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Os estados-membros da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, sigla em inglês) estabeleceram um acordo de longo prazo, para atingirem a neutralidade carbónica na aviação civil em 2050, após duas semanas de "diplomacia intensiva" na 41ª assembleia desta agência das Nações Unidas.
Este "acordo histórico", segundo as Nações Unidas, vai exigir a implementação de várias medidas combinadas para a redução das emissões de CO2, tais como a adoção acelerada de tecnologias aeronáuticas inovadoras, operações de voo simplificadas e o aumento da produção e utilização de combustíveis de aviação sustentáveis.
"Os países alcançaram um enorme e muito importante progresso diplomático, neste evento, em temas de importância crucial para a sustentabilidade futura do nosso planeta e do sistema de transporte aéreo que serve e liga as suas populações", afirmou o secretário-geral da ICAO, Juan Carlos Salazar, em comunicado.
Embora as emissões de dióxido de carbono das operações aéreas nacionais estejam incluídas nos compromissos ambientais assumidos por praticamente todos os países no Acordo de Paris, as emissões resultantes dos voos internacionais são abordadas coletivamente no âmbito da Convenção de Chicago, que estabeleceu as regras do espaço aéreo em 1947.
A questão do financiamento e apoio ao investimento para implementar estas medidas foi sublinhada pelos países representados na assembleia, que contou com a participação de mais de 2500 delegados de 184 Estados e 57 organizações.
"A adoção pelos Estados deste novo objetivo a longo prazo para o transporte aéreo descarbonizado, seguindo os compromissos semelhantes dos grupos industriais, contribuirá de forma importante para a inovação verde e o impulso de implementação que deve ser acelerado nas próximas décadas, para se conseguir, em última análise, um voo sem emissões", referiu em comunicado Salvatore Sciacchitano, presidente do Conselho da ICAO.
Outros desenvolvimentos ambientais nesta reunião incluíram a conclusão da primeira revisão periódica do Esquema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional (CORSIA). Os países acordaram numa nova linha de base a partir de 2024. Nesta longa reunião que culminou na passada sexta-feira, houve também apelos para se realizar uma nova conferência da ICAO em 2023.