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Nos últimos anos, Portugal tem investido nas energias renováveis. Basta passear um pouco pelo centro do país para ver paisagens salpicadas com eólicas. Numa viagem pelo Alentejo, depararmo-nos com "quintas" de painéis fotovoltaicos. A grande questão prende-se com o que acontece no fim de vida destes equipamentos?.
Bárbara Maurício, técnica na área de clima, energia e mobilidade da associação ambientalista ZERO, explica que os painéis solares têm uma vida útil estimada de 25 a 30 anos, o que significa que os primeiros instalados comercialmente estão prestes a atingir o final de ciclo. "De acordo com um relatório da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA), estima-se que até 2030 haverá até 8 milhões de toneladas de resíduos de painéis solares. E esse número pode aumentar para 78 milhões de toneladas até 2050", aponta a ambientalista, que acrescenta que a União Europeia foi pioneira na adoção de leis específicas para lidar com estes resíduos de painéis solares. "Segundo os regulamentos da UE, os fabricantes são obrigados a recolher 85% dos painéis solares usados e reciclar 80% dos materiais, conforme estabelecido na Diretiva de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (WEEE), que foi estendida aos produtos solares em 2012. Esta diretiva introduziu a obrigatoriedade legal da reciclagem de painéis em toda a Europa. Em Portugal, foi transposta para a legislação em 2014 através do Decreto-Lei n.º 67/2014, de 7 de Maio", explica
A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) refere que os elementos que compõem estes equipamentos e os aerogeradores podem seguir, idealmente, três destinos - a reciclagem, o reaproveitamento, ou ficar ao abrigo da Responsabilidade Alargada do Produtor (RAP). A associação aponta que, e de acordo com a Global Wind Energy Council, 90% dos componentes e materiais das turbinas eólicas são facilmente recicláveis, dado que tanto a base como a torre e a "nacelle" têm práticas de reciclagem estabelecidas. Um exemplo: uma torre de aço pode ser completamente reciclada sem perdas de qualidade.
A associação que representa o setor das renováveis acrescenta ainda que as pás não têm um fim de vida tão linear, pois são produzidas à base de compósitos de vários materiais que garantem o melhor funcionamento em termos aerodinâmicos e também durabilidade, à semelhança dos materiais utilizados em aeronaves, o que dificulta a sua identificação para reciclagem. A questão, aponta a associação, é que apesar de existirem tecnologias para reciclar as pás estas nem sempre estão disponíveis a um custo competitivo. No entanto, a APREN acredita que se "caminha para a criação de uma economia de escala à medida que as pás vão entrando no mercado de fim de vida".
Filipa Magalhães, consultora na área de energia eólica do INEGI - Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, tem opinião diferente. Para a especialista, apesar de existirem diferentes destinos para os vários elementos e de muitos serem recicláveis, "há uma parte muito significativa que vai para aterro, no caso das pás, ou até para incineração". Algo que é "particularmente dramático quando incluímos materiais de elevado valor acrescentado, como o silício e o cobre, que é considerado como crítico pela Comissão Europeia". A opinião é partilhada por Bárbara Maurício, que aponta a capacidade de reciclagem limitada. "Isto ocorre principalmente não devido a dificuldades técnicas na reciclagem, mas à falta de uma quantidade significativa de resíduos para processar, o que inviabiliza economicamente as soluções de reciclagem."
O caso dos aerogeradores
"De acordo com as projeções da WindEurope (para a Europa), aproximadamente 25.000 toneladas de pás de aerogeradores serão desativadas anualmente até 2025 e esse número deve aumentar para 52.000 toneladas/ano até 2030", alerta a ambientalista Bárbara Maurício, acrescentando que é esperado um aumento significativo na quantidade de resíduos gerados à medida que estes equipamentos alcançam o fim de sua vida útil.
