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EDP quer continuar líder na transição energética

Miguel Setas, administrador da EDP, considera que “a sustentabilidade tem de se traduzir numa nova ética de vida na Terra, que ponha o ecológico no centro, e que não privilegie a dominação da natureza pelo humano”.

Negócios 01 de Julho de 2021 às 12:47
Miguel Setas, administrador da EDP
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"A sustentabilidade é parte do nosso ADN, não é uma área ou departamento da empresa, faz parte do negócio, que se traduz hoje numa agenda muito alargada que projetamos para 2030 com doze objetivos concretos, entre economia circular, comunidades e consumos sustentáveis, questões que têm a ver com ética, com governança, e com mais de 50 metas concretas para cada um destes objetivos", referiu Miguel Setas, administrador executivo da EDP.

 

Qual é o ponto de situação da sua empresa e do setor e qual deverá ser o roadmap para se cumprirem os objetivos de 2030 das Nações Unidas em relação à sustentabilidade?

Vivemos um momento crítico do equilíbrio da vida na Terra com a chamada emergência climática. Por isso, postula-se a necessidade de atingir a neutralidade carbónica em 2050, é essa a orientação da União Europeia e da Agência Internacional de Energia.

O setor da energia elétrica será um dos principais setores para garantir a neutralidade carbónica até 2050. A forma como produzimos e utilizamos energia é fundamental para garantir que vamos reduzir o nível de emissões. Sabemos hoje que 30% da energia produzida é feita de energia renovável, mas vamos precisar de chegar a mais de 90% em 2050 com energia produzida com vento e sol.

O que significa multiplicar por quatro o ritmo de crescimento de energia solar e eólica, cerca de 250 gigawatts, de capacidade instalada por ano para mais de mil gigawatts anuais com estas duas tecnologias.

 

Como é que as empresas podem inovar com iniciativas de sustentabilidade?

A inovação faz parte de um plano muito extensivo, alargado, de transformação do setor. Não será na geração de energia que vai ter implicações, temos na área das redes, dos clientes, das novas tecnologias, como o hidrogénio verde, a captura de carbono, a mobilidade elétrica. Todas estas tecnologias vão contribuir para uma progressiva descarbonização.

 

Qual é o impacto da sustentabilidade nas práticas de gestão?

A EDP quer continuar a ser líder na chamada transição energética com um investimento cada vez mais relevante nas novas energias limpas. Estamos a projetar, entre 2021 e 2025, um investimento estimado em 24 mil milhões de euros, dos quais 19 mil milhões em energias renováveis. Isso significa dobrar o ritmo de crescimento, passar de 2 gigawatts de capacidade instalada por ano para 4 gigawatts, e atingir em 2030 a neutralidade carbónica, antecipando esta meta. Vamos chegar a 2025 livres de carvão.

Faz parte do Strategic Update, que tem pilares fundamentais. Além da aceleração do crescimento verde, um pilar de excelência que é o ESG (ambiente, sociedade e governança) associado também a retornos atrativos, tendo a EDP sido a primeira empresa em Portugal a entrar para o índice de sustentabilidade do Dow Jones há treze anos. E um pilar com o future-proof organization, uma organização que se quer global, eficiente, ágil, e na qual vamos investir, para que essa realidade seja concreta, mais de 2 mil milhões de euros em digitalização e inovação.
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