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A sustentabilidade é encarada pelo município de Vila Nova de Gaia como um elemento central para o desenvolvimento da cidade. "Não é uma moda, mas um elemento estruturante da nossa ação", refere Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia. Neste sentido, o autarca sublinha que "a sustentabilidade é central como noção de desenvolvimento, mas não é apenas a questão ambiental, é a coesão social, é a felicidade das pessoas, é a capacidade que temos de gerar e potenciar a mudança para melhores comportamentos".
Assim, partindo do conceito de multidimensionalidade da sustentabilidade, "não adianta pensar exclusivamente no ambiente se as pessoas estiverem a viver mal ou pensar na sustentabilidade financeira do município se as questões ambientais ou as pessoas não tiverem as respostas devidas", acrescenta.
O município tem assim de viver como um todo composto de múltiplas partes que têm de ser desenvolvidas em simultâneo para se atingir os patamares ambientais, sociais e de governação ambicionados. E nesta interconexão, assinala, o diálogo é fundamental para se encontrar um propósito comum.
Pessoas, ambiente e sociedade
"Aquilo que nos parece importante é olhar para as pessoas, para o meio ambiente, para o quadro institucional onde as pessoas se movimentam – as nossas escolas, os nossos centros de saúde – olhar para o leque de instituições, e visarmos integrar num diálogo forte com a sociedade, com as populações, com os nossos atores institucionais, parceiros, para um objetivo coerente".
Para o autarca as dimensões ambiental e social cruzam-se, sobretudo, quando se trata de sensibilização para bons comportamentos. "Faz muito sentido que todos nós valorizamos o ambiente, mas faz também muito sentido que cada um de nós valorize na prática aquilo que valoriza na retórica. Portanto, quando tratamos da preservação dos espaços públicos, dos animais de companhia, da relação com o espaço público, quando tratamos da reciclagem e da distinção dos lixos que atiramos para os contentores, fazemos no fundo a defesa de uma nova geração de comportamentos dos cidadãos, induzidos naturalmente pelo município e em que o município é parceiro", reforça o autarca.
Um município em cocriação
Eduardo Vítor Rodrigues vê o município como parte de um projeto de desenvolvimento em cocriação. "O município não está numa estrutura piramidal na ponta da pirâmide. Não é o organizador ou o que comanda tudo isto. O município é parte de um projeto de desenvolvimento identificado, criado numa lógica de horizontalidade institucional, de que somos parte como todos os outros", destaca. Neste sentido, a câmara tem identificado áreas de desenvolvimento social, pessoal e ambiental, envolvendo redes de parcerias, funcionando como "um elo que tenta ligar as diferentes instituições".
Sobre a iniciativa Negócios Sustentabilidade, da qual o município de Gaia é parceiro, Eduardo Vítor Rodrigues diz ser mais do que uma iniciativa: "Uma iniciativa começa e acaba no cronograma que foi definido, esta iniciativa perpetua as suas repercussões. Estamos perante um instrumento que nos leva a querermos aperfeiçoar o nosso trabalho para podermos participar deste grande impulso que o Negócios nos dá".