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O projeto solar flutuante da EDP em Alqueva foi distinguido pela Comissão Europeia na categoria de Inovação nos Prémios Europeus de Energia Sustentável 2023. O prémio foi anunciado nesta terça-feira, em Bruxelas, na abertura da Semana Europeia da Energia Sustentável, o maior evento anual dedicado às energias renováveis na Europa.
A distinção, entregue pela comissária europeia para a Energia, Kadri Simson, reconhece a tecnologia pioneira e inovadora desenvolvida pela EDP neste projeto, bem como o seu contributo para a expansão das energias renováveis e para a transição energética.
Em operação há cerca de um ano, este projeto híbrido reúne energia solar, hidroelétrica e armazenamento por baterias. "Este princípio de combinar diferentes formas de energia renovável num único projeto e um só ponto de ligação à rede está na base da central solar flutuante de Alqueva, de 5 MW, onde 12.000 painéis solares flutuam em 4 hectares da albufeira da barragem de Alqueva", explica a elétrica em comunicado.
A central solar flutuante, cujo sistema de amarração com cabos elásticos foi desenvolvido no âmbito do projeto Fresher, financiado pela União Europeia, fornece energia suficiente para abastecer 30% do consumo de energia das famílias da região.
Segundo a EDP, a central solar flutuante utiliza o mesmo ponto de ligação à rede que a central hidroelétrica de Alqueva, construída há 20 anos, e recorre ao armazenamento por baterias para aumentar a resiliência do fornecimento de energia. "Esta abordagem híbrida aumenta a eficiência dos projetos, permitindo-lhes partilhar infraestruturas como linhas elétricas e subestações, bem como estabilizar os custos e reduzir o impacto ambiental. Em conjunto, estas diferentes tecnologias complementam-se para fornecer energia limpa, fiável e acessível", pode ler-se na nota da EDP.
O projeto impulsionou a inovação e a I&D na indústria local, graças a uma parceria com a Amorim Cork Composites, uma empresa portuguesa que opera na região há 150 anos. Em conjunto com o fabricante espanhol Isigenere, desenvolveram uma combinação única de compósitos de cortiça e plástico reciclado, que é a base destes flutuadores sustentáveis. A EDP dá conta de que a utilização deste novo material reduziu o peso da plataforma em 15% e ajudou a reduzir a pegada de carbono da produção dos flutuadores em 30%. "É um exemplo de como os recursos e o know-how locais podem ser combinados com as novas tecnologias para produzir resultados poderosos", sublinha.
O projeto da EDP foi um dos três finalistas selecionados para os Prémios Europeus de Energia Sustentável 2023, tendo vencido após uma votação global que decorreu em junho. Os outros dois candidatos na categoria de Inovação eram o TrAM (Transport: Advanced and Modular) na Noruega e o projeto pan-europeu STEP (Solutions to Tackle Energy Poverty), com origem na Lituânia. O TrAM está na origem do primeiro ferry rápido totalmente elétrico do mundo com zero emissões. O STEP está a utilizar a inovação social para combater a pobreza energética em nove países da UE.