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Reino Unido é o primeiro país europeu a aprovar carne cultivada em laboratório

Os reguladores aprovaram um produto destinado a alimentar animais de estimação feito a partir de células de frango cultivadas.

18 de Julho de 2024 às 10:47
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O Reino Unido está prestes a tornar-se o primeiro país da Europa a comercializar carne cultivada em laboratório, depois de os reguladores terem aprovado um produto feito à base de células de frango com vista a alimentar animais de companhia.

A empresa Meatly anunciou que recebeu autorização regulamentar para vender carne de cultura destinada a alimentar animais de companhia no Reino Unido. "É um enorme salto em frente para a indústria da carne de cultura. A obtenção da aprovação regulamentar também faz da Meatly a primeira empresa de carne de cultura aprovada para venda em qualquer país europeu", refere a empresa em comunicado.

O anúncio público segue-se a um processo de colaboração entre a Meatly e os organismos reguladores do Reino Unido: a Agência de Normas Alimentares (FSA, na sigla em inglês), o Ministério do Ambiente, da Alimentação e dos Assuntos Rurais (DEFRA, na sigla em inglês) e a Agência de Saúde Animal e Vegetal (APHA, na sigla em inglês).

Os departamentos governamentais asseguraram que a Meatly cumpre todos os regulamentos necessários. Como resultado deste processo, o frango cultivado para alimentos para animais de companhia pode agora ser vendido no Reino Unido.

Para além das aprovações necessárias, a Meatly realizou testes para demonstrar que o seu frango de cultura é seguro e saudável para os animais de companhia. Os testes incluíram a demonstração de que o seu frango de cultura está isento de bactérias e vírus, que os nutrientes utilizados para o crescimento das células são seguros e que o produto final do frango é seguro, nutritivo e isento de OGM, antibióticos, agentes patogénicos nocivos, metais pesados e outras impurezas.

A aprovação "constitui um marco significativo para o setor europeu da carne de cultura. Estou extremamente orgulhoso pelo facto de a Meatly ser a primeira empresa na Europa a obter luz verde para vender carne de cultura. Estamos a provar que existe uma forma segura e de baixo capital para introduzir rapidamente a carne de cultura no mercado", assinala Owen Ensor, diretor executivo da Meatly.

Tendo em conta que o mercado solicitava "uma melhor forma de alimentar os cães e gatos com carne", Owen Ensor destaca também que a empresa pode agora "continuar a missão de dar aos consumidores uma escolha fácil, garantindo que podemos alimentar os nossos queridos animais de estimação com a verdadeira carne que eles precisam e desejam, de uma forma mais gentil com o nosso planeta e outros animais".

 

A empresa está a liderar uma nova vaga de start-ups de carne de cultura que visam provar que existe uma via rápida e de baixo capital para o mercado. Apoiada por um investimento de 3,5 milhões de libras (4,1 milhões de euros), a Meatly obteve aprovação regulamentar em menos de dois anos de atividade e desenvolveu um alimento que custa menos de 1,1 euro por litro, reduzindo significativamente os custos de produção.

A Meatly também assegurou parcerias de marca e produção dos seus produtos com marcas líderes de alimentos para animais de estimação.

"A aprovação regulamentar da Meatly é um acontecimento marcante para o setor", assinala Jim Mellon, fundador da Agronomics e investidor na Meatly. E acrescenta: "Os nossos animais de estimação consomem grandes quantidades de carne todos os dias, pelo que este desenvolvimento pode desempenhar um papel crucial na redução das emissões, do consumo de recursos e do sofrimento dos animais causado pela produção tradicional de carne".

 

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