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Desirée Fixler: “O greenwashing é perverso”

A Europa aposta na economia verde com as finanças sustentáveis, o Green Deal entre outros investimentos. “Tem boas intenções mas a fiscalização e a execução para evitar o greenwashing deixa a desejar”, disse Desirée Fixler, chair VentureESG.

20 de Abril de 2023 às 12:02
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Desirée Fixler esteve na Conferência Grande Conferência Negócios Sustentabilidade 20|30, que teve início ontem no Pestana Cidadela Cascais para a contar a sua história de whistleblowing e greenwashing em grandes empresas europeias. Desirée Fixler tinha uma carreira de duas décadas na área dos investimentos financeiros e da sustentabilidade, que era uma forma de "colocar as minhas competências financeiras ao serviço do bem comum".

Quando foi convidada em 2020 para responsável da sustentabilidade da subsidiária de gestão de ativos, DWS, do Deustche Bank, parecia o "emprego de sonho". Estas instituições orgulhavam-se de ter as melhores práticas e standards em termos de ESG. Mas tudo mudou quando Desrée Fixler confrontou a sua administração com incongruências e más práticas no portefólio de investimentos ESG do grupo, o que levou ao seu despedimento e a tentativas de desacreditação profissional.

Mas em Agosto de 2021 o The Wall Street Journal revelou de forma documentada as más práticas ESG e o greenwashing da DWS e levou as autoridades financeiras e criminais dos Estados Unidos, da Alemanha e europeias a iniciar investigações e processos.

"O greenwashing é perverso porque muitas empresas estão a adotar os princípios ESG criando uma bolha que pode ser enganadora quando há a necessidade de criar uma economia verde, o que exige uma maior regulação e fiscalização destas práticas", disse Desirée Fixler. Mas sublinhou que estas têm de ter uma maior capacidade de execução e impor maiores penalizações financeiras e reputacionais.

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