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Cientistas da Universidade de Cagliari, grupos de ação da atividade pesqueira e pescadores uniram forças para remover mais de duas toneladas de resíduos das águas da Sardenha, Itália.
O plano combinou atividades de investigação, como a monitorização e a cartografia das águas, com ações concretas de limpeza do mar através da recolha de lixo marinho levada a cabo por pescadores.
A iniciativa decorreu no âmbito do projeto FLAGS (Fishing Litter and Abandoned Gears in Sardinia), apoiado pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, que atribuiu um apoio financeiro de 3 000 euros por cooperativa ou associação participante.
O projeto fixou quotas mínimas para as quantidades de lixo recolhidas: 100 kg para os grandes arrastões, 50 kg para os pequenos arrastões (<12 m) e 20 kg para as pequenas embarcações.
Ao longo de seis meses, os pescadores efetuaram 136 viagens, recolhendo um total de 2400 kg de lixo depositado em profundidades desde 10m até 800m.
Segundo a organização da iniciativa, o projeto conseguiu criar um modelo organizacional "facilmente replicável" que pode ser adaptado a diferentes contextos locais.
Demonstrou também "o poder de envolver e sensibilizar" a comunidade piscatória local para a proteção da biodiversidade, das unidades populacionais de peixes e do mar.
"Graças ao projeto, a confiança entre o departamento da Universidade e os pescadores das oito comunidades aumentou e esperamos que esta nova rede de relações possa apoiar outras iniciativas de cooperação no futuro", salienta em comunicado Alessandro Cau, cientista da Universidade de Cagliary.
A organização salienta ainda que o projeto expôs a dimensão do problema demonstrando a necessidade de repetir a iniciativa. A monitorização pormenorizada efetuada pelos pescadores também forneceu aos cientistas "informações valiosas" sobre os tipos de lixo encontrados a várias profundidades.
A iniciativa envolveu pescadores de todas as dimensões, desde arrastões a pequenas embarcações, abrindo caminho a futuras colaborações entre cientistas e pescadores, nomeadamente para monitorizar e registar o lixo marinho, contribuindo para a sensibilização da comunidade e ajudando a mitigar o problema na sua origem.