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Todos os anos é a mesma coisa. Após o Natal, na rua, junto aos caixotes do lixo há montes e montes de sacos e o mesmo no caso do papelão. Algo que não se coaduna, em nada, com os movimentos a apelar à sustentabilidade. Então de que forma podemos ter um Natal sustentável? Termos comportamentos amigos do meio ambiente e, mesmo assim, festejar a preceito a época natalícia?
Tudo começa com a devida preparação. E com o ter em mente uma palavra: reutilização. Como refere Susana Fonseca, da Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável, deve-se usar materiais que já possua, repará-los, dar-lhes um novo look (caso seja necessário), mas evitar ao máximo comprar novos produtos. E lembra que a internet está cheia de muitos e bons exemplos, caso haja falta de imaginação.
Para quem tem crianças é uma boa oportunidade de apelar à sua criatividade e fazer como que jogos. Eles divertem-se e ganham um novo apreço pelo que estão a fazer e pelo resultado final.
Por outro lado, e caso queira mesmo comprar decorações de Natal, a ambientalista da Zero alerta para que se ter em conta se estas contêm substâncias químicas de elevada preocupação (cancerígenas, mutagénicas, persistentes, etc.). Porque "estudos recentes indicam que as decorações de Natal têm muitas vezes este tipo de substâncias". A melhor forma de obter informação sobre esses produtos, acrescenta, é utilizar a App Scan4Chem e perguntar ao produtor ou ao retalhista se o produto que quer comprar contém, ou não alguma destas substâncias.
Já no que concerne à arvore de Natal - elemento indispensável nesta época natalícia - a melhor opção passa por "alugar" uma árvore. O movimento em que é possível alugar, normalmente junto dos Bombeiros, uma árvore que depois é plantada num local próprio já tem algum tempo e é um comportamento que deve ser incentivado. Em alternativa, caso já tenha adquirido uma árvore de Natal artificial esta deve ser, como refere Susana Fonseca, usada à exaustão. "Grande parte de impacto já está criado com o seu fabrico, pelo que agora é usá-la o mais possível e zelar para que ela dure muitos anos", acrescenta.
Em relação às prendas a primeira opção deverá ser, para Susana Fonseca, a reutilização e a oferta de prendas em formato experiência, mais do que em formato material. "A aposta em produtos em segunda mão, ou, para os casos em que essa aposta possa ser demasiado ousada para o prendado, produzir as suas próprias prendas, são as melhores alternativas", refere.
Se tiver mesmo de fazer compras, porquê não apoiar o comércio local e os artesões da sua zona? Principalmente se estes usarem materiais reciclados nas suas peças ou recorrerem à economia circular para dar uma nova vida aos produtos. Outra hipótese são as chamadas prendas solidárias ou então opte pelas experiências. Que tal uma ida ao teatro ou a um concerto? Não só está a oferecer uma experiência diferente, que perdura no tempo, como ajuda a promover a cultura.
Resíduos natalícios
É quase uma tradição ver os montes de papel junto ao papel no dia 26 de dezembro. A melhor forma de evitar este cenário passa, aqui vem novamente a palavra, reutilizar. Na altura de embrulhar as prendas opte por usar materiais que tenha em casa: jornais, revistas ou tecidos. Está a reaproveitar e, ao mesmo, tempo, criar um embrulho diferente, que pode decorar e personalizar.
Desta forma ajudar a diminuir o número de resíduos associados a esta época. Optar sempre, em primeiro lugar, por reaproveitar em vez de comprar novo. E planear tudo com a devida antecedência por forma a não comprar em demasia. E isso é especialmente importante quando se fala da ceia de Natal, por forma a evitar o desperdício alimentar. "Uma boa dica é que haja uma boa articulação entre quem vai partilhar o momento de forma a garantir que não há sobreposições e que se previne os excessos (algo sempre difícil, mas que é fundamental que esteja cada vez mais presente no nosso planeamento)", refere Susana Fonseca. Na mesma linha o chef Tiago Bonito do Restaurante Largo do Paço em Amarante afirma que se deve planear a ceia e o dia de Natal de forma a dividir as iguarias pelos dois dias para não repetir as mesmas. Uma dica do chef? No dia de Natal fazer menos quantidade para reaproveitar da ceia do dia anterior como, por exemplo, a roupa velha, que surge das sobras do prato de bacalhau do dia 24. Além disso pode-se também, acrescenta, comunicar com os familiares para não haver sobremesas e pratos principais iguais de forma a ter um planeamento das refeições e evitar os desperdícios alimentares.
