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Consórcio luso-norueguês cria fórmula para alimentar peixes em aquacultura com insetos

Projeto pretende dar sustentabilidade ao setor e abrir novas áreas de negócio. Aposta na investigação e desenvolvimento com insetos visa colocar Portugal na vanguarda da produção deste ingrediente.

08 de Maio de 2024 às 11:04
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A EntoGreen e a Thunder Foods, empresas dedicadas à produção de produtos derivados de inseto, juntamente com a Egas Moniz School of Health & Science, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, e um centro de investigação norueguês, a NORCE, apresentaram um novo ingrediente, com duas espécies de insetos, que poderá alimentar peixes em aquacultura.

Este novo projeto denominado InFishMix, financiado pelos EEA Grants, tem como objetivo contribuir para a sustentabilidade do setor da aquacultura a partir de ingredientes de origem inovadora e circular.

Segundo Daniel Murta, investigador na Egas Moniz School of Health and Science, "este projeto representa não só uma solução inovadora para os novos desafios existentes na indústria alimentar, mas também uma solução mais sustentável para o setor da aquacultura e para a eficiência ambiental. Ao aproveitarmos os nutrientes provenientes dos insetos, conseguimos reduzir a nossa pegada ecológica e diversificar as fontes de alimentação dos peixes".

O consórcio luso-norueguês resultou no desenvolvimento de alimentos compostos para animais com a utilização ao deste novo ingrediente resultante de farinha de Mosca de Soldado Negro (Hermetia illucens) e de Tenebrio Molitor.

A apresentação dos resultados demonstrou o potencial desta fórmula, garantindo todas as necessidades nutricionais do salmão e do robalo em aquacultura, ao mesmo tempo que contribui para a saúde dos animais e para a sustentabilidade ambiental.

O projeto InFishMix pretende a redução da dependência de ingredientes tradicionais através desta fórmula, que além de contribuir para a robustez do pescado, está associada a um menor impacto ambiental pela reduzida utilização de recursos naturais, assinala o consórcio.

Formação para setor emergente

Santarém está a mobilizar-se para reunir um ecossistema centralizador da indústria de produção de insetos a nível nacional e com aspirações a ser líder mundial. No próximo ano letivo, arrancará o primeiro curso superior a nível mundial para produção bioindustrial de insetos, no Instituto Politécnico de Santarém, que será liderado pela Egas Moniz School of Health & Science.

A formação vem dar suporte aos investimentos previstos para a região. Ao Negócios, Daniel Murta explicou que "até ao final de 2025 a região contará com mais uma fábrica de produtos derivados de mosca-soldado-negro, destinados à alimentação animal, uma de produtos derivados de tenebrio molitor, e uma de grilos, estas duas últimas ambas destinadas à alimentação humana. Serão ainda feitos outros investimentos como a criação de uma unidade de transformação de quitina em quitosano e um centro logístico".

Trata-se de um novo setor que se está a desenvolver com base em investigação e desenvolvimento (I&D), onde são testados e criados novos produtos para alimentação animal, humana, para uso em fertilizantes orgânicos, em bioplásticos ou na cosmética e indústria farmacêutica, abrindo desta forma novas oportunidades de negócio. Uma área emergente onde Portugal "já deu passos sólidos", que podem colocar o país "numa posição de vanguarda", salienta Daniel Murta. "Ao cimentarmos a posição de liderança em I&D poderemos certamente liderar este novo setor, uma oportunidade que o país não pode perder", destaca.

Neste âmbito, a Egas Moniz School of Health and Science tem um novo Mestrado em Aquacultura Sustentável que visa dar resposta às necessidades específicas do setor aquícola, setor com grande potencial em Portugal e com crescimento acelerado a nível mundial".

Esta iniciativa foi financiada no âmbito do Programa Crescimento Azul dos EEA Grants, mecanismo financeiro criado pela Islândia, o Liechtenstein e a Noruega para reforçar as relações bilaterais entre estes três países e outros países europeus, como Portugal, favorecendo sinergias e reduzindo diferenças de desenvolvimento.

 

 

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