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Muitas empresas perdem o "dividendo da diversidade"

As empresas que têm mais diversidade como mais mulheres, mais multiculturais, mais pessoas com deficiência, acabam por ter uma performance, incluindo financeira, melhor do que as empresas que não têm essa realidade.

Negócios 29 de Outubro de 2020 às 14:00
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"O facto de não haver diversidade, sobretudo de género, é tão contraditório, porque há muitos estudos, mas muitos, que demonstram o dividendo da diversidade" disse Margarida Couto, presidente da Grace e sócia da  Vieira d’Almeida, na conferência digital Igualdade e Diversidade: É Ainda Tema?", realizada no âmbito da iniciativa Negócios Sustentabilidade 20|30 do Jornal de Negócios e que pode ver aqui.

As empresas que têm mais diversidade como mais mulheres, mais multiculturais, mais pessoas com deficiência, acabam por ter uma performance, incluindo financeira, melhor do que as empresas que não têm essa realidade.

 

"Não é só ao nível da cultura interna e do ambiente organizacional, mas é também ao nível de indicadores mais ligados ao negócio, por isso é um contrassenso não promoverem essa diversidade", conclui Margarida Couto. Citou estudos que apontam que por cada 10% de crescimento da diversidade há um impacto de 2 a 4% no crescimento dos lucros.

 

Catarina Tendeiro, diretora de Recursos Humanos AGEAS, referiu que "na Ageas Portugal não temos a paridade nos cargos de direção ainda mas nota-se uma evolução nos últimos anos.

Quando falamos de cargos de negócio ainda há predominância de homens, nas áreas de direção de suporte, transversais ao negócio já começamos a ver uma representatividade das mulheres.

 

"Estamos a fazer um caminho e os números tranquilizam-nos a respeito da paridade de género e 67% dos cargos de gestão já são ocupados por mulheres, que estão em muitas direções executivas e portanto no pipeline da liderança", considerou Susana Correia de Campos, Head of Corporate Employer Relations and Internal Social Responsibility, Grupo Jerónimo Martins, que é formado "por um exército de mulheres pois representa 70% da força de trabalho".

 

Explicou ainda que incluem "a igualdade de género no conceito de diversidade, porque acima de tudo o que queremos como organização que emprega 110 mil colaboradores é que ninguém, independentemente das suas características, não posso desenvolver o seu talento.

 

Integração da deficiência

Outro tema focado por Margarida Couto é a diversidade no mercado de trabalho e a integração de pessoas com deficiência e quem é que não gostaria de ter tido nas suas empresas e nas suas organizações pessoas como Beethoven, Helen Keller, Stevie Wonder,  Roosevelt ou Stephen Hawking.

 

"As suas incapacidades em nada os incapacitaram para fazer tudo o queriam ter feito, e a prática demonstra, pelo testemunho das empresas que empregam pessoas com deficiência, que é bom para a organização porque passa a ver as coisas de outra maneira, e as pessoas que se empregam ganham dignidade. A integração de pessoas com deficiência torna as organizações mais fortes e resilientes", afirmou Margarida Couto.

 

Portugal Inovação Social é uma experiência pública pioneira na Europa para criar condições para que a sociedade civil organizada por ter novas respostas explicou Filipe Almeida, Presidente, Portugal Inovação Social. Já foram aprovados 579 projetos para a inclusão dos excluídos. Salientou um projeto que está a ser desenvolvido, o Valor In, "que combate a discriminação transferindo para um único espaço diferentes espaços fabris de indústrias locais que assim externalizam a produção de parte do seu ciclo e empregam só pessoas com deficiência e ajuda a desconstruir o preconceito que há nas indústrias em relação à eficiência e à qualidades destas pessoas que depois são empregadas na indústria.

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