Se mesmo com todo o planeamento houver sobras, uma possibilidade, avançada por Susana Fonseca, passa por congelar (inclusive doces). Ou, porque não partilhar os "restos" com os convidados?
Susana Fonseca aproveita para chamar "ao palco" um outro tema importante: o de se começar a ter escolhas mais sustentáveis na alimentação. Quem quiser manter a ementa tradicional Susana Fonseca aconselha a optar pelo bacalhau e polvo de maior dimensão (para que se possam ter reproduzido mais vezes assegurando os stocks) e carne de origem biológica e de produção local (no mínimo nacional), de preferência de aves. No entanto há sempre a opção de enveredar pelos novos movimentos e optar por soluções vegetarianas. Como? Usar frutas (incluindo as secas), legumes e tubérculos, que devem ser de origem nacional, de preferência de produção biológica e local.
Independentemente da opção - casa, restaurante, hotel - o importante é que haja festa. E que se tente ter comportamentos sustentáveis e amigos do ambiente. Diga-se optar, sempre, em primeiro lugar, pelo reaproveitamento de materiais - seja nas prendas, materiais de embrulho ou decoração - planear com antecedência para comprar as quantidades adequadas e não em demasia e evitar o desperdício. Fora isso... é divertir-se e aproveitar o Natal.
Tudo começa com a devida preparação. E com o ter em mente uma palavra: reutilização. Como refere Susana Fonseca, da Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável, deve-se usar materiais que já possua, repará-los, dar-lhes um novo look (caso seja necessário), mas evitar ao máximo comprar novos produtos. E lembra que a internet está cheia de muitos e bons exemplos, caso haja falta de imaginação.
Para quem tem crianças é uma boa oportunidade de apelar à sua criatividade e fazer como que jogos. Eles divertem-se e ganham um novo apreço pelo que estão a fazer e pelo resultado final.
Por outro lado, e caso queira mesmo comprar decorações de Natal, a ambientalista da Zero alerta para que se ter em conta se estas contêm substâncias químicas de elevada preocupação (cancerígenas, mutagénicas, persistentes, etc.). Porque "estudos recentes indicam que as decorações de Natal têm muitas vezes este tipo de substâncias". A melhor forma de obter informação sobre esses produtos, acrescenta, é utilizar a App Scan4Chem e perguntar ao produtor ou ao retalhista se o produto que quer comprar contém, ou não alguma destas substâncias.
Já no que concerne à arvore de Natal - elemento indispensável nesta época natalícia - a melhor opção passa por "alugar" uma árvore. O movimento em que é possível alugar, normalmente junto dos Bombeiros, uma árvore que depois é plantada num local próprio já tem algum tempo e é um comportamento que deve ser incentivado. Em alternativa, caso já tenha adquirido uma árvore de Natal artificial esta deve ser, como refere Susana Fonseca, usada à exaustão. "Grande parte de impacto já está criado com o seu fabrico, pelo que agora é usá-la o mais possível e zelar para que ela dure muitos anos", acrescenta.
Em relação às prendas a primeira opção deverá ser, para Susana Fonseca, a reutilização e a oferta de prendas em formato experiência, mais do que em formato material. "A aposta em produtos em segunda mão, ou, para os casos em que essa aposta possa ser demasiado ousada para o prendado, produzir as suas próprias prendas, são as melhores alternativas", refere.
Se tiver mesmo de fazer compras, porquê não apoiar o comércio local e os artesões da sua zona? Principalmente se estes usarem materiais reciclados nas suas peças ou recorrerem à economia circular para dar uma nova vida aos produtos. Outra hipótese são as chamadas prendas solidárias ou então opte pelas experiências. Que tal uma ida ao teatro ou a um concerto? Não só está a oferecer uma experiência diferente, que perdura no tempo, como ajuda a promover a cultura.
Resíduos natalícios
É quase uma tradição ver os montes de papel junto ao papel no dia 26 de dezembro. A melhor forma de evitar este cenário passa, aqui vem novamente a palavra, reutilizar. Na altura de embrulhar as prendas opte por usar materiais que tenha em casa: jornais, revistas ou tecidos. Está a reaproveitar e, ao mesmo, tempo, criar um embrulho diferente, que pode decorar e personalizar.
