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As emissões de carbono da Microsoft aumentaram 30%, desde 2020, impulsionadas pelo desenvolvimento da inteligência artificial (IA), colocando em risco a meta ambiental da empresa de eliminar mais carbono do que aquele que emite até ao final da década.
O impacto total da empresa no aquecimento do planeta faz com que chegar a um valor abaixo de zero até 2030 seja ainda mais difícil do que era quando a empresa anunciou o seu objetivo de ser carbono negativa, destaca a Bloomberg, que teve aceso ao seu mais recente relatório de sustentabilidade.
Numa entrevista à Bloomberg, Brad Smith, presidente da Microsoft, reconheceu que, para atingir os seus objetivos, a multinacional terá de fazer grandes progressos muito rapidamente para ter acesso a aço e betão ecológicos e a chips menos intensivos em carbono.
Brad Smith sublinhou também que o objetivo de neutralidade carbónica foi traçado antes da explosão da IA. "Portanto, em muitos aspetos, a lua está cinco vezes mais longe do que estava em 2020, se pensarmos apenas na nossa própria previsão para a expansão da IA e nas suas necessidades elétricas", disse à Bloomberg.
A situação da Microsoft é um dos exemplos concretos de como o desenvolvimento da IA está a colidir com os esforços para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. Ainda assim, Smith acredita que os benefícios que a IA pode trazer ao mundo ultrapassarão o seu impacto ambiental. "Acreditamos fundamentalmente que a resposta não é abrandar a expansão da IA, mas acelerar o trabalho necessário para a tornar mais amiga do ambiente", disse. E acrescentou: "Garanto que só há uma maneira de falhar: É desistir."
Recorde-se que a IA requer muitos processamentos de dados, aumentando a carga de trabalho nos centros de dados e consequente consumo de energia. Porém, com a elevada procura de produtos e serviços baseados em IA, a Microsoft está a construir novos centros de dados, que, além da energia, requerem também cimento, aço e microchips com elevado teor de carbono.
Segundo a Bloomberg, a gigante da tecnologia, sediada em Seattle, EUA, planeia gastar mais de 50 mil milhões de dólares entre julho de 2023 e junho deste ano na expansão dos seus centros de dados para satisfazer a crescente procura de produtos de IA. Esse número para os próximos 12 meses, a partir de julho, deve ser ainda maior, disse a diretora financeira Amy Hood numa entrevista ao mesmo jornal no mês passado.
Desde fevereiro, a empresa divulgou novos projetos de centros de dados em Wisconsin, Tailândia, Indonésia, Espanha, Alemanha e Japão.