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COP29: PSD adverte que acordo de 300 mil milhões "pode ser insuficiente"

O acordo, "difícil de alcançar, demonstra a capacidade de compromisso e cooperação a nível global, mas também é um exemplo claro de quanto ainda há por fazer", diz a eurodeputada Lídia Pereira

24 de Novembro de 2024 às 14:28
Mathieu Cugnot
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A eurodeputada do PSD Lídia Pereira advertiu este domingo, 24 de novembro, que o acordo alcançado na COP29, que prevê um financiamento de 300 mil milhões de dólares, (288 mil milhões de euros) para os países em desenvolvimento "pode ser insuficiente" e mostra "quanto ainda há por fazer".

Em comunicado, Lídia Pereira, que chefiou a delegação do Parlamento Europeu na COP29, que decorreu em Baku, no Azerbaijão, considera que o acordo, "difícil de alcançar, demonstra a capacidade de compromisso e cooperação a nível global, mas também é um exemplo claro de quanto ainda há por fazer".

A eurodeputada salienta que a resolução que o Parlamento Europeu tinha aprovado sobre a mesma matéria antes da COP29 "era mais ambiciosa na mobilização de financiamento para responder às necessidades cada vez mais urgentes, especialmente nas regiões e países mais vulneráveis".

"O montante final de 300 mil milhões de euros, embora significativo, pode não ser suficiente para enfrentar os impactos imediatos que já estamos a viver e que têm estado à vista de todos", avisa Lídia Pereira, que salienta que "os 100 mil milhões de meta definidos anteriormente nunca foram atingidos, a não ser em 2022 e apenas pela União Europeia".

No comunicado, refere-se ainda que, na reta final das negociações, houve vários delegados que abandonaram a sala "em sinal de protesto devido às divisões entre países mais desenvolvidos e países menos desenvolvidos".

"O teto definido resultou de um aumento do compromisso financeiro assumido essencialmente pela União Europeia, Estados Unidos e Japão, mas não foi possível que economias emergentes como a China, Índia e outros países do Médio Oriente aceitassem pagar contribuições obrigatórias", indica-se.

Sobre este aspeto, Lídia Pereira considera que "a Europa não pode pagar e salvar sozinha o planeta e, apesar de a China ter evoluído a sua posição ao longo da COP29, comprometendo-se a aumentar as contribuições voluntárias", é preciso "conseguir que a segunda maior economia do mundo assuma as suas responsabilidades no que respeita aos contributos obrigatórios para o fundo climático".

Além deste financiamento de 300 mil milhões de dólares, o acordo alcançado na COP29 prevê também a criação de um mercado global de créditos de carbono, que, segundo o comunicado, "poderá mobilizar milhares de milhões de euros para o desenvolvimento de projetos sustentáveis, investimento em energias limpas e para a reflorestação".

A eurodeputada do PSD considera que esta vertente do acordo é encorajadora, sobretudo tendo em conta que houve "várias tentativas com essa finalidade que falharam ao longo da última década".

"Com este acordo, será possível estabelecer negociações entre países e um mecanismo de créditos de carbono que permitirá aos países desenvolver e implementar os seus planos climáticos de forma mais económica e rápida", refere-se.

Os países de todo o mundo aprovaram esta noite em Baku, na conferência da ONU sobre o clima, um acordo que prevê um financiamento anual de pelo menos 300 mil milhões de dólares para os países em desenvolvimento.

Após duas noites de horas extraordinárias na conferência, a COP29, os países pobres e vulneráveis resignaram-se a aceitar o compromisso financeiro dos países desenvolvidos até 2035, o que aumenta o seu compromisso atual que estava fixado nos 100 mil milhões de dólares por ano.



TA (FP) // ACL

Lusa/Fim
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