Desta forma ajudar a diminuir o número de resíduos associados a esta época. Optar sempre, em primeiro lugar, por reaproveitar em vez de comprar novo. E planear tudo com a devida antecedência por forma a não comprar em demasia. E isso é especialmente importante quando se fala da ceia de Natal, por forma a evitar o desperdício alimentar. "Uma boa dica é que haja uma boa articulação entre quem vai partilhar o momento de forma a garantir que não há sobreposições e que se previne os excessos (algo sempre difícil, mas que é fundamental que esteja cada vez mais presente no nosso planeamento)", refere Susana Fonseca. Na mesma linha o chef Tiago Bonito do Restaurante Largo do Paço em Amarante afirma que se deve planear a ceia e o dia de Natal de forma a dividir as iguarias pelos dois dias para não repetir as mesmas. Uma dica do chef? No dia de Natal fazer menos quantidade para reaproveitar da ceia do dia anterior como, por exemplo, a roupa velha, que surge das sobras do prato de bacalhau do dia 24. Além disso pode-se também, acrescenta, comunicar com os familiares para não haver sobremesas e pratos principais iguais de forma a ter um planeamento das refeições e evitar os desperdícios alimentares.
Se mesmo com todo o planeamento houver sobras, uma possibilidade, avançada por Susana Fonseca, passa por congelar (inclusive doces). Ou, porque não partilhar os "restos" com os convidados?
Os mais velhos estão mais familiarizados com dicas de reaproveitamento. Susana Fonseca
Ambientalista da Zero
É certo que a internet tem todo um manancial de ideias sobre como aproveitar estes "restos", no entanto, na opinião da ambientalista da Zero as propostas mais sábias provavelmente virão dos anciãos presentes na sala, dado que "são normalmente gerações que cresceram em períodos de menor abundância e, logo, estão muito mais familiarizados com dicas de reaproveitamento". Já Tiago Bonito aconselha, caso a festa seja em casa, a aproveitar as sobras para novos pratos nos dias seguintes, tanto na roupa velha, como num empadão de peru com o peru da ceia, o bolo-rei torrado com queijo amanteigado, ou outras ideias que surjam e que possam utilizar desde a carne e peixe, aos frutos secos e doces. "Podemos também congelar cuidadosamente para fazer outras refeições mais à frente, como pastéis de bacalhau ou Brás de Peru com legumes", acrescenta.Ambientalista da Zero
Susana Fonseca aproveita para chamar "ao palco" um outro tema importante: o de se começar a ter escolhas mais sustentáveis na alimentação. Quem quiser manter a ementa tradicional Susana Fonseca aconselha a optar pelo bacalhau e polvo de maior dimensão (para que se possam ter reproduzido mais vezes assegurando os stocks) e carne de origem biológica e de produção local (no mínimo nacional), de preferência de aves. No entanto há sempre a opção de enveredar pelos novos movimentos e optar por soluções vegetarianas. Como? Usar frutas (incluindo as secas), legumes e tubérculos, que devem ser de origem nacional, de preferência de produção biológica e local.
Indo a um restaurante as pessoas colaboram num processo que permite a diminuição do desperdício. Tiago Bonito
Chef do Largo do Paçõ
Nos últimos tempos tem-se assistido a uma nova tendência. Seja porque as famílias estão tendencialmente menores, seja porque as pessoas não querem ter trabalho, o certo é que, nos últimos anos tem havido uma maior procura pelas festas natalícias em restaurantes e hotéis. Mas será esta a opção mais sustentável? Na opinião de Tiago Bonito sim porque, como refere, ao ir a um restaurante no Natal, as pessoas colaboram num processo de gestão que permite a diminuição do desperdício alimentar. Já Susana Fonseca é mais cautelosa na resposta. Para a ambientalista tudo dependerá das práticas de cada um desses estabelecimentos. Como refere, as práticas que se aplicam em casa também se aplicam nesses locais. "Muitas vezes o "servir bem" está associado a um excesso de oferta que, quando, por exemplo, já implicou a exposição em mesas, dificilmente pode depois ser reaproveitada para a alimentação humana, ao contrário do que acontece em casa (isto no caso dos alimentos)", afirma. O que, na sua opinião, torna "muito difícil dizer à partida qual é a proposta mais sustentável".Chef do Largo do Paçõ
Independentemente da opção - casa, restaurante, hotel - o importante é que haja festa. E que se tente ter comportamentos sustentáveis e amigos do ambiente. Diga-se optar, sempre, em primeiro lugar, pelo reaproveitamento de materiais - seja nas prendas, materiais de embrulho ou decoração - planear com antecedência para comprar as quantidades adequadas e não em demasia e evitar o desperdício. Fora isso... é divertir-se e aproveitar o Natal.