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O Laboratório da Paisagem, entidade que congrega a Câmara Municipal de Guimarães e a Universidade do Minho, entre outros, acaba de lançar um projeto que visa combater o desperdício alimentar nas escolas do município.
Denominado 360.come, tem como foco a alimentação sustentável, o uso sustentável do solo e a economia circular, numa perspetiva multidisciplinar e integradora. "Trata-se de um projeto que procura contribuir para calcular o desperdício alimentar nas escolas, através da implementação de um programa de educação não formal, que sublinhe a importância da alimentação saudável e sustentável", disse Adelina Paula Pinto, presidente do Conselho Diretivo do Laboratório da Paisagem, ao Negócios.
E acrescentou: "Acreditamos que através deste projeto será possível desenvolver métricas que nos permitam calcular o desperdício alimentar atual, assim como a consequência das ações de educação e sensibilização ambiental que levaremos a cabo".
O projeto integra várias iniciativas para potenciar a alteração de comportamentos, nomeadamente o desenvolvimento de kits de cultivos criados a partir de desperdício têxtil, ações de educação, capacitação e sensibilização nas escolas, mapeamento dos produtos locais para criação de uma base de dados acessível aos comerciantes, hotelaria e comunidade, e a avaliação da segurança química de alimentos produzidos nas hortas escolares e comunitárias.
O projeto 360.come aposta ainda na criação de um e-book com 12 receitas de chefs vimaranenses, num manual de boas-práticas para cantinas e ações de capacitação e sensibilização para a comunidade. "Acreditamos que este projeto será essencial para a definição de uma nova estratégia alimentar em Guimarães, para fomentar o consumo de proximidade e a redução da pegada ecológica municipal", destaca Adelina Paula Pinto.
O cálculo da pegada ecológica municipal de Guimarães, numa iniciativa em parceria com a Global Network Footprint e a Universidade de Aveiro, permitiu concluir que o consumo, nomeadamente a alimentação, é um dos setores que mais pesa na pegada ecológica do município.
O projeto vem na sequência de outras alterações que já têm sido implementadas pelo município de Guimarães, como a criação de hortas comunitárias em contexto urbano, a implementação do programa da Incubadora de Base Rural ou o Banco de Terras que procura contribuir para a disponibilização de terras para uso agrícola.
O 360.come conta com o envolvimento dos setores público e privado, a academia e os cidadãos e terminará no final de 2023, mas "servirá de base para o desenvolvimento de outros projetos similares", avança a responsável. Com um orçamento global de 48.532.88€, vai ser financiado em 33.973.02€ pelo Fundo Ambiental.