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Economia Circular faz parte do Eixo “Transição Climática”

A necessidade de avanço torna-se ainda mais crítica quando, de repente, o mundo se defronta com uma pandemia sem precedentes e consequente recessão económica diz João Castello Branco.

Negócios 12 de Outubro de 2020 às 16:30
#29 - João Castello Branco
João Castello Branco, presidente do BCSD e CEO, The Navigator Company defende que apostar na sustentabilidade é assegurar a continuidade do negócio. Pedro Ferreira
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Sustentabilidade é um conceito que já vem de trás mas que hoje se enuncia com caráter de urgência e como condição essencial para a resiliência do planeta, das sociedades e dos negócios. Impõe-se cada vez mais que as empresas conheçam os seus impactes e dependências, consigam medi-los e definir ações para potenciar os efeitos positivos e gerir os riscos das suas atividades no ambiente e nas pessoas.

Apostar na Sustentabilidade é mais do que garantir a licença para operar, é assegurar a continuidade do negócio e a aceitação por parte de mercados de produtos e serviços cada vez mais exigentes e, ainda, proteger a reputação das marcas e posicionar as empresas nos mercados de capitais.

Clima, natureza, gestão do risco, bioeconomia circular, digitalização, pessoas, governance ou finanças sustentáveis são alguns dos grandes temas que têm inspirado as empresas que ambicionam estar na linha da frente da Sustentabilidade e avançar num contexto de macrotendências e ambiente regulatório em mudança, de novas disrupções do contexto "normal" de atuação e de um escrutínio crescente e mais informado por parte da sociedade.

É o apelo ao aprofundamento da consciencialização de que as empresas são entidades centrais ao funcionamento da sociedade e que trabalham com e para múltiplos stakeholders - os seus clientes, colaboradores, fornecedores, comunidades, acionistas e para sociedade em geral. Exemplo disso é o recente "Statement on the Purpose of the Corporation" e o "Capitalismo de Stakeholders" proposto numa carta aberta de Larry Fink, CEO da BlackRock, o maior asset manager do planeta, no início deste ano.

As finanças sustentáveis

A necessidade de avanço torna-se ainda mais crítica quando, de repente, o mundo se defronta com uma pandemia sem precedentes e consequente recessão económica. As empresas terão que ser capazes de fazer uma melhor ligação entre os sistemas financeiro e não financeiro no reporte da sua performance, isto é, entre as finanças, o capital natural (recursos naturais) e o capital social e humano (pessoas e comunidades). O nível de contributo do setor corporativo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e, em particular, para uma economia de baixo carbono e circular, estará intimamente ligado a estes aspetos.

Estas premissas são, também, fundamentais no âmbito das finanças sustentáveis, porquanto as empresas que conseguirem demonstrar como gerem os riscos ESG (relativos a ambiente, sociedade e governação) de forma sólida e transparente estarão mais bem posicionadas nos ratings de sustentabilidade, num quadro regulatório e legislativo em permanente alteração, perante critérios de instituições financeiras mais exigentes nesta matérias e, certamente, no acesso aos pacotes Europeus de financiamento Europeus. De realçar que a Economia Circular faz parte do Eixo "Transição Climática" do Plano do Governo para a Recuperação e Resiliência.

Todo este contexto permite perceber a enorme relevância da temática da Economia Circular a que dizem respeito os projetos que o Prémio Negócios Sustentabilidade irá distinguir.


Quem pode concorrer
Serão aceites nesta categoria iniciativas, serviços ou produtos que resultem em inovação nas áreas de conceção, design, produção, distribuição e consumo, através da aplicação de princípios de economia circular ao longo do ciclo de vida do produto, promovendo a reutilização, reparação, renovação e reciclagem. Serão valorizadas iniciativas que promovam uma maior eficiência ambiental da cadeia logística (através ou não da introdução de princípios de economia circular), promovendo a redução/reutilização e a reciclagem de resíduos.


Júri
Presidente do júri João Castello Branco, Presidente, BCSD e CEO, The Navigator Company
António Miguel Ferreira, Presidente e Managing Director, Claranet Portugal
Helena Pereira, Presidente, Fundação Ciência e Tecnologia
Isabel Furtado, Presidente da Direcção da COTEC Portugal
Paulo Lemos, Direção Geral, ENV e ex-Secretário de Estado do Ambiente
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