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As empresas europeias estão a funcionar a duas velocidades em termos de investimento, segundo uma análise do Banco Europeu de Investimentos. Estão a travar o investimento de médio prazo mas, o contexto, decorrente da guerra e da inflação, incentiva-as a investir rapidamente nos processos essenciais para a transição energética e digital. António Pires de Lima, presidente da organização de empresas pela sustentabilidade BCSD Portugal e presidente executivo da Brisa, concordou com este diagnóstico trazido à conversa pela jornalista Helena Garrido. "Este retrato é compreensível", disse António Pires de Lima, porque, primeiro a pandemia em 2020 e depois a guerra em 2022 "afetaram muito a previsibilidade das empresas e influem nas suas decisões de investimento".
Pires de Lima recordou que a pandemia "foi um choque brutal para muitas empresas, e também um despertar para os temas da sustentabilidade".
Uma das evidências, assinalou, foi o crescimento do número de associados do BCSD que, em 2020, não chegava a 100 empresas, e, hoje atinge as 160, algumas de pequena dimensão.
Inflação e protecionismo
A preocupação dos empresários com a sustentabilidade cresceu nos vários domínios, deste os temas ambientais, da diversidade e da inclusão, da valorização das pessoas como ativo fundamental das empresas. O presidente do BCSD Portugal refere que 53% das empresas em Portugal incluem a transição climática e a preocupação com a utilização de fontes de energia renováveis nas suas estratégias empresariais. "Há uns anos este número era cerca de 40% das empresas".
A inflação também trouxe uma preocupação acrescida e com diferentes estratégias na Europa e nos EUA. Neste país, a administração de Joe Biden fez aprovar em 2022 o Inflation Reduction Act (IRA), um plano para reduzir a inflação, que tem "aspetos que são verdadeiramente protecionistas. Estas medidas podem ser prejudiciais e até perigosas para o Mundo, porque se assiste a uma fragmentação económica em consequência destes choques brutais que tivemos como a pandemia e a guerra, e que mobilizam os temas comerciais e económicos para a agenda geopolítica", afirmou António Pires de Lima.
Deu um exemplo das medidas do Inflation Reduction Act, que faz depender a produção de carros elétricos nos Estados Unidos da existência de fábricas de baterias nos Estados Unidos. "Seria mau para todos, incluindo Portugal, que houvesse duas agendas fragmentadas e que conduzissem a um crescente protecionismo entre os Estados Unidos e a Europa".
A Brisa quer crescer nos Estados Unidos
O novo contexto internacional não alterou a estratégia de investimento da Brisa nem a forma como se olha para as oportunidades no mercado internacional. A Brisa está a concorrer com mais sete players a uma concessão na Grécia, que engloba o financiamento, a operação, a manutenção e a exploração da autoestrada radial urbana com 70 quilómetros em Atenas. Nos Estados Unidos, a empresa de tecnologia para a mobilidade A-to-Be, "tem contratos com 13 diferentes estados e o plano de investimentos em infraestruturas rodoviárias veio reforçar as nossas intenções de crescimento nos Estados Unidos", revelou António Pires de Lima.
Pires de Lima recordou que a pandemia "foi um choque brutal para muitas empresas, e também um despertar para os temas da sustentabilidade".
Uma das evidências, assinalou, foi o crescimento do número de associados do BCSD que, em 2020, não chegava a 100 empresas, e, hoje atinge as 160, algumas de pequena dimensão.
Inflação e protecionismo
A preocupação dos empresários com a sustentabilidade cresceu nos vários domínios, deste os temas ambientais, da diversidade e da inclusão, da valorização das pessoas como ativo fundamental das empresas. O presidente do BCSD Portugal refere que 53% das empresas em Portugal incluem a transição climática e a preocupação com a utilização de fontes de energia renováveis nas suas estratégias empresariais. "Há uns anos este número era cerca de 40% das empresas".
A inflação também trouxe uma preocupação acrescida e com diferentes estratégias na Europa e nos EUA. Neste país, a administração de Joe Biden fez aprovar em 2022 o Inflation Reduction Act (IRA), um plano para reduzir a inflação, que tem "aspetos que são verdadeiramente protecionistas. Estas medidas podem ser prejudiciais e até perigosas para o Mundo, porque se assiste a uma fragmentação económica em consequência destes choques brutais que tivemos como a pandemia e a guerra, e que mobilizam os temas comerciais e económicos para a agenda geopolítica", afirmou António Pires de Lima.
Deu um exemplo das medidas do Inflation Reduction Act, que faz depender a produção de carros elétricos nos Estados Unidos da existência de fábricas de baterias nos Estados Unidos. "Seria mau para todos, incluindo Portugal, que houvesse duas agendas fragmentadas e que conduzissem a um crescente protecionismo entre os Estados Unidos e a Europa".
A Brisa quer crescer nos Estados Unidos
O novo contexto internacional não alterou a estratégia de investimento da Brisa nem a forma como se olha para as oportunidades no mercado internacional. A Brisa está a concorrer com mais sete players a uma concessão na Grécia, que engloba o financiamento, a operação, a manutenção e a exploração da autoestrada radial urbana com 70 quilómetros em Atenas. Nos Estados Unidos, a empresa de tecnologia para a mobilidade A-to-Be, "tem contratos com 13 diferentes estados e o plano de investimentos em infraestruturas rodoviárias veio reforçar as nossas intenções de crescimento nos Estados Unidos", revelou António Pires de Lima.