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O atual momento pode ser aproveitado pelo Governo para ser mais exigente no caminho da sustentabilidade. Por exemplo, os apoios concedidos à TAP devem ser condicionados à redução de emissões?
Não tenho a mais pequena dúvida de que o plano de recuperação e apoio à TAP terá nos seus múltiplos critérios também critérios ambientais.
E no caso das adjudicações de entidades públicas, habitualmente feitas pelo preço mais baixo, devem mudar? Com os investimentos públicos na calha, o critério da sustentabilidade será considerado?
As compras públicas ecológicas têm necessariamente de ser reforçadas no contexto dos investimentos que irão ser feitos no futuro próximo. O que é importante é que haja investimentos diretos na sustentabilidade. O Plano Nacional de Investimentos (PNI) já o deixa claro. Nada mais do que fazer mais depressa do que aquilo que estava previsto no PNI.
O investimento público será o motor?
É impossível construir o futuro com instrumentos do passado. Percebo alguns desejos individuais de esquecer depressa e andar para a frente, mas o andar para a frente tem de estar alinhado com as nossas preocupações. Desse ponto de vista os poderes públicos têm sido muito consistentes: a recuperação do país tem como base o Green Deal (Pacto Ecológico Europeu).
Se amanhã houvesse uma vacina não crê que voltava tudo atrás?
Há um conjunto de [hábitos] adquiridos com os quais nos habituamos a conviver bem. A questão da cidade silenciosa e qualidade do ar são dois exemplos. A transformação de uma parte significativa do parque de alojamento local em arredamento de longa duração, iniciativa que a Câmara de Lisboa lançou, vai reduzir as razões das deslocações e permite a mobilidade suave. Há consequências que se podem refletir, do ponto de vista positivo, no novo modelo de sociedade.