"Em linha com os princípios da economia circular, a maioria das pás está a ser reutilizada. As turbinas eólicas estão a tornar-se mais eficientes e potentes, proporcionando a remontagem das pás antigas noutros parques eólicos, incluindo de outros países. Além disso, há ainda iniciativas que convertem pás em elementos arquitetónicos ou estruturais, como pontes. Algumas pás, no entanto, acabam em aterros. Embora existam soluções de reciclagem disponíveis, ainda não são comercialmente viáveis ou aplicáveis em larga escala", descreve a ambientalista da ZERO.
A maioria das peças de uma turbina eólica sempre foram facilmente recicláveis, uma vez que eram compostas principalmente por materiais metálicos. "As pás, no entanto, apresentam desafios na recuperação devido ao material compósito do qual são feitas. Esses compósitos são predominantemente resinas reforçadas com fibra de vidro ou de carbono, além de materiais secundários como colas, vernizes e metais. Esta composição permitia a criação de pás mais leves e longas com uma aerodinâmica otimizada, mas dificultava o processo de reciclagem", explica a ambientalista da Zero.
A técnica aponta ainda que fabricantes como a Vestas, produtora de turbinas eólicas dinamarquesa, anunciaram o desenvolvimento de tecnologias com a capacidade de reciclar completamente as pás das turbinas. No caso da Vestas, em colaboração com o Instituto Tecnológico Dinamarquês, a Universidade de Aarhus e a fabricante de epóxi Olin, foi desenvolvido um composto químico que permite a decomposição da resina epóxi utilizada nas pás das turbinas eólicas, transformando-as nas suas matérias-primas originais. Esta solução torna as pás das turbinas à base de epóxi completamente recicláveis, sem a necessidade de modificar o design ou a composição do material das pás.
Reciclagem quase total
Ao contrário das eólicas que apresentam algumas dificuldades, no caso dos painéis solares é possível reciclar até 97% dos componentes e utilizá-los para a produção de novos painéis, de acordo com a IRENA. Isto porque, como lembra Bárbara Maurício, estes são maioritariamente feitos de vidro, que representa cerca de 75% da sua composição, silício, alumínio, cobre e prata que podem ser reutilizados e reciclados.
"Mas, embora seja tecnicamente possível reciclar um painel na sua quase totalidade, ainda é difícil rentabilizar economicamente a operação. Dado o pequeno volume de painéis a ser reciclado, o processo é ainda difícil financeiramente. Os módulos fotovoltaicos são produtos relativamente novos, cujas primeiras instalações em massa ainda não estão no final de seu ciclo de vida e o desperdício atual é principalmente devido a quebras e danos nos equipamentos. No entanto, os volumes para reciclagem serão muito maiores dentro de dez anos", reflete Bárbara Maurício.
Ainda assim, nem tudo é mau. A associação refere que em junho deste ano foi dado um importante passo para a reciclagem de painéis solares. Como? Com a inauguração da primeira fábrica dedicada à reciclagem completa de painéis solares, localizada em França. A empresa especializada, a Rosi, tem como meta extrair e reutilizar até 99% dos componentes de cada unidade. "No entanto, é importante realçar que esta tecnologia é cara", diz a ambientalista da ZERO.
Cemitérios de renováveis?
As dificuldades na reciclagem dos componentes que constituem as energias renováveis podem levar à criação de "cemitérios"? Modesto Morais, do do Instituto Eletrotécnico Português, acredita que sim. Para o especialista, há um risco real, nomeadamente em relação aos parques solares. "Principalmente se as autoridades que licenciaram esses parques não acautelaram contratualmente o desmantelamento dessas unidades eletroprodutoras", aponta.
Filipa Magalhães é mais cautelosa. A consultora do INEGI considera que há um risco, "sobretudo se não incorporarmos mecanismos que materializem o princípio da responsabilidade alargada sobre as peças, isto é, atuantes na vida do equipamento, mesmo após a sua desativação". Face a isto, a técnica considera que "é necessário desenvolver novos materiais e industrializar e novos processos visando o fabrico e reutilização de componentes como estes".
