolvimento de toda a equipa da SPV à volta dos dois pilares da estratégia de inovação da organização.

"O Ponto Verde LAB ajuda e auxilia as empresas a desenhar para melhor reciclar. Por outro lado, o nosso programa Resource, que é um programa de inovação aberta, convoca todos os inovadores para desenharem as melhores soluções para o processo de reciclagem nacional", explica a responsável. Mas tudo isto só é possível "contando com os nossos parceiros da cadeia de valor que gerem a infraestrutura dos serviços dos ecopontos em Portugal, que são essenciais para que todos possamos também trabalhar de uma forma circular", salienta.

Nesta área da investigação e inovação, a Sociedade Ponto Verde tem vindo a apoiar, desde há 25 anos, um conjunto de projetos que visam melhorar o funcionamento da cadeia de valor da reciclagem. "São projetos que passam, por exemplo, por aproveitar restos e componentes da indústria da produção do tomate para produzir plásticos flexíveis que possam ser utilizados. Por outro lado, estamos também a trabalhar num grande projeto de certificação da reciclabilidade das embalagens, que acreditamos que dará muito valor acrescentado às empresas", exemplifica.

Relativamente à iniciativa do Jornal de Negócios, o Prémio de Sustentabilidade, a CEO considera que "é fundamental para que possamos dar visibilidade ao trabalho de tantos agentes desta cadeia de valor e que se possa discutir abertamente quais as melhorias que já foram feitas e chamar a atenção para aquelas que é necessário fazer". Esta discussão é, assim, fundamental "para que possamos ter um ambiente de negócio, um ambiente de produção e um ambiente de consumo mais amigo da sustentabilidade e alinharmos todos com a necessidade que o país tem de promover a sustentabilidade globalmente", refere Ana Trigo Morais.

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