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As cidades, espaços de inovação, partilha de conhecimento e criação de riqueza, são também onde hoje se trava a batalha da mudança climática, na medida em que é nas áreas urbanas que se produzem mais resíduos, se consome mais energia e se emitem mais gases com efeitos de estufa. Assim, falar em bem-estar e cidades sustentáveis, é assumir um duplo desafio de garantir qualidade de vida a quem vive, trabalha ou visita as cidades através de uma gestão eficiente de infraestruturas e serviços, ao mesmo tempo que se promove a descarbonização, a transição energética e a evolução para a economia circular nestes espaços.
Quando olhamos para a realidade nacional constatámos que tem vindo a ser percorrido um caminho extraordinário, onde hoje já estamos na fase de transição das soluções verticais para a cidade como plataformas, alterando o paradigma de planeamento e gestão dos espaços urbanos tirando partido da transformação digital, instrumental para esta nova realidade com as suas crescentes capacidades de recolha de dados e da sua utilização, nomeadamente com ciência de dados e inteligência artificial, não apenas para responder aos desafios do dia-a-dia da cidade, mas, mais do que isso, proativamente antecipar as necessidades e ajustar os serviços das cidades em tempo real em função das necessidades das pessoas.
Esta convicção de que as soluções do passado não respondem aos desafios do presente nem asseguram o futuro do nosso futuro comum, está também presente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, onde no ODS 11 - Cidades e Comunidades Sustentáveis, encontramos não apenas a preocupação com a sustentabilidade, mas também a inclusão, a segurança e a resiliência. Dimensões estas que nunca foram tão prementes como no contexto da pandemia que enfrentamos e onde tem sido possível constatar que quem estava mais preparado, quem tinha melhor informação, foi capaz de gerir melhor a crise e de mais rápida e pró-ativamente responder às ameaças, em particular na capacidade de saber, com grande exatidão, onde, como e quando atuar, como muito bem demonstraram os autarcas que têm sido os verdadeiros protagonistas deste combate sem tréguas.
Mudanças estruturais
Paralelamente foi também um tempo inspirador e de reflexão, pois foi com surpresa que nos apercebemos da melhoria do ambiente nas cidades provocado por espaços urbanos sem ruído, sem poluição e sem carros. Mais, quando este espaço público começou a ser devolvido e ocupado pelas pessoas iniciou-se um caminho que espero imparável e que será o futuro das cidades. Cidades mais vividas e centradas nas pessoas, com mais espaços públicos, mais infraestruturas verdes e mais espaço de lazer.
Após um primeiro momento de fortes apostas em ciclovias, da conversão de espaços anteriormente usados para estacionamento automóvel em esplanadas e espaços de encontro e convívio, ouvimos hoje falar nas cidades dos 15 minutos, onde a ambição é alcançarmos em menos de 15 minutos, a pé ou de bicicleta, os serviços da cidade que respondem às nossas necessidades do quotidiano (alimentação, trabalho, escola, cultura, etc.).
No entanto, esta ambição implica mudanças estruturais no planeamento e desenho da cidade, numa aposta de médio longo prazo capaz de alterar os hábitos das pessoas e que terá de ser suportada por uma nova geração de cidades onde as pessoas são o centro e atores ativos da construção dos espaços urbanos num também novo modelo de participação e governação.
Nesse sentido importa conhecer projetos inspiradores, como aqueles que o Prémio Sustentabilidade 2020 na categoria "Bem-Estar e Cidades Sustentáveis" vai premiar, e olhar para as oportunidades que despontam para sua materialização, como é o caso do Horizonte Europa que, na sua Missão Cidades Inteligentes e com Impacto Neutro no Clima, estabelece como objetivo e financiará termos 100 cidades na Europa com impacto neutro no clima até 2030.
Quem pode concorrer
Serão aceites nesta categoria as iniciativas, serviços ou produtos que promovam cidades sustentáveis e o bem-estar da comunidade. Para tal, deverão contemplar metodologias com impacte positivo nos ecossistemas urbanos através da integração e interação sustentável com o cidadão, através da melhoria das infraestruturas e transportes públicos existentes, aumento das ligações entre áreas urbanas, desenvolvimento de edifícios sustentáveis, otimização de património histórico e cultural, desenvolvimento de turismo sustentável, promoção de cidades despoluídas, habitação acessível, espaços verdes e de lazer, serviços públicos, modos de vida sustentáveis, equilíbrios geracionais, combate ao isolamento social e promoção de organizações de moradores, formas de acolhimento e implementação de propostas da população, comunicação e interação com o cidadão, entre outros.
