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Ponto Verde, Tetra Pak e Valorsul investem no primeiro robô de triagem com IA em Portugal

Solução Recycleye Robotics utiliza a inteligência artificial para identificar visualmente os objetos, incluindo os que são feitos com várias camadas de materiais, como as embalagens de cartão para bebidas. Valor do investimento na tecnologia descrita como inédita em Portugal não foi divulgado.

03 de Junho de 2024 às 13:02
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A Valorsul, empresa responsável pelo tratamento e valorização de resíduos urbanos da zona de Lisboa e Região Oeste, anunciou, esta segunda-feira, um investimento numa tecnologia de triagem robotizada com recurso a inteligência artificial que descreve como inédita em Portugal, em colaboração com a Sociedade Ponto Verde e com a Tetra Pak.

Em comunicado, enviado às redações, explica-se que a solução da Recycleye, que utiliza visão computacional e robótica para detetar e separar automaticamente os resíduos, a pôr ao serviço nas instalações da Valorsul, em Lisboa, "irá permitir uma maior capacidade de triagem e um aumento do volume de embalagens de cartão para bebidas triadas e enviadas para reciclagem".

A Sociedade Ponto Verde, entidade gestora de resíduos de embalagens, cofinancia e apoia o projeto, através do programa de inovação aberta "re_source", juntamente com a Tetra Pak, um dos maiores fornecedores do mundo de soluções de processo e embalagens alimentares, o qual vai permitir à Valorsul "aumentar o número de embalagens de cartão para bebidas separadas para reciclagem, fornecendo um maior volume de recicláveis a partir da fábrica e assegurando que mais resíduos de embalagens da zona de Lisboa são reciclados".

Segundo a mesma nota, a solução, conhecida como Recycleye Robotics, já foi implementada com sucesso em instalações de triagem em todo o Reino Unido e noutros locais da Europa e utiliza uma base de dados única de imagens de resíduos para detetar com precisão os materiais a triar. O Recycleye Robotics utiliza a inteligência artificial para identificar visualmente os objetos, incluindo os que são feitos com várias camadas de materiais, como as embalagens de cartão para bebidas.

O valor do investimento não foi, no entanto, revelado.

Anteriormente, explica-se, "a deteção automática de embalagens de cartão para bebidas era um desafio para a tecnologia de triagem tradicional, o que levava a que menos artigos fossem triados para reciclagem". Agora, "com esta nova tecnologia, os profissionais responsáveis pela seleção irão trabalhar em colaboração com o robô para obter um nível mais elevado de pureza dos materiais das embalagens de cartão para bebidas separadas".

À medida que os artigos passam ao longo do tapete, o sistema Recycleye Vision analisa e regista os dados de cada objeto detetado, fornecendo uma análise quase em tempo real sobre a composição dos materiais. Assim, reforça, "o sistema pode selecionar os objetos de forma mais consistente e precisa do que um ser humano e pode funcionar 24 horas por dia e 7 dias por semana, se necessário".

"Estamos orgulhosos por investir no primeiro robô de triagem de resíduos com IA a ser instalado em Portugal. Esta inovação permitir-nos-á, não só separar mais material para reciclagem, apoiando os objetivos ambientais de Lisboa, mas também compreender as oportunidades mais amplas que a triagem robótica oferece noutras áreas do nosso negócio", refere António Afonso, da Valorsul, citado na mesma nota.

Ingrid Falcão, "sustainability manager" da Tetra Pak Iberia, salienta, por seu turno, que a empresa está "muito satisfeita por apoiar este investimento em inovação e por garantir uma maior reciclagem das embalagens de cartão para bebidas em Portugal", sublinhando que "a utilização da IA vai permitir uma separação mais precisa de mais embalagens e garantir que materiais valiosos não se perdem e que são reutilizados para benefício da economia portuguesa".

Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, também manifesta que a entidade que lidera está "muito orgulhosa por cofinanciar este significativo investimento português em inovação, promovendo uma nova parceria destinada a melhorar a reciclagem de resíduos de embalagens e a alcançar as metas de reciclagem".


E acrescenta: "Este projeto é mais um exemplo de colaboração entre as partes interessadas na cadeia de valor. Reforçamos, assim, que a inovação colaborativa é a solução para os desafios do setor dos resíduos em Portugal, tornando mais eficiente a reciclagem das embalagens".

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