Já Bárbara Maurício defende que, apesar de as previsões indicarem que nos próximos anos haverá uma grande quantidade de resíduos, "também as soluções começam a aparecer". "Embora ainda não economicamente viáveis, em breve a quantidade de resíduos produzidos começará a ter escala para se fazer a reciclagem destes componentes com proveito económico", explica. Razão pela qual entende ser essencial que a reciclagem seja apoiada pela legislação, tal como acontece para os painéis fotovoltaicos na Europa. No caso dos aerogeradores, associações como a WindEurope estão a exigir a proibição da deposição em aterro de pás de aerogeradores em toda a Europa a partir de 2025.
A associação que representa o setor aponta ainda que a Comissão Europeia tem a intenção de aumentar a eficácia do atual quadro de conceção ecológica dos produtos relacionados com a energia. Neste sentido, foi criado o plano de ação para a economia circular, publicado pela Comissão em 2020. Este inclui o regime de Responsabilidade Alargada do Produtor (RAP), conceito que tem sido utilizado em fluxos de resíduos específicos para impulsionar mudanças nas práticas industriais. Aos fabricantes é dada a responsabilidade financeira e física do tratamento dos produtos quando atingem o final de vida.
"Na indústria fotovoltaica foi adotado um modelo de gestão baseado no regime RAP em 2014. Alguns países europeus têm tentado estudar a viabilidade de desenvolver um sistema semelhante para a indústria eólica. De referir que, em termos económicos, existe uma tendência geral na Europa de agravamento das taxas de depósito em aterro, o que torna esta opção não viável economicamente, e incentiva também à aceleração de outros fins de vida. Efetivamente, a indústria de energia eólica na Europa está alinhada com a ideia de proibir o descarte em aterros em toda a União Europeia até o ano de 2025", acrescenta a APREN.
Bárbara Maurício, técnica na área de clima, energia e mobilidade da associação ambientalista ZERO, explica que os painéis solares têm uma vida útil estimada de 25 a 30 anos, o que significa que os primeiros instalados comercialmente estão prestes a atingir o final de ciclo. "De acordo com um relatório da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA), estima-se que até 2030 haverá até 8 milhões de toneladas de resíduos de painéis solares. E esse número pode aumentar para 78 milhões de toneladas até 2050", aponta a ambientalista, que acrescenta que a União Europeia foi pioneira na adoção de leis específicas para lidar com estes resíduos de painéis solares. "Segundo os regulamentos da UE, os fabricantes são obrigados a recolher 85% dos painéis solares usados e reciclar 80% dos materiais, conforme estabelecido na Diretiva de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (WEEE), que foi estendida aos produtos solares em 2012. Esta diretiva introduziu a obrigatoriedade legal da reciclagem de painéis em toda a Europa. Em Portugal, foi transposta para a legislação em 2014 através do Decreto-Lei n.º 67/2014, de 7 de Maio", explica
A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) refere que os elementos que compõem estes equipamentos e os aerogeradores podem seguir, idealmente, três destinos - a reciclagem, o reaproveitamento, ou ficar ao abrigo da Responsabilidade Alargada do Produtor (RAP). A associação aponta que, e de acordo com a Global Wind Energy Council, 90% dos componentes e materiais das turbinas eólicas são facilmente recicláveis, dado que tanto a base como a torre e a "nacelle" têm práticas de reciclagem estabelecidas. Um exemplo: uma torre de aço pode ser completamente reciclada sem perdas de qualidade.
A associação que representa o setor das renováveis acrescenta ainda que as pás não têm um fim de vida tão linear, pois são produzidas à base de compósitos de vários materiais que garantem o melhor funcionamento em termos aerodinâmicos e também durabilidade, à semelhança dos materiais utilizados em aeronaves, o que dificulta a sua identificação para reciclagem. A questão, aponta a associação, é que apesar de existirem tecnologias para reciclar as pás estas nem sempre estão disponíveis a um custo competitivo. No entanto, a APREN acredita que se "caminha para a criação de uma economia de escala à medida que as pás vão entrando no mercado de fim de vida".
