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As cidades e os territórios inteligentes são vitais para responder à emergência climática, à redução das emissões de carbono e atingir a neutralidade carbónica, referiu Miguel de Castro Neto, Diretor da NOVA Information Management School (IMS) e coordenador da NOVA Cidade – Urban Analytics Lab, na Grande Conferência Negócios Sustentabilidade 2030.
O responsável falou desta sua experiência em Lisboa, em que 50% das emissões estão relacionadas com a mobilidade e 40% decorrem do edificado (habitação e serviços) que pertence à rede de 100 cidades europeias - que tem por objetivo atingir a neutralidade carbónica em 2030. "São estas cidades que têm de desenvolver as boas práticas para que as cidades europeias ajudem a Europa a atingir a neutralidade carbónica em 2050", disse Miguel de Castro Neto. Para o diretor da NOVA IMS, "não se deviam desenvolver políticas públicas para todo o espaço, mas devíamos usar dados para fazer uma acupunctura das políticas públicas".
Já Ana Rita Martins, Senior Associate Sustainability Lead Architect da Woodalls, falou da sua experiência na arquitetura empresarial em Londres. Partindo do dado de que nos centros urbanos as pessoas passam 90% da sua vida em espaços edificados, referiu as principais tendências. Passam pelo transporte sustentável, com a oferta de balneários, parqueamento de bicicletas, carregadores elétricos, mais espaços verdes, hubs empresariais com preocupações de saúde, bem-estar, com preocupações com as ofertas nutricionais, a circulação espacial, oferta de farmácias, ginásios e restaurantes.
A habitação esteve no centro da intervenção de Patrícia de Melo e Liz, CEO da Savills Portugal. Na sua opinião só houve duas medidas positivas no recente pacote legislativo de resposta à crise da habitação em Portugal e que são a agilização dos licenciamentos, "que é o grande drive da construção e da reabilitação imobiliárias", e o incentivo fiscal no arrendamento, "onde há uma grande escassez". Salientou ainda que o parque habitacional "continua a precisar de renovação e de mecanismos para criar agilidade e consistência para aumentar a oferta". Patrícia de Melo e Liz sublinhou ainda que, apesar das medidas tomadas em relação ao alojamento local sem base em dados, "o turismo vai continuar a ser um drive das cidades".