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CEO da Secil: “O ecossistema da construção é muito conservador”

Otmar Hübscher, CEO da Secil, destaca que "os desafios relevantes, como as emissões de CO2, estão ligados ao ecossistema da construção, que é muito conservador". Já José Martos, CEO da Saint-Gobain Portugal, sublinha que os custos da energia estão a colocar a eficiência energética na agenda das empresas e das famílias.

19 de Abril de 2023 às 17:02
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"A Europa estava habituada a energia barata, algo que mudou com a invasão da Ucrânia pela Rússia - que obrigou a diminuir a dependência do gás natural e passou a representar um custo significativo. Esta nova realidade abriu oportunidades às soluções de eficiência energética, como as da Saint-Gobain", assinalou José Martos, CEO da Saint-Gobain Portugal, na Grande Conferência Negócios Sustentabilidade 2030.

Esta empresa tem como objetivo a neutralidade carbónica em 2050 e a sua estratégia desenvolve-se em torno dos processos dos produtos e da eficiência operacional dos equipamentos das fábricas de transformação - e também da redução da pegada ecológica das matérias-primas, como o cimento. José Martos referiu ainda que a empresa, que se insere num setor que é a construção, que representa 40% das emissões de carbono tanto na construção como no funcionamento dos edifícios, tem sistemas e produtos de eficiência energética.


Como referiu Otmar Hübscher, CEO da Secil, "os desafios relevantes, como as emissões de CO2, estão ligados ao ecossistema da construção, que é muito conservador". Assinalou que nos desafios tecnológicos da Secil está o desenvolvimento de nos produtos e soluções tecnológicas para capturar o carbono quando não é possível mitigar e que nos desafios comerciais e de marketing está convencer a indústria de construção a utilizá-los. Passa pela persuasão do sistema de construção desde os arquitectos, projetistas, construtores e investidores. Mas este desafio só poderá ser vencido que houver alguma intervenção regulatória, porque "assumimos a nossa parte, mas tem de funcionar como sistema", disse Otmar Hübscher.

Já Jennifer Motles, Chief Sustainability Office da Phillip Morris International, fez referência ao desafio radical de atingir o objetivo de se tornar uma empresa sem fumo. Neste aspeto destacou a relação com os stakeholders com a diversificação de culturas e a atração de investidores ESG.

"Na APCER temos um conjunto de certificações e de normas que estão alinhadas pelos princípios do ESG", afirmou por seu lado Rui Oliveira, COO Portugal da APCER. A certificação ambiental, que é a mais antiga, teve um grande desenvolvimento nos últimos anos porque passou a ser não só requisitada pela indústria como também pelos serviços - como a hotelaria e a consultoria. Por sua vez, no pilar social existe a norma de responsabilidade social e ainda a certificação sobre a conciliação da vida pessoal e a vida profissional e ainda a norma ligada aos processos de governance. Rui Oliveira falou de novas normas emergentes, como a pegada hídrica, que tem sido muito requisitada pela indústria, e da verificação de relatórios de ESG.

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