Júri
Presidente do júri Miguel de Castro Neto, Subdiretor, NOVA Information Management School e coordenador, NOVA Cidade - Urban Analytics Lab, ex-
Secretário de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza
José Manuel Pedreirinho, Presidente, Ordem dos Arquitetos
Luísa Schmidt, Socióloga e Investigadora, ICS
Miguel Eiras Antunes, Partner, Smart City, Smart Nation and Local Government da Deloitte
Paula Teles, CEO, Mobilidade PT
Quando olhamos para a realidade nacional constatámos que tem vindo a ser percorrido um caminho extraordinário, onde hoje já estamos na fase de transição das soluções verticais para a cidade como plataformas, alterando o paradigma de planeamento e gestão dos espaços urbanos tirando partido da transformação digital, instrumental para esta nova realidade com as suas crescentes capacidades de recolha de dados e da sua utilização, nomeadamente com ciência de dados e inteligência artificial, não apenas para responder aos desafios do dia-a-dia da cidade, mas, mais do que isso, proativamente antecipar as necessidades e ajustar os serviços das cidades em tempo real em função das necessidades das pessoas.
Esta convicção de que as soluções do passado não respondem aos desafios do presente nem asseguram o futuro do nosso futuro comum, está também presente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, onde no ODS 11 - Cidades e Comunidades Sustentáveis, encontramos não apenas a preocupação com a sustentabilidade, mas também a inclusão, a segurança e a resiliência. Dimensões estas que nunca foram tão prementes como no contexto da pandemia que enfrentamos e onde tem sido possível constatar que quem estava mais preparado, quem tinha melhor informação, foi capaz de gerir melhor a crise e de mais rápida e pró-ativamente responder às ameaças, em particular na capacidade de saber, com grande exatidão, onde, como e quando atuar, como muito bem demonstraram os autarcas que têm sido os verdadeiros protagonistas deste combate sem tréguas.
Mudanças estruturais
Paralelamente foi também um tempo inspirador e de reflexão, pois foi com surpresa que nos apercebemos da melhoria do ambiente nas cidades provocado por espaços urbanos sem ruído, sem poluição e sem carros. Mais, quando este espaço público começou a ser devolvido e ocupado pelas pessoas iniciou-se um caminho que espero imparável e que será o futuro das cidades. Cidades mais vividas e centradas nas pessoas, com mais espaços públicos, mais infraestruturas verdes e mais espaço de lazer.
Após um primeiro momento de fortes apostas em ciclovias, da conversão de espaços anteriormente usados para estacionamento automóvel em esplanadas e espaços de encontro e convívio, ouvimos hoje falar nas cidades dos 15 minutos, onde a ambição é alcançarmos em menos de 15 minutos, a pé ou de bicicleta, os serviços da cidade que respondem às nossas necessidades do quotidiano (alimentação, trabalho, escola, cultura, etc.).
No entanto, esta ambição implica mudanças estruturais no planeamento e desenho da cidade, numa aposta de médio longo prazo capaz de alterar os hábitos das pessoas e que terá de ser suportada por uma nova geração de cidades onde as pessoas são o centro e atores ativos da construção dos espaços urbanos num também novo modelo de participação e governação.
Nesse sentido importa conhecer projetos inspiradores, como aqueles que o Prémio Sustentabilidade 2020 na categoria "Bem-Estar e Cidades Sustentáveis" vai premiar, e olhar para as oportunidades que despontam para sua materialização, como é o caso do Horizonte Europa que, na sua Missão Cidades Inteligentes e com Impacto Neutro no Clima, estabelece como objetivo e financiará termos 100 cidades na Europa com impacto neutro no clima até 2030.
Quem pode concorrer
Serão aceites nesta categoria as iniciativas, serviços ou produtos que promovam cidades sustentáveis e o bem-estar da comunidade. Para tal, deverão contemplar metodologias com impacte positivo nos ecossistemas urbanos através da integração e interação sustentável com o cidadão, através da melhoria das infraestruturas e transportes públicos existentes, aumento das ligações entre áreas urbanas, desenvolvimento de edifícios sustentáveis, otimização de património histórico e cultural, desenvolvimento de turismo sustentável, promoção de cidades despoluídas, habitação acessível, espaços verdes e de lazer, serviços públicos, modos de vida sustentáveis, equilíbrios geracionais, combate ao isolamento social e promoção de organizações de moradores, formas de acolhimento e implementação de propostas da população, comunicação e interação com o cidadão, entre outros.
Júri
Presidente do júri Miguel de Castro Neto, Subdiretor, NOVA Information Management School e coordenador, NOVA Cidade - Urban Analytics Lab, ex-
Secretário de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza
José Manuel Pedreirinho, Presidente, Ordem dos Arquitetos
Luísa Schmidt, Socióloga e Investigadora, ICS
Miguel Eiras Antunes, Partner, Smart City, Smart Nation and Local Government da Deloitte
Paula Teles, CEO, Mobilidade PT