Filipa Magalhães, consultora na área de energia eólica do INEGI - Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, tem opinião diferente. Para a especialista, apesar de existirem diferentes destinos para os vários elementos e de muitos serem recicláveis, "há uma parte muito significativa que vai para aterro, no caso das pás, ou até para incineração". Algo que é "particularmente dramático quando incluímos materiais de elevado valor acrescentado, como o silício e o cobre, que é considerado como crítico pela Comissão Europeia". A opinião é partilhada por Bárbara Maurício, que aponta a capacidade de reciclagem limitada. "Isto ocorre principalmente não devido a dificuldades técnicas na reciclagem, mas à falta de uma quantidade significativa de resíduos para processar, o que inviabiliza economicamente as soluções de reciclagem."
O caso dos aerogeradores
"De acordo com as projeções da WindEurope (para a Europa), aproximadamente 25.000 toneladas de pás de aerogeradores serão desativadas anualmente até 2025 e esse número deve aumentar para 52.000 toneladas/ano até 2030", alerta a ambientalista Bárbara Maurício, acrescentando que é esperado um aumento significativo na quantidade de resíduos gerados à medida que estes equipamentos alcançam o fim de sua vida útil.
"Em linha com os princípios da economia circular, a maioria das pás está a ser reutilizada. As turbinas eólicas estão a tornar-se mais eficientes e potentes, proporcionando a remontagem das pás antigas noutros parques eólicos, incluindo de outros países. Além disso, há ainda iniciativas que convertem pás em elementos arquitetónicos ou estruturais, como pontes. Algumas pás, no entanto, acabam em aterros. Embora existam soluções de reciclagem disponíveis, ainda não são comercialmente viáveis ou aplicáveis em larga escala", descreve a ambientalista da ZERO.
Estima-se que até 2030 haverá 8 milhões de toneladas de resíduos de painéis solares. E esse número pode aumentar para 78 milhões de toneladas até 2050. Bárbara Maurício
Ambientalista da ZERO
Modesto Morais, do Instituto Eletrotécnico Português (IEP), por seu lado, afirma que se nos aerogeradores as componentes metálicas são recicláveis, já as pás vão para aterro. Na mesma linha, a consultora Filipa Magalhães diz que "nos aerogeradores estima-se que 80 a 90 % do material do aerogerador seja reciclável". "As pás são o tema mais preocupante na área", frisa.Ambientalista da ZERO
A maioria das peças de uma turbina eólica sempre foram facilmente recicláveis, uma vez que eram compostas principalmente por materiais metálicos. "As pás, no entanto, apresentam desafios na recuperação devido ao material compósito do qual são feitas. Esses compósitos são predominantemente resinas reforçadas com fibra de vidro ou de carbono, além de materiais secundários como colas, vernizes e metais. Esta composição permitia a criação de pás mais leves e longas com uma aerodinâmica otimizada, mas dificultava o processo de reciclagem", explica a ambientalista da Zero.
A técnica aponta ainda que fabricantes como a Vestas, produtora de turbinas eólicas dinamarquesa, anunciaram o desenvolvimento de tecnologias com a capacidade de reciclar completamente as pás das turbinas. No caso da Vestas, em colaboração com o Instituto Tecnológico Dinamarquês, a Universidade de Aarhus e a fabricante de epóxi Olin, foi desenvolvido um composto químico que permite a decomposição da resina epóxi utilizada nas pás das turbinas eólicas, transformando-as nas suas matérias-primas originais. Esta solução torna as pás das turbinas à base de epóxi completamente recicláveis, sem a necessidade de modificar o design ou a composição do material das pás.
Reciclagem quase total
Ao contrário das eólicas que apresentam algumas dificuldades, no caso dos painéis solares é possível reciclar até 97% dos componentes e utilizá-los para a produção de novos painéis, de acordo com a IRENA. Isto porque, como lembra Bárbara Maurício, estes são maioritariamente feitos de vidro, que representa cerca de 75% da sua composição, silício, alumínio, cobre e prata que podem ser reutilizados e reciclados.
