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Ocupando “o quarto lugar em bolachas e o terceiro em bolos, em quota de mercado” em Portugal, a dona das icónicas bolachas belgas, da marca Saborosa, decidiu aumentar o salário mínimo para 873,90 euros, a partir de 1 de janeiro de 2024. A subida do mínimo na empresa, que “já era superior ao nacional”, corresponde “a uma evolução salarial de 7,89%”, realça Diogo Freitas, CEO da Officetotal Food Brands, que tem sede em Ponte de Lima.
“Os restantes salários aumentarão na mesma proporção, elevando o salário médio anual da empresa para 14.491,45 euros, 6,87% acima do salário médio praticado no distrito de Viana do Castelo”, sublinhou o mesmo empresário. Acresce o aumento do subsídio de refeição de 5,5 para seis euros por dia de trabalho.
Este investimento na melhoria das condições salariais dos seus 58 trabalhadores, que a Officetotal pretende que chegue aos 70 no próximo ano, “vem ao encontro de outras medidas que a empresa tem vindo a tomar com o objetivo de melhorar as condições de vida” da sua equipa, que já tem à sua disposição “um ginásio totalmente equipado, de utilização gratuita, bem como um seguro de saúde após o primeiro ano de trabalho”.
Entretanto, a dona das bolachas belgas decidiu contratar uma “green bond”, a quatro anos, cujo “spread” – “abaixo de 1%” – está ligado “à capacidade de diminuirmos a nossa pegada ambiental e melhorar o bem-estar dos funcionários”, revelou Diogo Freitas. Este financiamento verde, “no valor de 1,2 milhões de euros, tem como pressuposto a diminuição em 40% das emissões de CO2 e o aumento do salário médio em 20% até 2026”, detalhou o CEO.
Uma emissão “totalmente comprada pelo BPI” e que coloca a Officetotal “na vanguarda, uma vez que somos a primeira PME a fazê-lo junto da instituição e, provavelmente, a primeira a nível nacional”, enfatizou o empresário. Em termos ambientais, entre as várias medidas em marcha, Freitas destacou “o aumento em 20% da capacidade instalada de produção elétrica autónoma e limpa; a substituição do gás propano por gás propano verde – cujas emissões são compensada pelo produtor em 95% das emissões; ou a substituição de parte da frota por veículos híbridos, que passarão a representar 40% do total de frota já em 2024”, elencou.
Faturação aumentou mais de 8,2 vezes desde 2015
Há oito anos a combinar a importação e representação de marcas internacionais com a atividade produtiva no setor das bolachas, assim como na pastelaria industrial com a marca Aurora, a faturação “aumentou, desde 2015, mais de 8,2 vezes”, para se fixar “acima dos 14 milhões de euros” em 2023, o que traduz um crescimento de 22% face à registada no ano passado.
“As exportações, embora tenham aumentado mais de 120%, mantêm-se num nível muito baixo do total de vendas – 1,65%, essencialmente França e PALOP –, o que vemos como uma oportunidade para explorar”, sinalizou Diogo Freitas. Já o EBITDA deverá atingir perto de dois milhões de euros este ano, mais quase meio milhão face ao último exercício.
O CEO destacou ainda o facto de a empresa “ter um desenvolvimento sustentado das vendas com um nível de investimento constante, mas mantendo a dívida bancária abaixo dos 6% do volume de vendas e 40% do EBITDA”.