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“A Europa está a atrair mais investimentos em hidrogénio limpo do que os EUA e a China juntos”

Presidente da Comissão Europeia inaugura Diálogos para uma Transição Limpa com debate sobre hidrogénio. O objetivo é apoiar a descarbonização da indústria e implementar o Pacto Ecológico Europeu.

Sónia Santos Dias 10 de Outubro de 2023 às 11:44
Ursula von der Leyen na primeira sessão dos Diálogos para uma Transição Limpa
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"A Europa está a atrair mais investimentos em hidrogénio limpo do que os EUA e a China juntos", referiu Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia (CE), no seu discurso de abertura dos primeiros Diálogos para uma Transição Limpa, que hoje tiveram lugar em Bruxelas.

"Estão em funcionamento ou planeadas 38 fábricas de aço todas alimentadas a hidrogénio. Quando iniciámos o Pacto Ecológico Europeu, não tínhamos nenhuma. Os primeiros autocarros e comboios a hidrogénio estão a circular nas nossas cidades e regiões. Os portos europeus estão a correr para construir infraestruturas e corredores de hidrogénio. No entanto, o nosso trabalho está longe de estar concluído. Pelo contrário, está apenas a começar", acrescentou von der Leyen.

Num evento que contou com elementos da cadeia de valor da indústria do hidrogénio, Von de Leyen reforçou que "o hidrogénio tem um papel central a desempenhar na transição para a neutralidade climática. Não preciso dizer como ela pode alimentar indústrias pesadas, impulsionar os nossos camiões, navios e aviões. Tudo isso com emissões quase nulas".

Para que tal aconteça, a presidente da CE salientou que "o quadro regulamentar da União Europeia para o hidrogénio está quase completo. Em breve teremos um conjunto completo de regras claras em vigor, para apoiar o nosso mercado emergente de hidrogénio. Somos o único continente onde isto acontece. Significa clareza e previsibilidade para os vossos investimentos".

Sobre os primeiros leilões do Banco de Hidrogénio marcados para o próximo mês novembro e que contarão com um apoio de 800 milhões de euros em financiamento europeu, Ursula von der Leyen sublinhou que "este sistema de leilões irá premiar as empresas mais inovadoras e competitivas, que consigam produzir hidrogénio ao menor custo. Preencheremos a lacuna entre o seu custo de produção e o preço que o mercado está disposto a pagar atualmente. E isto criará um círculo virtuoso – onde o mercado do hidrogénio aumenta e os preços ao consumidor descem".

A CE está simultaneamente a desenvolver um mercado global para o hidrogénio verde, com parcerias já assinadas com o Egipto, Quénia, Namíbia, países da América Latina, entre outros. "Eles têm um potencial imenso. Recursos eólicos e solares ou geotérmicos em abundância. Eles poderiam produzir energia limpa, transformá-la em hidrogênio limpo e depois enviá-la para o mundo. E isto é crucial, tanto para criar uma economia local com emissões líquidas zero, como para satisfazer a crescente procura de hidrogénio aqui na Europa. A Europa quer ser o líder mundial do hidrogénio, não apenas como pioneira, mas também como parceira", referiu.

Tal como anunciado por von der Leyen no decorrer da sessão anual do Estado da União Europeia, em setembro passado, a CE organizará Diálogos sobre uma Transição Limpa para ajudar a indústria na construção do seu modelo de negócio para a descarbonização e potenciar o Pacto Ecológico Europeu.

A escolha do hidrogénio como primeiro diálogo com a indústria prende-se com o seu potencial, uma vez que, para a presidente da CE, "o hidrogénio verde mostra que podemos conciliar a nossa economia com a saúde do nosso planeta. E é por isso que colocámos o hidrogénio no centro do Pacto Ecológico Europeu".

 

 

 

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