"Mas, embora seja tecnicamente possível reciclar um painel na sua quase totalidade, ainda é difícil rentabilizar economicamente a operação. Dado o pequeno volume de painéis a ser reciclado, o processo é ainda difícil financeiramente. Os módulos fotovoltaicos são produtos relativamente novos, cujas primeiras instalações em massa ainda não estão no final de seu ciclo de vida e o desperdício atual é principalmente devido a quebras e danos nos equipamentos. No entanto, os volumes para reciclagem serão muito maiores dentro de dez anos", reflete Bárbara Maurício.
Ainda assim, nem tudo é mau. A associação refere que em junho deste ano foi dado um importante passo para a reciclagem de painéis solares. Como? Com a inauguração da primeira fábrica dedicada à reciclagem completa de painéis solares, localizada em França. A empresa especializada, a Rosi, tem como meta extrair e reutilizar até 99% dos componentes de cada unidade. "No entanto, é importante realçar que esta tecnologia é cara", diz a ambientalista da ZERO.
Cemitérios de renováveis?
As dificuldades na reciclagem dos componentes que constituem as energias renováveis podem levar à criação de "cemitérios"? Modesto Morais, do do Instituto Eletrotécnico Português, acredita que sim. Para o especialista, há um risco real, nomeadamente em relação aos parques solares. "Principalmente se as autoridades que licenciaram esses parques não acautelaram contratualmente o desmantelamento dessas unidades eletroprodutoras", aponta.
Filipa Magalhães é mais cautelosa. A consultora do INEGI considera que há um risco, "sobretudo se não incorporarmos mecanismos que materializem o princípio da responsabilidade alargada sobre as peças, isto é, atuantes na vida do equipamento, mesmo após a sua desativação". Face a isto, a técnica considera que "é necessário desenvolver novos materiais e industrializar e novos processos visando o fabrico e reutilização de componentes como estes".
Já Bárbara Maurício defende que, apesar de as previsões indicarem que nos próximos anos haverá uma grande quantidade de resíduos, "também as soluções começam a aparecer". "Embora ainda não economicamente viáveis, em breve a quantidade de resíduos produzidos começará a ter escala para se fazer a reciclagem destes componentes com proveito económico", explica. Razão pela qual entende ser essencial que a reciclagem seja apoiada pela legislação, tal como acontece para os painéis fotovoltaicos na Europa. No caso dos aerogeradores, associações como a WindEurope estão a exigir a proibição da deposição em aterro de pás de aerogeradores em toda a Europa a partir de 2025.
Nos aerogeradores, estima-se que 80 a 90% do material seja reciclável - as pás são o tema mais preocupante nesta área. Filipa Magalhães
Consultora na área de energia eólica do INEGI
A APREN contraria esta ideia. "Por um lado, existe um claro compromisso da indústria para colocar no mercado produtos sustentáveis e com circularidade associada. Por outro lado, o Pacto Ecológico Europeu (Green Deal) exige também a promoção do reforço na economia do papel da circularidade dos materiais em futuras revisões dos planos nacionais de energia e clima", aponta fonte oficial.Consultora na área de energia eólica do INEGI
A associação que representa o setor aponta ainda que a Comissão Europeia tem a intenção de aumentar a eficácia do atual quadro de conceção ecológica dos produtos relacionados com a energia. Neste sentido, foi criado o plano de ação para a economia circular, publicado pela Comissão em 2020. Este inclui o regime de Responsabilidade Alargada do Produtor (RAP), conceito que tem sido utilizado em fluxos de resíduos específicos para impulsionar mudanças nas práticas industriais. Aos fabricantes é dada a responsabilidade financeira e física do tratamento dos produtos quando atingem o final de vida.
"Na indústria fotovoltaica foi adotado um modelo de gestão baseado no regime RAP em 2014. Alguns países europeus têm tentado estudar a viabilidade de desenvolver um sistema semelhante para a indústria eólica. De referir que, em termos económicos, existe uma tendência geral na Europa de agravamento das taxas de depósito em aterro, o que torna esta opção não viável economicamente, e incentiva também à aceleração de outros fins de vida. Efetivamente, a indústria de energia eólica na Europa está alinhada com a ideia de proibir o descarte em aterros em toda a União Europeia até o ano de 2025", acrescenta a APREN.